A Escuridão Que Me Atormenta

VII Hipocrisia

Sirius estava tranquilo, caminhando pelos corredores de Hogwarts, junto de seus três melhores amigos, quando os três ouviram insultos supremacistas vindo de um local próximo. Os quatro se olharam e Sirius saiu correndo, sendo seguido pelos amigos. Enquanto eles faziam a curva, ouviram uma voz feminina gritando com quem estava falando tudo. Quando chegaram, viram que era um grifinorio insultando um lufano e que a voz feminina pertencia, curiosamente, a Ruby Lestrange.

- Fala as merdas que disse de novo!

- Mas ele é um sang- Ele foi interrompido por um tapa de Ruby. - Você é puro sangue como eu!

- MAS NÃO SOU UM PEDAÇO DE MERDA FÉTIDO COMO VOCÊ! - Gritou furiosa, com o garotinho de onze anos atrás dela. - O QUE É? SE ACHA MESMO MELHOR QUE ELE? - Ela gargalhou. - Se olhe no espelho e olhe dentro de si também. Nem sequer notas boas você tem! Onde uma pessoa feia, sem amigos, mal educada, mimada, que faz escândalo quando não te dão tudo na mão, que acha digno fazer bullying e que ainda acha que só porque nasceu numa família ridícula e pomposa, seria melhor do que uma criança pura, inocente, gentil, inteligente e com muitos amigos? E não venha falar que eu não conheço você ou a criança. Eu tenho aulas com você e além de tudo isso que eu disse, que vejo todos os dias, você fede! Não toma banho não? E esse anjinho, eu sou monitora e todos os monitores falam dele!

- Eu não cheiro...

- Você é podre garoto! Posso estar vinte metros de distância de você, que ainda sinto o mal cheiro.

- Ora sua...

Ruby ergueu a varinha.

- EU NÃO TENHO MEDO DE IR PRA AZKABAN! MINHA VIDA JÁ É UM INFERNO, LOGO EU NÃO TENHO NADA A PERDER! ENTÃO SE EU SOUBER QUE VOCÊ DESTRATOU QUALQUER SER VIVO DESSA ESCOLA (isso inclui até aqueles ridículos dos Marotos) EU MATO VOCÊ!

Ela deu dois passos rápidos, na intenção de assustar o garoto, que saiu correndo. Ruby olhou para o lado e viu os quatro Marotos, boquiabertos, observando aquilo. Ela olhou fixamente para Sirius e os olhos dele brilhavam, o que a fez suspirar e odiar ter gostado da forma de admiração que ele a olhava. Irritada com aquilo, ainda em posição de ataque, ela disse para eles, olhando fixadamente para Sirius:

- O que foi? Acharam que eu era supremacista e uma futura comensal, só por causa da minha família? - Ela disse em tom de deboche e começou a rir, carregada de sarcasmo. - Ah meus amores, que hipócrita da parte de vocês, tendo um Black como amigo, provando que nem todos somos assim. Mais hipócrita ainda para o próprio Black. Saibam - ela começou a andar em direção a eles - que eu sou uma pessoa muito melhor do que vocês quatro juntos.

Ruby os olhou de cima a baixo, carregada pela raiva que sentia, do sorriso mínimo de canto, que Sirius dava, como se estivesse orgulhoso dela. Então se virou e quando viu a criança, a raiva passou e ela foi atenciosa com ele, o abraçando, lhe dando beijos na testa e lhe perguntando se estava bem. O garotinho confirmou e Ruby começou a conversar com ele.

- Eu sou o Lucca.

- Olá Lucca. Que tal ganhar uma irmã mais velha de mentirinha? Eu posso ser uma, se quiser, ou se já não tiver uma.

- Não tenho. Não tenho irmãos. Acho que seria legal.

- Então somos irmãos agora? - Ela ergueu o mindinho.

- Sim! - Falou o menino, animado, crusando seu mindinho com o dela.

- Vem, vou te levar na cozinha, pra a gente pedir alguma coisa pra comer aos elfos. Sou amiga deles. O que você vai querer?

- Acho que um bolo de chocolate.

E assim saíram os dois, indo em direção a cozinha. As pessoas em volta estavam em choque e logo começaram a comentar sobre o quanto estavam enganados sobre ela. Já Sirius, pensava no quanto ela seria uma boa mãe, corrigindo seus pensamentos para "uma boa mãe para os filhos do Regulus". Apesar de tudo, Sirius ainda estava em choque, mas ao mesmo tempo orgulhoso de ver uma sangue puro, provar que nem todos são supremacistas. Ele pensou nisso o dia todo, só perdendo esse pensamento em Ruby, quando estava na comunal e recebeu uma carta de uma amiga já formada, da Lufa-Lufa.