A Caçada

O caminhão pedalou pelo caminho de terra. A direita a praia, a esquerda a floresta. O grande caminhão estava passando pelo caminho de funcionários para o sul da ilha onde ficava os carnívoros.

Tenave agarrava uma das barras da gaiola para se segurar. Fitando o piso metálico e pensando no que faria para impedir. Teria que pensar em algo para libertar os animais do cais também, mas, enquanto isso, deveria fazer o que eles mandassem.

Logo veio a esquerda, onde o caminhão passou. As árvores facando menos densas e uma trilha levando para o leste. Tenave reconheceu o land rover abatido entre as árvores, já estavam no ambiente onde o alossauro foi capturado.

Após a trilha veio o pé da colina. Os assobios tenebrosos da mata se aproximavam. O caminhão deu uma curva, desacelerado, e a gaiola vei depois. Se aproximando das árvores de depois da colina.

Tenave se virou para trás, olhando através das barras. Os outros dois soldados vieram ao lado dele para observar a mata escura. Giolen saiu da cabine do caminhão com um salto e veio até o lado da gaiola, para a frente do professor.

- Agora - disse Giolen, folheando um documento grampeado na ponta de cima. - vamos pegar os velociraptors que ficam na mata adentro. Alguma dica, professor?
- Que tal ir banhado em molho de churrasco, hum? - disse Tenave, criando uma expressão irônica na face. - talvez eles gostem de caçar um caçador.
- É claro - Giolen partiu para uma porta menor na lateral da gaiola e a abriu destracando um cadeado. - Vamos!

Os soldados levantaram Tenave agressivamente pelos ombros e o empurraram para fora da gaiola. Giolen retirou alguns projéteis do rifle e os substituiu por dardos tranquilizantes. As etiquetas diziam "etorfina", uma droga potente usada em grandes animais.

- O que vai fazer? - perguntou Tenave, sendo levado pelos soldados mas ainda sendo segurado. - os velociraptors vão morrer com esse tranquilizante. É potente demais.
- Não vou acertar os velociraptors com isso - respondeu Giolen, se virando e apoiando o rifle bronzeado no ombro. - vou acertar um maior. Agora vamos.

Novamente foi empurrado para frente. Os soldados e o professor adentraram a mata. Tenave ainda estava encomodado, as folhas dos arbustos bloqueacam sua visão bem mais que no land rover e, a qualquer momento, poderia descobrir que um grande carnívoro podia estar os caçando.

Uma pequena clareira, como um círculo de árvores. Eles pararam em frente á uma rocha arredondada. O solo parecia ser bem batido em terra, mas o que chamava atenção era as pequenas e magras pegadas de dois dedos que cobriam toda a clareira. Havia vários ossosm, aparentemente, de bodes próximo a rocha e também um resto de carcaça recente.

- Estão perto - disse Tenave.
- Como sabe que já não estão aqui? - perguntou um soldado.
- Eles não levam a caça ao ninho. Mas talvez eles voltem.
- Então temos que espera-los?
- Depende do tamanho do grupo de dinossauros. Podemos estar em um grupo bem menor.
- E como nós descobrimos? - perguntou o outro, se assustando com um repentino assobio mais para frente.
- Contando as pegadas. As pegadas de tamanho e, talvez, forma diferentes podem aproximar o tamanho. - Tenave virou lentamente para esquerda e andou nessa direção. Os outros se dividiram para observar as pegadas do meio, da direita e ao outro lado da rocha.

Tenave se encontrou ainda sendo vigiado por Giolen. Queria sair da visão dos militares. Pensou em sair correndo mata adentro, atrair os soldados para um grande carnívoro, voltar ao caminhão e largar o motorista desmaiado em algum local, mas não sabia o que fazer depois. Vinícius ainda estava desaparecido e o norte da ilha podia estar sendo muito vigiado.

NeoMezoOnde histórias criam vida. Descubra agora