Capítulo 13

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esse Capítulo tem descrição breve de um ataque de pânico.

P.O.V Mickey Milkovich

A sensação calorosa de conforto foi a primeira coisa que a minha consciência captou enquanto eu estava em um estado meio sonolento e foi um pouco estranho porque fazia muitos anos que eu não conseguia lembrar como era acordar tão bem, sem o susto de ter que pular da cama por conta de um pesadelo, sem o medo de achar que a qualquer momento Terry invadiria a minha vida e acabaria comigo se eu baixasse minha guarda. Hoje parecia diferente porque tudo o que eu sentia eram os braços em volta de mim e o calor da pele do idiota que de alguma forma tinha conseguido se aproximar de mim e continuar vivo.

Tudo parecia bom demais pra ser verdade e por mais que no fundo eu estivesse tremendo de medo por me entregar tanto, eu não conseguia sair correndo e eu não queria me afastar dele. Eu queria aproveitar esse momento bom para um caralho que milagrosamente estava acontecendo na minha vida.

— Ian... - Repeti esse nome na minha boca, só para ter o gostinho de saber que ele carregava uma intimidade que eu não  conseguia mais ignorar.

Depois de um tempo de silêncio percebi que ele ainda dormia profundamente e, por mais que uma parte mais bruta tivesse vontade de acordar ele no grito eu decidi não arriscar a sussurrar o nome dele mais alto porque tinha medo de que isso faria com que esse sonho tão bom se quebrasse.

Me ajeitei um pouco e não resisti em aproveitar o sono dele para poder admirá-lo sem medo de ser pego fazendo isso... ainda não queria arriscar que ele descobrisse o quanto ele me afetava só pelo meu olhar idiota, então esse momento onde eu poderia tentar contar as sardas que pintavam seu rosto e o faziam parecer adorável, as sobrancelhas e os cílios ridiculamente vermelhos e os lábios que escondiam um sorriso tão safado ficariam só entre mim e a minha consciência.

Quando ele finalmente começou a se mexer eu rapidamente me ajeitei de volta e fingi que jamais tinha ficado encarando ele como se eu fosse um maluco obcecado.

— Bom dia... - Ele murmurou, com a voz rouca pelo sono.

— Bom dia pra quem, idiota? A gente provavelmente perdeu a hora. - Eu reclamei mais por força do hábito do que por estar realmente bravo.

Sem parecer abalado pela minha reclamação,  ele se ajeitou para me encarar, me mostrando aquele sorriso de canto idiota que praticamente tinha virado uma marca registrada dele e começou a fazer carinho no meu rosto. O pior é que eu nem tinha coragem ou força para fingir que não estava gostando.

— Dormiu bem? - Ele perguntou.

— Não foi uma noite tão ruim assim. - Respondi, tentando parecer o mais desinteressado possível, mas minha voz falhou um pouco e eu acabei desviando o contato com aqueles olhos verdes.

— É o seu jeitinho de dizer que a noite foi maravilhosa e que eu sou muito bom de cama? - Isso me tirou uma risada alta.

— Você é convencido pra caralho, Ian. - Ele ficou em silêncio de repente, me olhando de um jeito tão intenso. — O que foi?

— Gosto de ouvir a sua risada e gosto de ouvir a sua voz dizendo o meu nome... - Ele sussurrou numa voz suave como se tivesse  compartilhando um segredo muito importante comigo e de repente ele aproximou nossos rostos e me deu um beijo lento, mas ao mesmo tempo era intenso para um caralho e fazia a porra do meu coração pular dentro do meu peito.

Tentando fugir dessa sensação vulnerável eu me afastei um pouco para conseguir respirar e acabei perguntando a ele:

— Por que você sempre diz coisas assim? - Era para ter saído num tom mais incisivo, mas eu não conseguia fingir que eu estava bravo com isso, só me sentia confuso e queria entender o que Ian tinha visto em mim para me olhar dessa forma tão apaixonada, para me falar coisas sem medo de parecer ridículo... eu me sentia tão valorizado quando ele estava comigo e eu não sabia o que fazer com essa sensação.

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