Capítulo 9

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P.O.V Mickey Milkovich

Eu ainda estava tentando controlar a porra da minha respiração depois do encontro que eu tive com o alien ruivo. Ainda não conseguia acreditar que eu tinha aceitado continuar com essa história e até mesmo proposto uma espécie de pegação sem compromisso mesmo sabendo que esse idiota estava mexendo comigo de um jeito diferente, de um jeito que eu não gostava. Mas ao mesmo tempo, não conseguia evitar de querer isso, não conseguia encarar Gallagher e ameaça-lo para que ele parasse de vez com essa história.

Porra! Eu não sabia o que fazer, só sabia que mesmo com toda essa confusão da minha cabeça, eu queria continuar vendo Gallagher e por mais que eu detestasse admitir, eu queria passar mais tempo com ele. A ansiedade não conseguia apagar a sensação boa que vinha toda vez que eu via ele na minha porta, toda vez que a gente se beijava e toda vez que havia uma promessa de que haveria mais. Eu parecia um viciado... só que a fonte do meu vício era um ruivo idiota.

Suspirei, odiando saber que meus pensamentos estavam me desesperando ao ponto de me fazer pensar em sentimentos. Qual seria o próximo passo? Escrever uma cartinha de amor pra Gallagher?! Nem fudendo, eu preferia enfiar uma faca no meu peito antes de fazer uma atrocidade dessas.

Entrei em casa, esperando poder ficar em silêncio no meu quarto, encarando o teto enquanto esperava milagrosamente que todas essas dúvidas e emoções estranhas desaparecessem como mágica ou sei lá, provavelmente eu ia pegar o restante das cervejas na geladeira e ficar bêbado hoje. Mas antes que eu pudesse continuar com meus planos, dei de cara com Iggy no sofá, olhando diretamente pra mim.

— Que porra você quer? - Perguntei, esperando que ele terminasse de falar logo. O clima entre mim, Iggy e Mandy ainda estava uma merda.

— Calma, eu não quero brigar. - Isso era tão irônico vindo da boca de um Milkovich. Parecia que sempre queríamos brigar. — Eu quero que você volte pra escola, mas você tem razão ao dizer que tô sendo um hipócrita te pedindo isso enquanto ainda continuo no mesmo ritmo de sempre. - Eu arregalei os olhos, sem saber onde Iggy queria chegar.

— E?

— Quero fazer um acordo contigo. Você volta para a escola e eu faço o supletivo. - Isso parecia inacreditável vindo da boca do meu irmão, que largou a escola desde cedo pra virar braço direito do Terry. Era como se a realidade tivesse finalmente me acertado na cara e eu estivesse vendo todos ao meu redor se adaptar ao fato de que ele estava finalmente morto.

— Por quê?! - Perguntei, sem saber o que dizer sobre isso.

— Porque acho que devemos mandar Terry tomar no cu e finalmente tomar o rumo de nossas próprias vidas. - Pelo menos ainda tinha o Iggy que eu conhecia dentro do meu irmão. Por um minuto eu achei que ele ia começar a falar sobre um futuro grandioso e mensagens positivas e isso me aterrorizou. Já estava preparado pra dar um soco nele.

— Eu realmente não gosto daquele lugar. - Murmurei mais pra encher o saco, porque sabia que depois de Iggy fazer o sacrifício de fazer um supletivo, eu não ia escapar de voltar pra lá.

— Não precisa gostar. Assista as aulas que você gosta, dê um jeito de passar nas que você não gosta, consiga aquele estúpido diploma e pronto. - Eu ouvi o diacurso dele e me impedir de resmungar, porque era uma batalha perdida e eu já sabia que ia ter que voltar para aquele lugar.

— Tudo bem, eu volto pra porra da escola, mas não vou desistir totalmente dos meus negócios.

— Nem eu vou desistir totalmente dos meus, ainda temos que dar um jeito com as contas. - Iggy respondeu. — Só que com isso, talvez esse jeito ilegal não tenha que durar a vida toda, sabe.

— E com o que você vai querer trabalhar? - Perguntei, não conseguia fingir que não estava surpreso com meu irmão mostrando que talvez quisesse fazer algo além da vida criminosa.

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