XIII

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Aric Njord:

Um choque percorreu todo o meu corpo e as runas brilharam pelo seu corpo, era como se houvesse uma proteção que me repelia de tocá-la. Corri os meus olhos todos pareciam estar paralisados como se não notassem aquele fato. Afastei-me colocando as minhas mãos no bolso e vi ela despertar e tocar a sua mão como se estivesse incomodado com algo.

— Trina! – Exclamou a mulher grudando o seu corpo no dela. — O senhor Njord irá nos pagar o jantar, Blass literalmente o intimidou a fazer isso, já que é algo sobre o contrato enorme.

— Você não consegue manter a sua boca fechada? – Perguntou o homem irritado. — Por isso eu nunca contei nenhum segredo desde a nossa infância, você tem a língua maior do que a boca.

Os dois começaram uma discussão infantil e eu vi Katrina afastar-se avisando que iria tomar banho e eu puxei Endrik para fora do paddock avisando-o que nós estaríamos os esperando no restaurante.

— Você viu o que eu vi? – Questionei-o, porém Endrik estava mais calado que o normal. — As runas brilharem sobre o seu corpo, como se houvesse uma proteção me repelindo, ela irá sentir dor sempre que eu a tocar.

Ele permaneceu calado, examinei o meu braço direito, nós estávamos juntos a mais de mil anos e ele nunca se comportou daquela maneira, era como se algo estivesse o perturbando e ele não estivesse ouvindo nada do que eu estava falando.

— O que está acontecendo? – Questionei-o. — Parece que você irá surtar a qualquer momento, estou sentindo a sua magia emanar como se o seu lobo estivesse prestes a despertar.

— Isso acontece apenas na lua cheia, senhor. – Lembrou-me ele, entre todos eu era o único que tinha o poder de controlar os meus movimentos. — É apenas um problema banal, assim que ele se resolver eu voltarei ao normal, então não se preocupe. Como iremos agir em relação a senhorita Katrina? Ela não parece nem um pouco com as outras reencarnações da senhorita Liv.

— Está me escondendo algo. – Rosnei. — Você é o meu braço direito por toda a minha vida, você não irá conseguir me enganar por conta de uma desculpa esfarrapada como essa. Para sua magia estar descontrolada você precisa estar perto de alguém especial como a sua companheira. Você a encontrou?

— Não gostaria de falar sobre isso, senhor. – Respondeu ele tentando se afastar, mas eu não iria permitir que isso acontecesse, Endrik tinha estado ao meu lado naquele milênio e eu gostaria que ele encontrasse a plena felicidade. — Eu vi o senhor sofrer durante todos esses anos e não pretendo me aproximar desse mulher, ela é apenas uma humana que irá morrer dentro de alguns anos, não quero sofrer a dor da perda, não depois de ver o que o senhor passou durante toda a sua vida.

— Me conte. – Ordenei aproximando-me dele. — Você não pode fugir da sua companheira, ela irá lhe perseguir em todos os momentos da sua vida, até que você a perca ou ela encontre um humano que possa a fazer feliz.

— Estou ciente disso, meu senhor. – Afirmou ele. — Eu já passei por isso em outras de nossas vidas, tudo que eu preciso é a ignorar que ela irá desaparecer aos poucos e morrerá e por alguns anos eu terei a paz de não precisar a encarar. Isso já aconteceu antes e eu preciso apenas focar no meu trabalho.

Eu queria o sacudir e mandar com que ele parasse com aquele pensamento, porém era uma escolha dele, muitos lobisomens tinham medo de perder a sua companheira e por isso escolhiam não se aproximar delas e eu não podia o culpar e forçá-lo a me contar a verdade. Ele ligou o carro e seguiu na direção do restaurante onde tinha marcado com o empresário de Katrina.

— O que o senhor estava falando sobre a senhorita Katrina? – Questionou-me ele. — Na primeira vez que nós nos encontramos eu tive a impressão de que tinha algo de estranho com essa encarnação, é como se ela estivesse me repelindo.

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