II

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Aric Njord:

O grito fez com eu percebesse que estava nu, seus olhos fortemente cobertos como se ela estivesse com asco da minha pessoa. Serrei os meus punhos e agarrei as roupas que estavam ao alcance das minhas mãos e me vesti rapidamente.

— Estou vestido, senhorita. – Avisei, porém ela negou. — Recomponha-se, não irá querer que nos encontrem dessa maneira. Mesmo com a sua honra intacta será obrigada a casar-se comigo.

Ela negou e sua ama ajudou com que ela se levantasse e eu tive vontade de rir ao ver ela tentar se esconder com os braços, suas roupas intimas estavam molhadas e transparentes, era impossível cobrir tudo, então eu me virei não querendo a deixar ainda mais constrangida. Meu lobo revirando-se dentro do meu peito, ordenando com que eu a pegasse nos meus braços e reivindicá-la como minha e a proteger para que ela não tivesse o mesmo fim que Liv.

— O que as senhoritas estão fazendo nessa área da minha propriedade? – Rosnei quando ela retornou as minhas vistas já completamente vestida, suas bochechas avermelhadas e a cabeça abaixada. — Meu senhor, não gosta que estranhos fiquem circulando pelas suas terras.

— Perdoe-nos, senhor. – Pediu a ama, parece que alguém tinha comido a língua da garota. — Minha senhorita queria apenas se refrescar por conta do calor. Nos perdoe.

— Estamos na propriedade de papai. – Bradou ela cruzando os seus braços e encarando-me com raiva. — Não temos motivos para dar explicações, esse senhor que não deveria estar aqui.

— O rio está nas propriedades do senhor, está um pouco longe das terras do seu pai, senhorita Andersen. – Avisei dando dois passos à frente e elas recuaram. — Além de ser vulgar uma garota sair desacompanhada e vir a um local tão hostil, poderia acabar encontrando alguém mal que faria algo contra a senhorita e a sua ama.

— Perdoe-nos, senhor. – Repetiu a ama apertando o seu braço quando ela abriu a sua boca, eu gostaria de ficar ali ouvindo as suas réplicas. — Isso não voltara a acontecer. Vamos deixar com que o senhor retorne para o seu banho.

— Contenha a sua senhorita. – Ordenei e ela concordou. — Não está mais na corte inglesa, as coisas aqui são diferentes e se continuar comportando-se dessa maneira acabará entrelaçada em um escândalo e seu destino poderá ser cruel.

Ela me encarou furiosamente e a ama lhe puxou para a trilha ralhando sobre as suas maneiras e eu apenas a segui com os olhos, sentindo o meu coração palpitar, eu não estava esperando encontrá-la naquela vida, iria fazer como eu tinha feito nos últimos 400 anos e apenas ignorar as suas reencarnações, pois eu não iria permitir que ela terminasse como Liv, seu corpo sem vida nos meus braços ainda era um pesadelo contante.

Bati com força na água sentindo-me irritado e saí do rio, meu lobo estava gritando para que eu a reenvidasse naquele momento e não deixasse com que nada acontecesse com ela, porém a minha mente dizia o contrário e eu sabia qual seria a consequência das minhas ações se eu deixasse com que o meu lobo tomasse conta e fizesse as suas vontades. Embrenhe-me na floresta antes de deixar com que ele saísse, meu corpo transformando-se e as minhas patas batendo com força contra o chão por onde o seu cheio ainda estava presente, minha mente nublada e o corpo a desejando.

Fiquei na beira na floresta, apenas observando-a ralhar com a sua ama enquanto entravam na mansão rapidamente, minha audição sensível capitava a bronca que ela estava recebendo e os seus passos correndo pelas escadas e logo ela apareceu na varanda, suas mãos forçando-se contra o parapeito, seu rosto vermelho de ódio. Aquela sua personalidade era muito mais forte do que as outras, as antigas reencarnações de Liv eram crianças doces e jovens amorosas, a senhorita Andersen não parecia nem um pouco com elas.

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