Harry Pov:
quando eu me dei conta,
vi aqueles olhos cinzentos lindos dele formarem uma poça de água, até tudo se esvair, e lágrimas escorrerem por suas bochechas.espera...
lágrimas?Draco Malfoy estava chorando?
pior ainda!
Draco Malfoy estava chorando, como um bebê, NA MINHA FRENTE?!
o que diabos estava acontecendo aqui?!
fiquei observando a figura do loiro a minha frente, enquanto lágrimas fortes escorregavam por suas bochechas.
ele tremia, era impossivel nao perceber, as mãos que ele tinha levado ao rosto para tentar conter as lágrimas tremiam, suas pernas tremiam, e, quando eu menos esperava, ele desabou.
Malfoy caiu de joelhos, com as mãos apoiadas no chão, chorando.
parecia não ter estrutura nem pra sustentar mais o peso do seu próprio corpo.
e eu ainda me encontrava parado, estático, vendo a situação do loiro à minha frente.
então, de uma forma automática, como se eu não estivesse mais no controle do meu próprio corpo, começo a caminhar em sua direção, parando enfim à sua frente, olhando para baixo, visualizando a imagem de Malfoy chorando ajoelhado, e foi aí que eu me dei conta...
aquele não era Draco Malfoy, tampouco Malfoy, era o... Draco.
só Draco.
um garoto vulnerável.
passei tanto tempo tendo a mesma visão de... Draco, sendo ele um garoto mimado, debochado, escroto, irritante e preconceituoso, que nem me dei conta de que ele também é humano.
não parei pra pensar, se quer um minuto, que Draco, como qualquer outra pessoa, carrega tristeza em si.
carrega dor, amargura, angústia.não havia imaginado que ele nao tinha apenas aquela face de desdém e deboche, mas que tinha também aquela cara face, que eu estava presenciando agora, uma pessoa sensível.
e se passou em minha mente que ele deveria se sentir solitário.
por ser tão orgulhoso, duvido que alguém saiba como ele realmente se sente por dentro.
que saibam a confusão diária que se passa em sua cabeça, seus medos e incertezas.sempre julguei suas ações, nunca os motivos delas. Nunca me questionei o motivo dele ter se tornado um comensal da morte, muito menos me perguntei como ele realmente deveria estar se sentindo sobre isso.
e me caiu a real, nada disso que ele está fazendo é realmente por vontade própria.
Draco nasceu, em uma família conturbada, o que já não é mais novidade, com um pai tóxico, e uma mãe que malmente ligava pras ações de seu marido.
ele cresceu com essas ideologias de que o que é certo, é errado, e o que é errado, é certo, e segue o pai, tentando acreditar que o lado errado é o lado certo, por mais que ele saiba que não é.ele se vê sem saída, sem escolha.
e isso deve ser depravador.
pavoroso.
e, no mínimo, deprimente.
resolvo tomar uma iniciativa, me ajoelhando de frente à Draco, que ao perceber que eu estava de joelhos em sua frente, levanta a cabeça lentamente até encontrar meu rosto.
e, Merlin do céu...
me partiu o coração ver um rosto tão bonito, que estava sempre carregando um sorriso de desafiador, e sendo tão arrogante, me encarar com um olhar tão angustiado, como se estivesse gritando por socorro sem nem precisar abrir a boca para trazer esse pedido em voz.
os seus olhos gritando o que a boca nao conseguia dizer.o encaro por alguns segundos sem saber o que dizer, enquanto observo mínimas lágrimas saírem de seus olhos, e decido, por fim, o abraçar.
levo um de meus braços ao redor de seu pescoço, e o outro para suas costas, o puxando gentilmente para perto de mim.
tive medo dele me empurrar, ou rejeitar meu abraço, mas ele afundou seu rosto no meu pescoço, e cobriu minhas costas com seus braços, me cercando em um abraço também.
e chorou.
chorou muito.
foi angustiante escutar ele chorando, por que nunca havia escutado alguém chorar daquele jeito, é visível perceber o quão uma pessoa pode estar quebrada só por escutar o som de seu choro, e, sinceramente, Draco aprentava estar aos pedaços.
comecei a fazer um leve carinho em suas costas, enquanto afegava seu cabelo, que, inclusive, era muito macio, e estava sempre perfeito, com seus fios alinhados.
quem me dera ter tal sorte e não ter um cabelo tão desgrenhado e teimoso quanto o meu!retirei esses pensamentos da minha mente, e voltei minha atenção ao loiro chorando no meu pescoço.
decidi não falar nada, só o escutei chorar, por saber que ele não iria acreditar se eu tentasse o confortar falando que vai ficar tudo bem, porque, provavelmente, não vai ficar.
como é que alguém que se mostrava ser tão corajoso poderia guardar tanto medo?
como uma alma tão pequena consegue carregar tanta dor?
são perguntas que talvez eu só vou conseguir a resposta, com o Draco.
eu sabia que Draco estava despedaçado, e, a partir daquele momento, eu decidi que vou reconstruir cada pedaço dele que haviam quebrado.
não sei porque, mas é uma necessidade que esgueirava cada canto da minha alma, como se eu tivesse o dever de curar todas as insanidades que se passavam na cabeça de Draco Malfoy.
porque, sim, por mais que sejamos inimigos, minha humanidade não é o tratar de forma desumana enquanto ele está sendo tão humano.
quando percebi o mesmo se acalmando, com seu choro diminuindo e sua tremedeira passando, resolvi tentar a sorte.
- Malfoy? - o chamo, quase em um sussurro, sem pretensão de aumentar a voz por enquanto.
em troca, recebo apenas um resmungo, o que deve ter sido na intenção de afirmar que ele estava escutando.
dou um longo suspiro, antes de perguntar - o que está acontecendo com você?
- não é da sua conta, Potter. - ele responde, simplista.
mas que cara de pau! é sério que eu perco meu tempo, não só o seguindo, como também o ajudando, pra ele ser grosso comigo?!
- mas... - ele continua. - eu imagino que você já saiba.
ah...
agora eu me lembrei que à minutos atrás eu cheguei falando que sabia o que ele fez.
um longo silêncio se fez, até que, finalmente, ele diz alguma coisa.
Potter? - ele me chama, e ficou audível o receio em sua voz.
sim? - atendo o seu chamado logo em seguida, sentindo um misto de nervosismo crescendo em mim para saber o que ele iria falar.
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OII AMORES!
fim do 2 capítulo! me contem o que acharam nos comentários!
lembram que comentei que teria capítulos novos a cada segunda e sexta? então...
meio que eu não vou conseguir seguir esse cronograma, porque fico ansiosa demais pra postar capítulo novo, então vou postar quando der na telha mesmo!ai gente, eu amo escrever e pensar sobre Draco, porque não é tão visível, mas ele é um personagem bem complexo, e tudo melhora quando da à entender como ele se sente!
"era o... Draco.
só Draco"
pegaram a referência??
quase choro escrevendo isso, dejavu veio forte😭acho que com esse cap vocês conseguiram perceber que daqui pra frente é só pra traz, sim?
KKKKKKK segurem firme, por que vão ter muitos baques, e eu não tenho dó!espero vocês até o próximo capítulo, vidinhas.
um bjao da Lissa! ✭
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Glimpse of You. | DRARRY
FanfictionDraco Malfoy, um comensal da morte, recebe mais uma tarefa dada por Voldemort. Matar Harry Potter. o que tanto Potter, quanto Malfoy não esperavam, é que eles se tornariam amigos. "de estranhos para amigos, amigos para amantes, e estranhos novamente...