O Safári

Tenave acordou em sua cama. Não tinha percebido que adormecera, apenas que tinha tomado banho na noite anterior e se deitado, mas agora que o sol já clareava o quarto deveria se levantar e ir para os prédios no centro. Percebeu que Vinícius não estava na outra cama, mas, logo que olhou para a porta do banheiro trancada e deixando escapar o som de água por debaixo, presumiu o óbvio.

- Vinícius - disse ele. - vá depressa, temos que sair rápido!
- Certo, vamos - disse o aluno, agora vestindo uma camisa com a banda ACDC estampada. - não vai tomar banho?
- Não é da sua conta - disse o professor indo até a bolsa de Vinícius. - e eu já tomei ontem. Onde está o binóculo?
- Ahm, no segundo bolso.

Tenave revirou a mochila até encontrar o par de lentes que procurava. Logo fechara as cortinas da janela, exitando em procurar o que vira noite passada.

- Vamos - disse ele, se dirigindo a porta.
- E o resto das coisas? - Vinícius o acompanhava.
- Não vamos precisar de um sinalizador. Deixe aí.

Vinícius suspirou preocupado mas obedeceu mesmo assim. Desciam a passagem inclinada, vendo o mar calmo e deslizante. O céu estava azul e o vento soprava nas árvores.

Logo estavam com o recepcionista, no balcão. Ele ainda estava sorridente como antes. As bochechas pareciam queimadas de vermelho.

- Bom dia, prof. Tenave - disse ele. - o sr. Bruno lhe aguarda alí em baixo.
- Obrigado.

Bruno estava encostado num dos pilares que descreve a entrada do hotel. Estava com o uniforme padrão do controle veterinário da ilha. Tenave e o aluno desceram as escadas para baixo.

- Bom - disse Bruno. - vamos iniciar o passeio. Vamos.
- Para onde? - perguntou Vinícius.
- Vamos começar o safári no sul e, depois, Agatha vai lhes mostrar o aviário, o aquário e a Tundra.
- A "Tundra"?
- Onde nossos animais do pleistoceno estão.
- Pleistoceno? - Tenave veio a perto. - como cenozoico?
- Exatamente.
- Fascinante!

Bruno caminhou com os dois para os prédios do centro. O museu, o laboratório e os outros prédios estavam iluminados pelo sol desta vez. Doni estava na escadaria do museu junto a Edval conversando. Logo os da escadaria vieram aos outros que chegaram.

- Bom, prof. Tenave - disse Doni. - Vamos ao safári finalmente.
- Queria dizer - disse Edval. - infelizmente não ficarei com vocês. Já estou partindo, mas desejo uma boa sorte na sua investigação, prof. Tenave.
- Obrigado - disse Tenave. - e boa viajem.

Edval se despediu dos outros e partiu só em direção ao cais. Logo Bruno foi na frente dos outros. Tenave permaneceu observando o homem ternado ir embora até Doni chamar sua atenção.

- Professor? - disse Bruno. - vamos?
- Claro.

Pegaram um caminho mais a fentre dos prédios. Caminharam por entre as árvores e postes apagados e pararam quando chegaram numa tenda de palha. A tenda cobria três carros land rover discovery de safári, todos do lançamento de 2001. Eram verdes e tinham o nome "MezoSafari" abaixo de um uma caricatura de um saurópode.

- Os land roves são ótimos para safáris - disse Doni. - uma vez eu estava no Quênia com uma caravana de land rovers, procurando um raro leão albino que disseram ter visto no mesmo lugar. No final o achamos sendo capturado por caçadores ilegais e nós conseguimos afasta-los.
- Pareçe ter sido uma grande aventura - disse Vinícius.
- E foi.
- Oi! - Bruno os chamou a distância, perto do primeiro carro. - vamos agora?
- Claro! - respondeu Doni. - assim que der partida!

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