Fez uma bola de neve com as mãos e a arremessou contra o traseiro de Cruiser. O cachorro saltou, em seguida se agachou nas patas dianteiras e disparou a correr atrás delas, derrapando no último instante, o que os cobriu de neve. Juliette riu, olhando o rostinho de Bonnie também iluminado por um sorriso. Sarah arremessou outra bola e atingiu a perna de Cruiser, o que fez o cão derrapar de novo e repetir seu feito. Dessa vez, porém, em vez de correr para cima delas, o cachorro abocanhou a parte de trás do casaco de Sarah e puxou, tentando derrubá-la.
— Ei, pare com isso! — Ela puxou do outro lado enquanto Juliette e o bebê riam. Quando conseguiu soltar a jaqueta, lançou-se sobre Cruiser, que a evitou no último instante, fazendo-a mergulhar de cara na neve.
Sarah ergueu a cabeça e soprou a neve da boca, bem a tempo de ouvir Juliette conspirando com seus comparsas:
— Rápido, vamos pegá-la!...
Cruiser latiu, o rabo abanando furiosamente, enquanto Bonnie soltava gritinhos e agitava os braços. Juliette aproveitou e chutou a neve sobre as costas e pernas de Sarah, ao mesmo tempo em que o cão pulava em cima dela tal qual um corcel não muito gracioso em uma corrida de obstáculos.
Escorregando na neve, Sarah se levantou. Estava em desvantagem, gelada, e quase sem ar de tanto rir. Mas longe de ser derrotada.
Determinada, começou a marchar na direção de Juliette e Bonnie.
Com os olhos cintilando ao sol da tarde, Juliette começou a recuar em direção à casa.
— Acabou a brincadeira.
— Nã-nã... Discordo.
— Eu estou segurando o bebê!
— Azar dela. — Cruiser latiu, e Sarah estreitou os olhos para ele. — Não se preocupe... Você é o próximo. — Sem aviso, ela saltou para a frente e tomou Bonnie dos braços de Juliette. Após colocar a bebê com cuidado na cadeirinha que aguardava na varanda, saiu correndo atrás dela. Não demorou a alcançá-la, e ambas tombaram na neve, com Cruiser latindo e suas risadas ecoando por entre as árvores.
Pouco depois, o cachorro se afastou a fim de olhar o bebê.
De repente, tudo pareceu desaparecer para Sarah, exceto um lindo par de olhos castanhos. Ela sentiu o sangue correr mais rápido pelas veias, os sentidos latejar. Juliette estava em seus braços, com aqueles lábios rosados tão próximos e tentadores... Ela iria beijá-la e, quando terminasse, tomaria fôlego e a beijaria novamente.
Com a palma da mão enluvada segurando-a com firmeza pela nuca, Sarah se inclinou sobre ela. Por Juliette ainda estar ofegante após o acesso de riso, ela não teve trabalho para lhe apartar os lábios e colar a boca na dela.
Sem ter tempo para pensar, Juliette aceitou o beijo.
Conforme suas línguas se encontraram e a surpresa se transformou em fogo, Sarah a envolveu nos braços e não lhe deu espaço para dúvidas. Havia encontrado o segredo para desbloquear suas emoções e, agora que Juliette parecia aberta a todas as possibilidades, ela não deixaria que nada as afastasse.
Exceto, claro, o fato de eles terem um bebê de pouco mais de três meses se perguntando por que a diversão tinha parado.
Relutante, Sarah se obrigou a recuperar o bom senso e interrompeu o beijo, porém seus lábios não se afastaram dos de Juliette. Ela queria que ela visse o desejo em seus olhos.
— Foi uma tarde maravilhosa — murmurou, sentindo o sangue pulsar nas veias. Rendeu-se mais uma vez, então, e tornou a baixar a cabeça.
Juliette virou o rosto, contudo.
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Mães Por Um Tempo 》Sariette || ADP
Fanfiction"Essa criança não é minha!" Descobrir um bebê abandonado no banco de trás de um táxi não estava nos planos da hoteleira Sarah Andrade. Por sorte, Juliette Freire, uma bela desconhecida, chega para socorrê-la, e desperta seu interesse. Enquanto esper...