A Escuridão Que Me Atormenta

II - Uma morte

Na estação, Sirius era outro. Ficava sério e olhando para o chão. Já Ruby, era sempre a mesma, em qualquer canto. Sempre reclusa, quieta e timida. Ela viu seu pai ali, a esperando, vestindo vestes completamente pretas. Ao se aproximar dele, ele a abraçou e Ruby sabia que aquele seria o único abraço que ele lhe daria, o ano todo. No entanto...

- Querida, eu tenho algo a te contar. - Ele respirou fundo e deu um sorriso mínimo. - Lyla morreu. Ela estava com a sra. Black, quando tudo aconteceu.

- O que aconteceu?

- Pessoas do Ministério duelaram com elas. Sua tia morreu na luta.

- Como estão os meninos?

- Rodolpho está mais calmo e sereno. Chora as vezes, mas sem muito escândalo. Rebastan é quem está devastado e com raiva. Já quebrou muitos vasos da casa e copos.

- E o senhor?

- Aliviado que ela se foi. Finalmente poderei ser o pai que deveria ter sido pra você, Ruby. Uma pena Lagertha não estar aqui. - Ele ficou em silêncio por uns segundos e começou a andar. - O funeral será na próxima semana. Os Parkinson virão para cá, logo não iremos à França. Os Malfoy vem aí, devemos forçar luto.

Então o sr. e a sra. Malfoy se aproximaram deles, desejando os pêsames. Os Black fizeram o mesmo, exceto por Sirius, que olhava para Ruby com ódio, o que fez a menina preferir fechar os olhos, do que olhar para ele. Ela tentava esquecer o que houve naquela manhã e focar que agora ao menos ela teria paz em casa, torcendo para que Rebastan não se tornasse cruel com ela.

Roberth saiu dali com sua filha e assim que chegaram na mansão Lestrange, estava tudo um caos. Os elfos andavam de um lado para o outro, Rebastan gritava de algum cômodo e um homem de vestes negras e capuz, estava de costas. Roberth parecia manter tremendo respeito a tal homem, o chamando de "Mi Lord" e lhe beijando a mão. Ele então foi até Ruby e a levou para perto do homem, para o apresentar. Imediatamente ela soube que aquele era Voldemort. Ruby ficou apavorada e estava louca para sair dali, mas para a sua sorte, o próprio Voldemort a liberou assim que lhe foi apresentada.

Ruby subiu as escadas correndo e passou depressa por um cômodo, onde Rebastan quebrava algo. Ela acabou voltando e parou na porta, olhando para ele. Rebastan parou e Rodolpho começou a caminhar em direção a menina.

- Eu sinto muito por... - E ela foi silenciada.

Rodolpho lhe deu um forte tapa no rosto, que deixou marca de sua mão, cuspindo em seguida na garota. Ele a xingou e disse para não falar com ele, saindo da sala em seguida. Ruby segurou o máximo que pôde, mas estava cansada. Ela tentou, mas desabou ali mesmo, chorando descontroladamente. Era o misto de tudo que passou nas mãos de Sirius ao longo do ano, mas principalmente naquele dia, em junção com o que Rodolpho acabara de fazer. Ela caiu sob seus joelhos e chorava de forma intensa. Foi quando sentiu um abraço e um cheiro que lhe era desconhecido.

- Está tudo bem, Ruby. Seu irmão está aqui.

"Rebastan?" Se perguntou Ruby, imediatamente olhando para o irmão. Ele sorriu e a levantou, a levando para o quarto dela.

- Eu sinto muito. - Dizia a menina, enquanto caminhavam. - Sinto muito por sua perca.

- Você sabe como me sinto. Eu sei que sabe. Eu estou furioso, mas não com você. Ao menos agora posso ser o irmão que deveria ter sido. Agora ande, troque de roupa que logo mais os parentes começam a chegar. E não fale com o Rodolpho, se não quiser apanhar dele outra vez. - Então ele parou de falar, recostado na porta do quarto e ouviu uma voz vinda do andar de baixo. - Bellatrix...

E assim ele saiu, indo depressa para receber a moça. Vendo que já estava sozinha, Ruby trancou a porta e foi para o banheiro, enchendo a banheira e se deitando na água morna, tentando ficar calma. Não adiantou muito, já que ela teve uma crise de choro, ocasionada pelas lembranças de tudo que ela já viveu, principalmente horas atrás e também por observar os cortes que ela tinha em seu braço. Ruby se mutilava há tempos e odiava olhar seus cortes ou cicatrizes, sempre que estava com algo mais curto.