O Laboratório

Tenave se afastou de Vinícius que estava sentado com os braços apoiados nos joelhos. Se afastou junto aos outros, seguindo o caminho de barro. Doni falava algo com Edval e Bruno seguia na frente, guiando os outros.

- Estamos muito longe? - perguntou Tenave.
- O Bom Campo está perto - respondeu Bruno. - continue caminhando.

Continuaram para o destino caminhando em passos pesados.

- O que vamos ver lá? - Tenave se virou para Doni.
- O que eu queria visse.
- Os dinossauros?
- Oh, sim. As grandes criaturas caminham em bandos por lá.

Desceram todos uma descida no caminho que seguia subindo novamente. As plantas já não estavam mais aparecendo a frente e as folhas já não mais atrapalhavam a luz do sol tardio.

Tenave viu então um clarão em sua frente. Um belo campo de espaço aberto. Uma grande colina descia e terminava num riacho. E, tanto no riacho quanto descendo a colina, ele viu os grandes animais caminhando em lentos passos. Eram 10 triceratops. Todos com variações nas cores vermelho, verde e azul, sendo azul o mais comum, e variações no tamanho e formato dos chifres. Cerdas corriam pelas grandes caudas dos dinossauros, balançando a cada passo.

Ele ficou maravilhado, sem palavras. Pôs suas mãos na cabeça e lá ficou parado.

- Os triceratops - disse Doni. - Bruno, por que não estão com as outras espécies?
- Eles desceram a colina esperando mais espaço para a época de acasalamento. Esperavam um local seguro para por os ovos.

Tenave começou a andar em direção aos triceratops, parando quando julgou ser uma distância segura. Realmente estava mais maravilhado que pensara que ficaria. Mas sua contemplação foi interrompida por Vinícius andando manco em sua direção.
Estava suando e arfando cansado.

- Onde estava? - Tenave perguntou, ainda olhava para os animais.

- Bem, fui perseguido e vim parar aqui. - respondeu o estudante.
- É sério?
- Sim. Por sorte, os triceratops são muito calmos e assustam outros menores e raivosos.

Vinícius contou que depois do susto, conseguiu avistar o grupo pouco mais abaixo da colina. Então correu para baixo, evitando encontrar o paquicefalossauro que o perseguira.

- Infortúnio - disse Bruno, se aproximando com Doni. - não devia ter ficado só para trás.
- Foi uma boa experiência - respondeu Vinícius.
- Bom - Doni se pronunciou. - aqui é apenas um dos vários ambientes da ilha. Por que não faremos um passeio amanhã? Hoje eu ainda quero mostrar como tudo funciona na reserva.
- Para onde vamos? - perguntou Tenave.
- Para o Centro.

Caminharam para a estrada de terra novamente a seguindo para o norte. Refizeram todo o caminho para a bifurcação no caminho.

Agora passavam pela estrada ladrilhada. Alguns postes que seguiam a rua já acendiam um por um até chegar no fim do caminho.

Terminava numa área com 4 prédios grandes. A direita 2 prédios robustos de concreto e os dois a esquerda eram como cúpulas de vidro.

- O centro é composto pelo museu, o laboratório, o jardim paleobotânico, e o terrario - disse Doni. - como Bruno disse na balsa, esperamos abrir a reserva para visitação pública para complemetar o investimento nesses animais, que são difíceis de se manter. O jovem Vinícius havia perguntado sobre a quantidade de oxigênio que os animais precisam. Bem, nós produzimos oxigênio no subsolo do laboratório e o gás é enviado para toda a ilha por meio de dutos de ventilção subterrâneos que sobem por canos disfarçados de árvores. Fazendo com que os animais que mantém a cabeça para cima possam respirar pelas pelos Canos de Respiração, como chamamos.
- Também há saídas de ar pelo chão, para não deixar buracos na atmosfera artificial da ilha - disse Bruno.
- Sim, claro - Doni voltou a falar. - em questão da alimentação, os saurópodes comem de árvores específicas que plantamos ao redor do Campo e da Praça Saurópode, onde eles ficam. Os herbívoros menores comem dos arbustos que crescem rápido no pasto e os carnívoros não deixam de lamber os dedos, os alimentamos com presas vivas vindas de fazendas no continente.
- Eles comem presas vivas? - perguntou Tenave.
- Sim, vacas, carneiros, porcos - respondeu Doni. - agora, se puderem me seguir.

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