V - Uma verdade assustadora

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Era a primeira aula da Sonserina com a Grifinoria e ela sabia o que isso iria virar: tormento para ela e Severus. Ruby até chegou mais cedo na aula de poções e se sentou no meio da sala. Como os Marotos sempre chegavam atrasados, ela sabia que no meio, não seria vista por eles. Os últimos a chegarem e os primeiros a sair. Mas naquele dia, para o azar dela, Remus apressou a todos e eles chegaram cedo. Sirius, assim que a viu, deu um sorriso maléfico e se aproximou dela, parando diante de sua mesa.

- Olá esquisita.

- Me deixa em paz! - Ela pediu, se recusando a olhar para ele.

Sirius então segurou seu rosto, a forçando a o olhar.

- Paz? Eu sou seu inferno, racistinha. Sua mãezinha imunda pode ter se safado, mas eu vou fazer você pagar por o que ela fez e por quem é.

- Ela não fez nada.

- Nada? Além de ser a putinha do seu pai, ela matou um nascido trouxa, com dezesseis anos. Mas ficou impune, porque era linda e rica. Uma pena você ter nascido tão feinha. Mas a nojeira daquela puta que te deu a vida, tá impregnada em...

- NÃO FALE ASSIM DA MINHA MÃE! - Ela gritou.

Sirius deu um tapa forte na mesa dela, o que a assustou.

- SUA MÃE ERA UMA PUTA, ASSIM COMO VOCÊ! - Ruby então começou a chorar. - Ow, ela vai chorar... Quer dar um show? Então vou te dar motivo pra chorar. - Sirius empurrou a mesa da garota e ela caiu no chão. Enquanto caia, Ruby bateu a cabeça na quina da mesa ao lado, causando um ferimento que a fez sangrar. Já a mesa pesada, que caiu com ela, causaria roxos em sua perna e ela teve o pé torcido, além de quebrar o braço, ao o usar para se proteger, fazendo a mesa de madeira cair nele. Sirius olhou sorrindo para ela, enquanto ela chorava por causa da dor. - Agora sim tá chorando de verdade. - E cuspiu nela, rindo e indo para o lugar.

Uma aluna da Sonserina levantou a Ruby e Avery a pegou no colo, dizendo que iria leva-la para a enfermaria. Lá cuidaram do braço de Ruby e fizeram pontos na testa dela, onde a ferida havia sido aberta. Avery ficou ali com ela, até que fosse liberada. Ruby estranhou que aquele garoto estivesse sendo tão atencioso. Mas apesar do estranhismo, ela se sentia bem de não estar sozinha. Assim que foi liberada, Avery saiu junto dela, a ajudando a andar. Ruby pediu para a levar para a comunal e assim Avery fez. Quando Severus a viu, perguntou como ela estava, assim como Regulus, ficando os três cuidando dela.

Num momento a sós, Ruby escreveu ao seu pai, perguntando se a mãe havia mesmo matado um nascido trouxa, ainda na adolescência. Ela ficou ansiosa com a ideia de tal informação estar certa, aguardando pela carta de resposta. E quando a recebeu, no fim do dia, se entristeceu, pois estava correta a informação de Sirius. Roberth contou com orgulho, que Lagertha havia matado um nascido trouxa, fora de Hogwarts, em um passeio dela com ele. O ministro deixou passar, justamente por serem ricos e Ruby queria muito uma versão que não colocasse a mãe como a certa. Claro que ela mais tarde, já em sua cama, chorou.

Ruby pensava que sua mãe era um anjo, uma boa mulher, mas tudo se foi quando soube da verdade. Ela era uma comensal da morte orgulhosa de carregar a marca, era uma assassina e o nascido trouxa havia sido o primeiro de sua lista de assassinatos. Ela apenas perdeu para a irmã, mas não queria dizer que ela era  uma boa pessoa. Ruby se sentiu mal de saber, mas pensou que ela não era a sua mãe. A maldade de Lagertha, não fazia de Ruby uma pessoa má. Ela respirou fundo e olhou no espelho, dizendo que era uma boa pessoa. Naquele momento ela agradeceu por ter agora um quarto só para si.

Os dias passaram e Avery, juntamente de Severus, estavam cuidando de Ruby. Regulus também tentava dar um auxílio, mas era Avery que não saia de perto dela, o que fez Ruby ter mais um amigo, além de Severus.  E ela ia melhorando de pouco a pouco e Sirius apenas cuspia nela, uma vez ou outra, quando passava por ela. Mas houve um dia, em que ela, pela noite, voltava da enfermaria, após retirar os pontos da testa, que ouviu vindo de um pequeno corredor, o som de choro. Ruby se aproximou devagar e viu que era Sirius que chorava, sendo consolado por Peter. Ela nunca imaginou ver aquele garoto chorando, mas lá estava ele, soluçando. Eram lágrimas de desespero e mesmo que ela sentisse ódio por ele, ela não achava que uma pessoa deveria chorar daquela forma.

- Eu sou uma merda, Rabicho!

- Six, não fala isso cara... Você é popular, bonito, inteligente! Tem tanta coisa boa em você!

- Mas eu não salvei meu irmão! Reggie me odeia agora! Sabe o que é isso? A única pessoa na sua família que te amava, que dizia que você era o herói dele, agora te odiando!? - Sirius começou a chorar desesperadamente, enquanto Peter o abraçava. Ruby estava em choque de o ver daquela forma. - Sem ele falando comigo, nunca vou conseguir o tirar de lá. E sabe o que vai acontecer? Ele vai morrer! Vai morrer sem nem ao menos ter a porra da chance de ter filhos, uma família, fazer tudo diferente. Eu só quero proteger ele... mesmo que eu morra tentando.

- Tudo vai ficar bem, Almofadinhas. Pode confiar em mim. Eu sempre vou estar ali, pra te ajudar.

Sirius abraçou a Peter, chorando ainda mais.

- Obrigada Rabicho, por ser um ótimo amigo.

- Somos irmãos. Nós quatro.

- É... somos!

E assim Ruby saiu dali. Ela estava em choque, incrédula do que estava acontecendo. Nunca pensou que veria Sirius chorando, ou se sentindo fraco, mas ali estava ele. Era claro que ele amava a Regulus mais do que tudo e que esse afastamento estava o partindo em pedaços. Então ela deduziu que isso doía igualmente em Regulus, decidindo que ela seria uma boa amiga para ele. Foi então depressa para a comunal, procurar pelo rapaz. Assim que o encontrou, se sentou com ele, na beira da janela. Regulus lhe ofereceu alguns doces e perguntou como ela estava.

- Meu braço está melhorando. Não sinto mais dor no corpo e logo mais o gesso vai ser retirado.

- Isso é bom. Sinto muito pelo que meu irmão fez.

- Tudo bem.

- Ele não era assim. Não era pra ele ser assim. Fica descontando a raiva da Walburga e da família, em pessoas que não tem nada haver. Você é... bem... por sua mãe, digamos assim.

- Ela era uma assassina! Odeio pensar nisso, mas é a verdade.

- Mas você não é ela. Isso tá errado!

- E você não é seu irmão. Não precisa se desculpar por uma merda que ele mesmo fez. Bem, vamos mudar o assunto? Quantos filhos vamos ter? Porque eu acho que deveríamos.

Regulus sorriu abertamente.

- Gostaria de ter três! O que acha?

- Gosto da ideia. Três crianças correndo pela casa.

- Tomara que a gente consiga ter uma vida feliz, longe de todos.

- Teremos! Vamos manter a fé de que teremos.

Os dois passaram o restante da noite conversando, mas a mente de Ruby, não saia de Sirius Black. Ela pensava nele, em como ele chorava e em como ele parecia ser apenas uma criança quebrada. Ruby quis o abraçar e então se culpou por isso. Ela tentou afastar Sirius de sua mente, mas nada adiantava. Ela estava odiando pensar nele, odiando querer estar com ele, cuidando daquele coração quebrado. Odiou isso tanto, que chorou por não o tirar de sua mente.

- O que está acontecendo comigo, Merlin? - Perguntou ela em meio às lágrimas, rezando para que ele saísse de sua mente.

Mas ao contrário do que ela desejou, Ruby passou a pensar em Sirius com uma frequência absurda. Todos os dias e horas. E quando o via, era um misto de medo e animação por o ver, reparando pela primeira vez em como ele estava lindo, sorrindo.




Será que Ruby está se apaixonando? Ou é apenas a curiosidade por saber mais das fragilidades de Sirius?

Veremos o que estar por vir.

Não esqueçam do voto! Beijinhos! Amo vocês.

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