Capítulo 12

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P.O.V Ian Gallagher

"Depois de rejeitá-lo, só vai conseguir o perdão dele se humilhando de uma forma  que o faça  sentir que você pagou com juros a vergonha que fez ele passar". Foi com essas sábias palavras do babaca do Lip que eu tive a ideia de me humilhar publicamente para melhorar o ódio mortal que Mickey estava sentindo de mim.

No fim, só custou toda minha dignidade, mas valeu a pena, porque ver o gremlin me convidando para um encontro com um sorriso fofo na cara e aqueles olhos azuis que ficavam ainda mais lindos com aquele brilho travesso dele quase me fez prometer que eu iria usar aquele chapéu todo dia se ele mantivesse esse ar irresistível só pra mim... espera! O que caralhos eu estou pensando?!

— Gallagher? - A voz de Mickey me tirou da minha pequena crise interna.

— O que foi? - Eu perguntei quando vi o sorriso na cara dele.

— Tudo bem que você usou um chapéu de burro, mas não precisa começar a agir igual a um. - Eu revirei os olhos para ele, que parecia ainda mais divertido.

— Ha ha ha, muito engraçado, Mickey. Tá me zuando, mas não sou eu que te convidei para um encontro sem nem ter ideia de onde te levar. - Eu sorri quando percebi o rubor nas bochechas dele.

— Cala a porra da boca! Eu sei onde eu tô te levando!

— Onde então?! - Ele resmungou palavras que eu realmente não conseguia entender e no fim se contentou em responder:

— É uma surpresa, seu idiota! - Isso basicamente significava que ele ainda estava pensando e não tinha ideia, mas eu ia parar de zoar com ele antes que esse encontro se transformasse em um assassinato com ocultação de cadáver.

Eu segui ele por um tempinho até que ele fez uma cara de felicidade, como se finalmente tivesse decidido onde queria me levar.

— Por aqui, Gallagher. - Ele apontou, andando mais rápido e praticamente me puxando com ele.

Depois de andarmos mais um pouco, chegamos em frente aqueles parques de diversões improvisados montados numa grande praça e um lago cheio de pedalinho. Era surpreendentemente bonito.

— Uau, Mickey, até que é um encontro romântico. Você vai tentar ganhar um ursinho pra mim? - Isso me rendeu um dedo do meio, mas valeu a pena provocar.

— Enfia o ursinho no seu cu, a gente vai fazer é outra coisa. - Ele apontou para um campo de paintball. Era óbvio que o meu baixinho iria querer brincar só nas coisas mais violentas, não que eu fosse contra.

— Tudo bem, mas depois eu escolho onde vamos. - Ele levantou as sobrancelhas pra mim, mas logo depois cedeu, mesmo que resmungando.

Caminhamos até o campo de paintball e fomos jogar uma partida, que acabou saindo mais difícil que o esperado quando eu tive que impedir de Mickey de bater nas pessoas com a arma.

— Como assim eu não posso dar uma coronhada na cabeça desses filhos da puta? - Ele parecia genuinamente confuso com isso, o que só tornava isso ainda mais engraçado.

— Mickey, contato físico é proibido. - Ele bufou com a minha resposta.

— Então por que chamam essa porra de simulação de guerra?! - A pergunta dele até tinha sentido, mas regras eram regras e se eu deixasse ele meter coronhada nas pessoas, nós seríamos expulsos do parque rapidinho.

— Que tal eu escolher agora, Milkovich?

— Que seja, Gallagher, o que você quer fazer? - Eu sorri e apontei para os pedalinhos, adorando ver o bico que ele fez quando entendeu aonde eu queria ir. Me deu vontade uma imensa vontade de beijá-lo, mas eu ia me segurar para evitar que ele acabasse surtando.

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