IV - Descobertas

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O dia de retornar a Hogwarts havia chegado e Ruby estava novamente nervosa, ansiosa e sentia seu estômago revirar. Sempre, já ali na estação, quando Sirius a via, ele lhe fazia um inferno e ela sabia que tudo iria retornar. Seu pai a levou até lá e Ruby suava frio, com medo do que viria naquele próximo ano. Porém, assim que viu Regulus, ela se juntou a ele e seu pai se despediu dela ali, assim como os Black do garoto. Os dois andavam juntos pela estação. Ela procurando por Severus e ele por Barty. Enquanto Ruby andava com o rapaz, do outro lado, James Potter a viu e ficou paralisado, apenas a admirando. Ele então deu dois tapas fracos e desajeitados no braço de Sirius e disse:

- Seu irmão tá andando com uma gata! - Todos do quarteto procuraram por Regulus e assim que o olharam, ficaram impressionados com a companhia dele. - Quem será que é ela?

Sirius a olhou bem e a identificou de imediato, se odiando profundamente por concordar que ela era uma gata.

- Lestrange. - Todos olharam para ele. - Ela é Ruby Lestrange.

- Ruby? - James falou em tom de deboche. - Tá ficando louco? Ruby jamais conseguiria ficar bonita nesse nível!

- É a Lestrange. Quem mais seria toda manchada desse jeito? - Se referiu ele, as sardas.

- Não é ela não. - Disse Remus. - Acho que você precisa de óculos, Almofadinhas.

Sirius revirou os olhos.

- O tempo irá provar que eu estou certo e que ela é a esquisita da Ruby.

Os quatro então mudaram de assunto, mas os olhos de Sirius não saíram dela. A garota encontrou Severus e juntos entraram no trem. E enquanto Sirius a observava, ele se perguntava o porque ele estava a achando tão linda naquele ponto, já que não desviava os olhos dela. Ele se sentia perdido em meio a beleza da garota e se questionou se ela sempre havia sido bonita assim, ou o porque ela era tão feia antes. "Será que ela sofria algo em casa?" Se perguntava ele.

E mais tarde, depois que a reunião dos monitores foi encerrada, Remus voltou correndo para a comunal, louco para contar o que houve. Assim que chegou, seus amigos estavam sentados nos sofás, rindo de algo que um deles havia falado. Remus parou diante deles, ofegante e disse que Sirius estava certo e aquela era mesmo a Ruby.

- Impossível! - Disse James.

- Acho que o momento dela deixar se ser o patinho feio e virar o cisne branco, chegou. - Disse Remus e ninguém entendeu. - Deixa pra lá.

- Como soube? - Peter perguntou.

- Ela foi nomeada por Narcisa Black para ser a monitora da Sonserina, então tava lá na reunião. Quando disseram que a nova monitora era a Ruby Lestrange, eu olhei em volta e não a vi, até que caminharam até aquela coisinha linda e deram a ela a chave do novo quarto dela e tudo mais que ela precisa. Eu fiquei incrédulo que ela estava tão bonita. E tem mais.

- Mais? - James falou curioso.

- Ela tá noiva do Regulus. Acho que seus pais conseguiram fazer a troca, Almofadinhas.

- Tenho dó dele.

- Do por que, se ela tá linda? - Disse James.

- Não sei onde tão vendo tudo isso. Tira a maquiagem dela e tudo acaba.

Mas na manhã seguinte, Sirius se provou errado. Ruby chegou no salão principal, sem maquiagem e estava perfeita. Ele ficou em choque e Remus fez questão de enfatizar que Sirius estava errado. E novamente, ele tentou desviar o olhar, mas não conseguia. Porém, no horário de aulas, quando passou por ela no corredor, ele jogou os materiais dela no chão e a empurrou forte, o que a fez cair. Olhando para ela no chão, ele disse:

- Pode ter mudado a aparência, mas a essência é a mesma. Não pense que só porque está melhorzinha, que quer dizer que eu vou te deixar em paz. Estamos só começando, esquisita.

Assim ele saiu andando e ela respirou fundo, não queria chorar. Ainda estava leve, diante do que ele costumava fazer, mas todo ano era assim. Sirius sempre começava as importunações de forma leve, até ir piorando cada vez mais. Então ela se levantou, juntou suas coisas e seguiu seu caminho, tentando ficar calma. Mais tarde, enquanto ela estava no jardim, Regulus se juntou a ela.

- Oi, posso te fazer companhia? - Perguntou ele, educadamente.

Ruby sabia que Regulus só estava reagindo bem ao noivado extremamente forçado deles, porque ela agora estava bonita, já que antes ele a ignorava, por mais que ela tentasse uma conversa com ele. Porém, mesmo sendo por isso, ela não recusava a companhia do rapaz. Se eles iriam se casar, ao menos amigos deveriam se tornar.

- Fique a vontade. - Disse ela, dando um sorriso sem mostrar dentes.

Regulus respirou fundo e parecia que ele queria contar algo a ela. De fato ele queria e contou.

- Ruby, eu... Se você vai entrar pra minha família (quer dizer, a menos que um de nós morra antes disso, você vai entrar), você precisa saber de umas coisas.

- Claro. Pode me falar o que quiser. Quero ser uma nora agradável pra sua mãe.

- Ninguém é agradável para ela. A mamãe, ela é... bem, ela é violenta. Ninguém nunca é bom o suficiente para ela e se você fizer algo que ela não quer, ela parte pra violência. As vezes psicológica, as vezes física. Mas na maioria das vezes é as duas. - Ele respirou profundamente outra vez. - Sirius fugiu de casa porque não aguentava mais o que faziam com ele. Eu faria o mesmo. Só que levaria ele comigo.

- O que faziam com ele, Regulus? - Ela perguntou, segurando as mãos dele, já imaginando que o menino passava pelo mesmo que o irmão.

- Sabe a maldição crucio? Ela usa nele, dês de que eu me conheço por gente. Sirius era extremamente torturado dentro de casa. Com feitiços, ou agressões físicas. Uma vez a Walburga pegou um chicote que nas pontas tinha uma garra de ferro e o bateu com isso, só porque ele não queria ir em uma festa idiota. Ele tinha só nove anos. - Uma lágrima escapou dos olhos dele. - E Sirius apanhou tanto, que ele desmaiou e ficou deitado numa poça de sangue. Quando ela saiu, eu fui cuidar dele, com auxílio de Andrômeda. Ele apanhou a vida toda, de formas muito cruéis. E em muitas vezes, apanhou no meu lugar, pra me proteger dela. Walburga é um monstro. E ele acha que você é como ela, já que sua madrasta era amiga dela.

Ruby não sabia o que fazer. Não conseguia imaginar aquele Sirius Black que ela conhecia, como um garoto torturado. Mas e se ele fosse daquele jeito só como uma máscara, um muro, pra se proteger de tudo que ele passou em casa? Ela estava em choque que alguém poderia ser mais cruel do que Lyla.

- As vezes - Regulus continuou - o meu irmão só é ruim com os outros, como uma forma de descontar tudo o que ele passou em casa. Não tá certo descontar nos outros, mas diferente do Potter, ele não é assim de graça. Walburga conseguiu fazer ele virar isso. Mas ele de verdade, por trás do muro, não é assim. Ao menos não era, até o dia que ele me deixou pra trás. Nunca irei o perdoar por ter feito isso comigo.

- Eu sinto muito.

- Posso te pedir algo?

- Claro!

- Quando a gente se casar, vamos mudar pra longe? Qualquer lugar do mundo. Contando que eu esteja longe dela.

- Eu acho uma excelente ideia.

- Ah, eu não vou te fazer ser fiel a mim. Fique tranquila. Será um casamento de faixada e podemos ser bons amigos e colegas de quarto.

Ruby sorriu e concordou com ele.

- Bem, eu tenho um treino agora. Se quiser ir ver...

- Eu na verdade tinha combinado de encontrar o Sev. Mas no próximo eu irei com você.

Regulus sorriu e deu um beijo na testa dela. Assim eles se separaram e cada um seguiu seu caminho, mas Ruby não parava de pensar no que acontecia com Sirius.





gente, tadinho do Sirius e do Regulus... os meninos sofreram tanto!

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A Escuridão Que Me Atormenta Onde histórias criam vida. Descubra agora