VII

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Freia Pullman

Dias Depois:

A abertura da temporada foi um sucesso, era a única coisa que estava sendo comentada nos jornais naquela semana, isso e a falta do Duque de Hohenberg o que causou burburinhos e fofocas enfurecendo a vossa majestade e eu estava muito interessada em conhecer o famoso Duque, ele poderia ser uma ferramenta importante na minha vingança.

— Senhorita. – Chamou a empregada abrindo a porta do quarto e entrando com o meu chá. — A senhora está exigindo a sua presença na sala, ela ordenou que a senhorita estivesse apresentável.

Concordei e pedi para que ela escolhesse um vestido que eu iria me banhar para descer, deixei a xicara sobre a mesa e segui na direção da casa de banho. Banhei-me e enrolei-me me roupão, passei uma maquiagem e arrumei os meus cabelos em um penteado simples e vi que a empregada tinha escolhido um dos vestidos que Frederico tinha mandando fazer e coloquei meus brincos de perolas antes de me calçar e sair dos meus aposentos.

— Mamãe! – Exclamei sorrindo e entrando na sala, vendo que Valery estava desafinando o pobre piado e ela estava lendo os artigos que tinham saído sobre o evento de apresentação e os convites que tinham chegado. — Pediu a minha presença.

— Sente-se ao piano e toque algo agradável. – Ordenou ela. — Ensine algo a Valery, ela não consegue diferenciar as malditas teclas e tira esse som infernal do piano. Você pelo menos sabe o que está fazendo.

— Com prazer. – Ironizei cruzando a sala e sentando-me ao seu lado. — Alguma preferência?

— Algo audível. – Rosnou ela. — Minha cabeça está prestes a explodir por conta desse maldito miado tirado por Valery do piano.

Apertei as minhas mãos sobre as de Valery vendo a sua expressão triste, eu sabia o quanto ela estava decepcionada com as palavras de mamãe, ela poderia se esforçar infinitamente que nunca iria conseguir um elogio daquela mulher.

Meus dedos deslizaram sobre as teclas do piano, a melodia suave envolveu a sala deixando a todos perplexos com a minha capacidade de não ter perdido as minhas habilidades no piano, mal sabiam que o piano era o meu único alento nos anos de reclusão.

— Nossa bela Freia continua um prodígio ao piano. – Elogiou-me Frederico entrando na sala e eu rolei os meus olhos travando os meus dedos nas teclas. — Meus ouvidos duvidaram que fosse Valery ao piano, ela não tem capacidade de tirar uma melodia tão agradável do piano. O que acha de realizarmos um sarau, todos ficariam encantados com o talento da nossa garota.

— Sua irmã não precisa desse tipo de exposição, é melhor que ela se contenha nessa temporada. – Negou mamãe e eu apenas deu uma risada baixa, ela não estava errada quanto menos eu aparece-se melhor o meu plano caminharia. — Além do mais Valery deve ser a estrela dessa temporada, existem muitas garotas excelentes nesse ano, ela precisa se destacar em algo e não competir com Freia que já tem uma fama entre todas as boas famílias que tem partidos aceitáveis.

— Posso ensinar Valery. – Avisei. — Acho que ela precisa apenas de um bom professor, passo a maioria dos meus dias presa no meu quarto cultivando a minha inteligência com bons livros, não seria um problema ensiná-la.

— Você faria isso por mim? – Perguntou ela e eu concordei sorrindo. — Obrigado irmã.

— Não é necessário. – Bradou mamãe, — Valery tem outros atributos, ela pode não ser uma boa musicista, porém se destaca com a sua beleza angelical, vamos focar nisso e esquecer seus defeitos. Uma das cartas está endereçada a você, Freia.

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