De fogo e Ruínas (Uma vida em troca de outra)

Prólogo

Somos divididos por reinos. Nosso trabalho é afugentar o inimigo. Mas eu fiz outra escolha; eu mesma me tornei o inimigo.

Caso não conheça a tradicional história, então lá vamos nós.
Antigamente os reinos eram muito unidos; celebravam e debatiam a política e as leis juntos. Era sempre tudo muito alegre e harmônico. Uma verdadeira sintonia.

Depois de algumas décadas, as coisas começaram a se desequilibrar.
Os reinos resolveram se distanciar, depois de muitas guerras, invasões e laços quebrados. Cada rei e rainha seguiram seu caminho e então nós fomos divididos por sangue e poderes; não podíamos nos relacionar com quem não nos pertencia.

Vivíamos como se tudo aquilo não fosse novo.

O meu reino, o reino do gelo, foi um dos mais prejudicados em meio às invasões. Todos os moradores sairam afetados, e infelizmente, eu me incluia no meio deles.
O reino do fogo e o reino do gelo entraram em invasão há um tempo. Em meio a essa invasão entrei no palácio e acabei roubando a coroa. Ladra. Ladra. Ladra. Sim, talvez seja isso o que eu me tornei depois do roubo, mas não ligo. É a clássica regra de sobrevivência. Matar ou roubar. É assim que vivemos.

Não nasci em berço de ouro. Nunca fui vista como uma figura importante, apenas como mais uma, não era herdeira de nada, então já se pode imaginar o quão "rica" sou. Roubar foi a única opção que estava válida no momento...e a coroa, todos a querem, todos a desejam, algo tão frágil, valioso e intocável como ela. Queria ser famosa, chamar atenção de alguma forma e parecia que eu havia conseguido, mas não da maneira que eu imaginei.
A verdade é que aquela era a única oportunidade que eu teria de não ser mais invisível. Era o que eu mais queria. O que eu mais desejava.
Mas eu também queria vingança. Eu sabia que o rei havia tirado a minha mãe de mim injustamente, e eu tinha sede de vingança.

Ele retirou um bem precioso meu, então eu tiraria outro dele. Pagaria na mesma moeda.

Obedecer regras ou a hierarquia, com certeza não era comigo.
Em minha mente as coisas sairiam metodicamente da maneira como eu planejei.
Mas novamente, repito, não foi bem assim.

Em menos de duas horas consegui ficar famosa entre os quatro reinos. Todos sabiam minha identidade, e queriam me dar um fim, como uma traidora.
Eu realmente deveria tentar me considerar tal coisa, ou, me sentir culpada mas eu simplesmente não conseguia.

Todos os reinos quando foram criados, impuseram uma lei de; aquele que infringisse qualquer regra teria que pagar através de uma pena de morte ou poderia ter os poderes explorados(em outras palavras, virar mais um experimento do rei e da rainha).

Eu não tinha para onde correr. Estava cercada em meio de uma loucura sem fim.

Mas eu tinha o pior caminho a seguir; mentir sobre quem eu era.