30_ Desejo.

282 27 3
                                        

À medida que os dias se arrastavam sem notícias de Naruto e a incerteza se instalava na pequena casa abandonada, o ambiente se tornava cada vez mais tenso. Itachi, sempre vigilante e reservado, parecia mais inquieto do que o habitual. Suas ausências se prolongavam, e quando retornava, trazia consigo apenas rumores sombrios e indícios dispersos do que poderia ter acontecido com seus antigos companheiros da Akatsuki.

Em uma noite particularmente silenciosa, com o vento uivando lá fora, eu estava sentada ao lado de uma vela fraca, folheando mapas e notas que havíamos acumulado desde nossa chegada. O peso da responsabilidade pesava sobre meus ombros enquanto eu tentava formular um plano, mas cada possibilidade parecia envolta em sombras de incerteza.

Itachi entrou na sala com passos silenciosos, sua expressão mais sombria do que nunca. Eu podia sentir a tensão nele, como se ele estivesse segurando um fardo que não podia compartilhar completamente conosco.

— Itachi, encontrou alguma coisa lá fora? Alguma pista sobre Naruto? — perguntei, tentando não deixar transparecer minha crescente preocupação.

Ele hesitou por um momento antes de falar, seus olhos vermelhos fixos em mim.

— Não há notícias claras. Os rumores indicam que houve confrontos, mas as informações são confusas. A Akatsuki não é conhecida por deixar testemunhas. — Sua voz era calma, mas havia uma tensão subjacente que me fez estremecer.

— E Naruto? Você acha que ele está bem? — perguntei, minha voz falhando ligeiramente.

Itachi caminhou até a janela, observando a noite escura lá fora.

— Naruto é forte. Ele sabe se cuidar. Mas, neste momento... não posso garantir nada. — Sua resposta era honesta, mas não oferecia conforto.

Eu me levantei, sentindo a necessidade de fazer algo, qualquer coisa para manter minha sanidade intacta.

— Precisamos fazer algo, Itachi. Não podemos apenas esperar aqui. Se algo aconteceu com Naruto ou até mesmo Sasuke... — as palavras se recusavam a sair, meu medo ecoando nas palavras não ditas.

Itachi se virou para mim, seus olhos refletindo uma determinação renovada.

— Tem razão. Ficar aqui não nos levará a lugar nenhum. Vou sair novamente, buscar por mais informações, qualquer pista que possa nos guiar até ele. — Ele parecia decidido, focado em uma missão que era mais do que encontrar Naruto; era sobre manter nossa frágil aliança unida em face da adversidade.

— Eu irei com você. Não posso simplesmente ficar aqui sem fazer nada — insisti, sentindo a necessidade urgente de estar ativa.

Itachi hesitou por um momento, como se ponderasse a ideia. Finalmente, assentiu.

— Muito bem. Vamos. Mas esteja preparada para qualquer coisa, Sakura. O mundo lá fora está se tornando cada vez mais perigoso.

Saímos da casa silenciosa, enfrentando a escuridão da noite com determinação e uma pontada de medo que nenhum de nós admitiria em voz alta. Nosso caminho nos levou através de territórios familiarmente hostis, onde cada sombra parecia esconder um perigo potencial. Itachi se movia com a graça e o sigilo de um shinobi experiente, seu conhecimento das sombras nos mantendo um passo à frente dos perigos iminentes.

Horas se passaram em silêncio tenso enquanto avançávamos, até que finalmente chegamos a um ponto alto onde podíamos observar uma pequena aldeia ao longe. Ficamos ali por um momento, nossos olhos treinados buscando qualquer sinal de atividade incomum.

— Não parece haver movimentação suspeita. Talvez possamos encontrar alguma informação na aldeia — sugeriu Itachi, sua voz um sussurro suave na noite.

A Cerejeira NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora