Capítulo 11

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P.O.V Mickey Milkovich

Porra, o filho da puta me rejeitou! Eu simplesmente não consigo acreditar que ele teve a cara de pau de simplesmente dizer que ia me acompanhar até em casa com aquela cara de sonso.

Cheguei em casa completamente puto... e no fundo acabei  me perguntando se tinha algo de errado comigo, porque não fazia sentido o filho da puta fazer um monte de insinuação pra no fim me despachar como se eu fosse algum tipo de incômodo.

— Foda-se ele. - Murmurei para mim mesmo tentando me acalmar, até porque não fazia sentido estar com tanta raiva.

— Falando sozinho? - Me virei para encarar Mandy, que estava me olhando de um jeito engraçado.

— Que porra você quer? - Ignorei a pergunta dela.

— Só queria ver com meus próprios olhos se o que Iggy tinha me dito era verdade. - Isso me deixou com ainda mais raiva. Além de tudo, meus irmãos fodidos estavam comentando sobre mim pelas minhas costas.

— Desembucha, vadia, que merda ele te falou? - Ela sorriu maliciosamente.

— Disse que você tinha se arrumado pra sair. - Eu revirei os olhos, sabendo onde ela queria chegar.

— Tire esse sorriso da cara, porque eu não estou planejando sair com ninguém tão cedo, o que significa que você não vai sair com ninguém também. - Essa parte era meia verdade e meia mentira, porque por mais que eu tenha saído com Gallagher algumas vezes, eu definitivamente não ia sair mais, não depois do filho da puta me deixar com a cara no chão.

— Minta pra mim o quanto quiser, uma hora eu vou descobrir mesmo. - Ela falou, me olhando como se pudesse tirar todos os meus segredos de mim apenas olhando no fundo dos meus olhos.

— Okay, versãozinha de merda do Sherlock. Posso dormir agora ou você vai ficar plantada aqui?

— Vai se foder, Mickey Mouse. - Isso era golpe baixo! Ela sabia que eu odiava esse apelido. Me comparando com aquele maldito rato da Disney!

— Vai tomar no cu, Mandy. - Respondi, mas ela já tinha ido pro quarto dela.

Sem paciência para lidar com mais nada, fui dormir, apenas para acordar ainda mais puto no dia seguinte. O pior de tudo, era que eu ainda teria que ir pro colégio já que tinha um acordo com Iggy de levar aquela merda a sério.

Tomei uma xícara de café forte sem açúcar e saí de casa sem esperar por Mandy, porque eu não ia aguentar conversar com ela sem que isso se transformasse numa briga.

Cheguei naquela merda num mau humor tão grande que todo mundo teve a consciência de ficar bem longe de mim conforme eu passava, mesmo que internamente, eu quisesse que algum idiota desse me um motivo para ser espancado. Mas justamente, quando eu pensei que estava calmo o suficiente para me controlar, vi Gallagher no fim do corredor e pela cara de merda que ele fez, ele me viu também.

Avancei pelo corredor adorando ver a cara de perdido dele, provavelmente se perguntando se era hoje o dia que ele ia morrer. Mas por mais que eu quisesse matá-lo, me contentei em empurrá-lo com meu ombro e quase fazer ele cair de bunda no chão. Isso fez o meu humor melhorar... um pouco.

Fui pra aula encarar o monte de baboseiras que a velha professora dizia enquanto constantemente me perguntava o que estava fazendo naquele lugar e quando eu finalmente fui liberado, corri para arquibancadas esperando que Gallagher tivesse o bom senso de não aparecer por lá.

No entanto, quando eu cheguei lá e vi que ele realmente não tinha aparecido, fiquei mais puto do que aliviado e isso me deixou confuso. Talvez porque uma parte de mim estava realmente esperando uma porra de uma conversa onde ele dissesse o que rolou na cabeça dele ontem. Porra! Eu estava realmente me transformando numa vadiazinha...

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