Grande Rex

Tenave parou por um instante, pensando se os americanos já vinham para capturar os dinossauros naquela parte dos Belos Campos. O ronco do motor parecia ecoar ao vale.

- Eles estão vindo - disse Vinícius.
- É... - respondeu Tenave. - para a torre - ele tateou o ombro do aluno. - vai!

Ambos correram para as escadas que subia espiralmente até o parapeito. Os passos marcando o ferro que tinia com os pés dos dois que seguiam se segurando no corrimão.

Enquanto subiam cada vez mais, os roncos pareciam cada vez mais perto. No parapeito, uma porta amadeirada escancarada para uma sala na torre. A sala era bem espaçosa: uma mesa no centro mostrava um grande mapa da ilha, e as janelas davam para os Belos Campos, com binóculos observadores fixos nas marquises.

Tenave correu até um dos binóculos, pondo seus olhos próximos ás lentes e o movimentando para procurar pelos pastos. Ele viu os dinossauros correrem para o lado esquerdo dos spinosaridaes quando os jipes camuflados se aproximavam cada vez mais.

- Estão lá - disse Tenave, virando o rosto para Vinícius.

O ronco dos motores assustavam os ouranossauros e alarmavam os diabloceratops que balançavam a cabeça gradualmente e bruscamente. Os jipes paravam lateralmente para os dinossauros e militares miravam rifles para os animais.

O barionix foi atingido na região do pescoço por um dos caçadores e foi cercado por jipes. Ficando sem saída, mordia e rosnava para os homens que tentavam laça-lo. Os cabos voavam pelo pescoço e ele caiu alí mesmo. A boca não mordia mais. Apenas o estômago inflava e desinflava.

O espinossauro correu com os braços encolhidos para o rio, chegando na parte funda e afundando, não dando mais sinal. 3 outros ouranossauros foram pegos e sedados juntos a 2 diabloceratops. O resto dos ceratopsidaes correu em bando para a floresta e os ouranossauros berravam agitados em circulos.

- Deus do céu! - exclamou Vinícius, se mantendo com os olhos para os campos na janela. - vamos fazer algo!
- Não. Olhe!

Tenave o segurou pelo braço e apontou para o mangue. As árvores faziam uma clareira seguida até a mata menos densa, onde não havia raízes. Nessa trilha, as árvores finais balançavam conforme uma batida era ouvida. Os militares procuravam o que estava fazendo aquela barulheira. Todos os outros dinos correram para as árvores.

Então, os dois tiranossauros surgiram por trás das árvores, correndo para o outro lado do rio. Pisavam na água sem nenhuma preocupação, mostrando que já passaram por alí antes. Jogando água nos homens abaixo, os deixando cegos ao próximo ataque.

O macho tiranossauro surgiu do lençou de água empurrou um dos militares com a cabeça, o mesmo foi levado para o outro lado dos carros. A fêmea estava se pondo acima de um jipe, o atacando com mordidas. Ela prendeu as mandibulas nas barras da capota removível do jipe e os arracou, jogando fora a capota que caiu em algum lugar do rio.

Um mais baixo dos militares, armado com um fuzil, mirou para os tiranossauros mas tudo o que conseguiu foi chamar a atenção do macho. O dinossauro caminhou para o soldado e o abocanhou. Ele ergueu a presa e fechou as mandibulas, fazendo as duas pernas agitadas sessarem e caírem ensanguentando a grama.

Os jipes restantes, que carregavam os dinossauros inconscientes em carroças acopladas, sairam num estouro. Os tiranossauros não tentaram perseguir os carros, até por que os focinhos estavam manchados de sangue o que indicava que já tinham caçado, provavelmente aquele pobre ouranossauro que Tenave encontrara na floresta.

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