IV

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Skadi Andersen

Semanas Depois:

Eu estava certa sobre o comportando daquele homem, é claro que ele não tinha procurado o meu pai e estava apenas brincando e suas palavras não valiam nada. Me mantive em casa daquelas semanas, não queria ter que o encontrar e nem ouvir nenhuma palavra sobre ele, pois, eu não estava conseguindo controlar as minhas emoções quando seu nome era pronunciado.

— Muito bom, senhorita. – Afirmou a ama da minha mãe. — Suas habilidades no bordado estão ficando melhores, minha senhora, ficará orgulhosa do seu empenho. A senhora poderá começar a procurar um bom marido, já está em idade de se casar.

Engoli a seco e apenas concordei deixando o bordado de lado e avisando que eu iria dar uma volta pelo jardim para pegar um ar antes da nossa próxima lição. Ingrid estava calada e enquanto me acompanhava para o meu passeio.

— Qual o problema? – Perguntei a encarando. — Você está calada e isso não costuma ser normal.

— Minha senhorita está em idade de casamento, logo irá encontrar um marido e se mudar. – Choramingou ela. — Não terei espaço na sua própria família e eu não serei mais importante, a senhora irá me vender quando a senhorita se casar.

— Não se preocupe com isso, eu a levarei para onde eu for. – Prometi sorrindo e apertando as suas mãos. — E eu não tenho a intensão de me casar, quero permanecer ao lado dos meus pais por toda a minha vida.

— Não fale uma coisa dessas, senhorita. – Suplicou ela e eu suspirei. — Se a senhora ouvir a senhorita pronunciar essas palavras irá ficar furiosa e a colocar de castigo até o seu casamento. Vamos sair do sol, sua pele irá ficar manchada se continuar se expondo ao sol.

Deixei com que ela me guiasse para a sombra e sentei-me em uma das cadeira encarando a floresta, minha mente gritava para que eu retornasse a clareira, que eu tivesse certeza de que o meu sonho era apenas isso, já que eu não poderia comentar com ninguém sobre aquele assunto ou iriam me chamar de maluca e me internar em uma instituição.

— Senhorita. – Chamou Ingrid e eu a encarei. — Devemos retornar, suas lições precisam continuar e sabe que a senhora ficará irritada se souber que está postergando e deixando a senhora irritada.

— Vamos. – Concordei. — Acho que preciso aprender mais sobre bordados e cuidados com os filhos e com o meu marido, já que uma garota bem instruída consegue um bom casamento e não queremos que mamãe fique irritada com o meu futuro marido.

— A senhora só quer o melhor para a sua filha. – Afirmou ela e eu apenas sorri. — Não criei teorias na sua cabeça senhorita, a senhora ama você do seu jeito, mas ama.

Eu não retruquei e retornei para a sala, eu odiava aqueles ensinamento, porém apenas foquei em aprender sobre os ensinamentos que a mulher tinha para me passar. O som da carruagem aproximando-se fez com que eu sorrisse, papai deveria estar retornando e com isso o meu suplicio seria interrompido e quem sabe se ele tivesse um tempo livre nós poderíamos passear pela propriedade.

— SKADI. – Gritou mamãe assustando-me e eu larguei o bordado e levantei-me, ela estava tão furiosa que o seu rosto estava roxo. — Você...

O tapa no meu rosto fez com que eu caísse sobre a caixa de bordado, meu rosto ardendo e eu a encarei com medo, mamãe poderia ser dura, porém ela nunca tinha me agredido daquela maneira.

— Como você pode nos humilhar dessa maneira? – Questionou-me ela e eu estava confusa com as suas palavras. O que estava acontecendo? — Eu a eduquei da melhor maneira possível, lhe dei sempre tudo o de bom e o de melhor para você misturar o meu sobrenome com um desses bárbaros.

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