XVI - Trégua?

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Sirius foi de forma cautelosa, atrás de Ruby, como um stalker. Ele observava cada passo dela e sabia passagens secretas, que o fariam captura-la, tal qual como a vez em que ele mentiu, dizendo que havia aparatado. Mas diferente daquele dia, a perseguição era tão cautelosa, que Ruby nem sequer sabia que havia um perseguidor com ela. Ele a observou ir a biblioteca, e escondido, a viu ler um livro, pesquisando por algo. Ela ficou por uma hora ali, pesquisando e anotando tudo, enquanto Sirius ficou a observando por todo o tempo.

Quando Ruby saiu da biblioteca, Sirius continuou a seguindo. Se ele estivesse com a capa da invisibilidade, seria ainda mais fácil e divertido, a perseguir. No entanto, lá estava ele, observando cada passo que ela dava, cada pessoa a quem ela cumprimentava, notando Sirius, que a maioria deles, eram homens.

Ruby então entrou por um corredor e Sirius sorriu. Sua mente deu um estalo e um espírito maldoso tomou conta dele. "Passagem secreta para uma sala não usada..." cantarolou a mente dele. Sirius logo passou pela pasagem, entrou na sala e foi depressa para a porta da mesma. A abriu lentamente, olhando pelo pequeno espaço que ele deixou, para ver quando Ruby passaria ali. Ela vinha andando devagar e ele correu até uma carteira, onde tinha um tecido preto. Algumas das carteiras daquela sala, possuíam esse tecido, como forma de preserva-las.

Sirius voltou a olhar pela pequena abertura na porta. No momento em que Ruby passava, extremamente próxima a porta, Sirius jogou o pano sobre seu rosto, a puxou para dentro, tapando a boca dela. Ruby não enxergava nada, logo sentiu medo, até que o cheiro de Sirius tomasse conta de suas narinas. Apesar de ser um alívio, saber quem estava ali com ela, o medo ainda tomava conta dela. Ela temia a Sirius. Porém, assim que ele retirou as mãos da boca dela, mesmo com o rosto ainda coberto, Ruby gritou:

— QUE INFERNO CARA! PORRA! NÃO POSSO VIVER MINHA VIDA EM PAZ, NEM POR CINCO MINUTOS, QUE LOGO VEM VOCÊ, ME ATORMENTAR! - Sirius ri e tira o pano de seu rosto, para poder olha-la furiosa. — É COMO SE TIVESSE UMA ESCURIDÃO, UMA SOMBRA NA MINHA VIDA, QUE SEMPRE VAI ENCOBRIR O SOL, QUANDO ELE TENTA APARECER! UMA ESCURIDÃO QUE ME ATORMENTA, TODOS OS DIAS, TODA HORA! POR QUÊ? POR QUE BLACK!?

— Eu não consigo te deixar em paz! — Admite ele, sincero. — Não vim te atormentar! Eu apenas odeio te ver toda sorridente e irritante, dando atenção a todos, menos a mim!

— E isso seria o que? ME ATORMENTAR!

— A culpa é sua! Você está sempre rindo, feliz, enquanto eu tô aqui sozinho.

Ruby cerra o maxilar, irritada.

— Quem está sempre rindo e se divertindo pelos corredores, não sou eu e sim você! Eu estou há anos, tentando ter uma vida minimamente digna, mas VOCÊ sempre está aqui pra estragar tudo e fazer dela, um inferno! Mas se ta no inferno, abrace o capeta! Você me colocou num tormento, num inferno, mas eu juro que vou virar a rainha dele!

Sirius ri baixo, com um olhar malicioso.

— A rainha do inferno, é isso? Parece uma boa ideia. Eu sempre tive uma queda por rainhas. — Ele então se aproxima dela, colocando uma mão na parede atrás dela e a outra estava livre. Olhando nos olhos dela, ele diz: — Mas você sabe que eu não vou te deixar em paz. Não enquanto você me irritar tanto.

— E O QUE EU FAÇO PRA TE IRRITAR? NADA! PORRA, EU SÓ ESTOU EXISTINDO E VOCÊ VEM ME PERTUBAR! JÁ TÔ CANSADA DISSO, DE VOCÊ!

Ele coloca a mão na mandíbula de Ruby, levantando o rosto para que ela o encare. Ele está irritado agora, mas ao mesmo tempo, há algo mais na sua expressão; algo que Ruby não consegue identificar com precisão.

— Você sabe muito bem o que faz. Você me provoca, sempre está me provocando! Você gosta disso! — Ele responde, com um tom de provocação na voz.

A Escuridão Que Me Atormenta Onde histórias criam vida. Descubra agora