Nórdica

V

Aric Njord

Um Mês Depois:

— Meu senhor! – Chamou Endrik entrando na biblioteca e eu suspirei. — Outra carta acabou de chegar. Irá continuar ignorando as ordens da vossa majestade? Ela pode se irritar e tentar algo contra o senhor e aos seus protegidos.

— Como está a distribuição dos convites para o casamento? – Questionei-o. — Não quero nenhum problema em relação a meu casamento.

— Senhor! – Exclamou ele e eu apenas o ignorei, como estava ignorando as cartas de vossa majestade. — Esse comportamento não é normal do senhor, essa garota está lhe tirando a sanidade, apenas retorne as suas faculdades mentais.

— CALE-SE. – Bradei socando a mesa irritado e ela abaixou a sua cabeça. — Nunca mais fale da sua senhora essa maneira, ela é a minha companheira e todos devem a respeitar. Os humanos não me comandam, se a rainha quer ir à guerra que vista uma armadura e faça isso ela mesma, não irei mais levantar a minha espada contra os humanos. Foque as suas forças no meu casamento, quero que Skadi tenha um dia único.

— Irei cumprir as suas ordens, meu senhor. – Afirmou ele curvando-se. — Não se preocupe, todos nós queremos apenas com que o senho seja feliz e esqueça dessa maldição. Irei me retirar e resolver os problemas em relação ao casamento.

O dispensei e joguei-me na poltrona, eu não queria mais ouvir as pessoas falando sobre as cartas de vossa majestade, não colocaria a vida dos meus em risco por uma humana, principalmente quando eu estava tão perto de me casar com a minha companheira, minha atenção seria toda para minha Skadi e ninguém iria se meter no meio do nosso casamento.

Saí da biblioteca e caminhei até o calabouço, abri a porta da cela e encarei a mulher presa, suas feições eram serenas mesmo que estivesse a dias sem se alimentar e isso estava começando a me deixar irritado, minhas garras cresceram quando me aproximei e ela me encarou com desdém.

— Wicca. – Rosnei cravando as minhas garras na parede. — Está disposta a começar a falar ou irá continuar sendo torturada? Posso mandar os meus homens cuidarem de você e certamente não iria sobrar nenhum pedaço do seu corpo.

— Não tenho nada para contar a você, criatura imunda. – Bradou ela sorrindo. — Não existe nada que eu possa fazer para romper a sua maldição, não irá conseguir ninguém que consiga desfazer as palavras da deusa. Você irá a perder em três vidas, seu sofrimento está apenas começando lobo.

— Não acredito nas suas palavras. – Rosnei abaixando-me e pegando-a pelo pescoço puxando-a para cima e ela gemeu. — Deve haver alguma maneira de desfazer essa maldita maldição, eu não deixarei com que nada aconteça com Skadi, nós seremos felizes juntos e nada irá nos separar nem a sua maldita deusa.

— Aceite as consequências das suas palavras, lobo. – Zombou ela. — Seu sofrimento não é nada comparado ao que você fez com o meu povo, quero que você sofra por ter dizimado a todas nós e me manter presa naquela maldita cela.

Joguei-a no chão e saí trancando a cela e ordenando com que os soldados ficassem de olho em todos os seus movimentos e não permitisse que ela não fizesse nada. Retornei para a mansão e cumprimentei o meu alfaiate que estava ali para fazer a prova da minha vestimenta.

— Os aldeões estão comemorando o seu casamento, meu senhor. – Contou-me ele. — Todos estão felizes pela sua união, ter uma senhora para cuidar do povo nos trará prosperidade.

— Skadi é a pessoa certa para isso, ela é bondosa e gentil, certamente será uma senhora perfeita. – Afirmei. — Espero que todos estejam tão felizes quanto eu estou, esse casamento é tudo que eu preciso para me manter firme na minha posição como o senhor dessas terras.