III

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Skadi Andersen:

— Aric. – Anunciou ele fazendo com que um arrepio percorresse o meu corpo e por questão de segundos eu me perdesse dentro dos seus olhos de cores incomuns. — Chame-me de Aric.

— Isso é inapropriado, senhor. – Rosnei passando por ele e ouvi a sua risada. — Nós não temos nenhum relacionamento e eu não faço parte da sua família. Você já me trouxe em casa, eu posso percorrer o caminho sozinha.

— Então pararia de me chamar de senhor se fosse da minha família? – Questionou-me ele e eu senti as minhas bochechas arderem e ele segurou uma das minhas mãos. — Podemos mudar isso imediatamente, onde está o seu pai?

— SENHOR! – Gritei afastando-me. Aquele pervertido maluco. — Pare de se comportar dessa maneira. Se me der licença.

Caminhei apressadamente até a mansão sentindo o meu coração palpitar e minhas mãos queimarem por conta do seu toque. Dispensei todos os servos que se colocaram na minha frente e tranquei-me no meu quarto.

— Senhorita! – Exclamou Ingrid entrando nos meus aposentos e eu levantei a minha cabeça para a encarar. — Eu estava tão preocupada com a senhorita. Os modos do senhor são bárbaros. Se, minha senhora, souber o que aconteceu certamente teremos sérios problemas.

— Apenas nós sabemos sobre esse assunto. – Comentei sentando-me. — Não comente com ninguém sobre isso. Aquele homem é apenas um pervertido, vamos manter distância dele. Vamos nos manter na fazenda, estaremos protegidas.

— Você está certa, senhorita. – Afirmou ela sorrindo. — Irei preparar o seu banho, está cheirando a cavalo, acho que a senhorita não iria gostar que a senhora a encontrasse dessa maneira.

Concordei e deixei com que ela preparasse o meu banho enquanto eu começava a retirar as minhas joias e colocá-la sobre a penteadeira. A tina com água quente fez com que os meus músculos relaxassem e eu fechasse os meus olhos e deixasse com que ela esfregasse as minhas costas.

— Senhorita, o senhor fez algo inapropriado? – Perguntou Ingrid e eu rolei os meus olhos, ela precisava me lembrar daquele ser desagradável no meu momento de relaxamento.

— Não. – Respondi cortando aquele assunto, eu não gostaria de falar sobre aquilo, porém sempre que ela falasse sobre o senhor, eu ouvia a sua voz pedindo para que eu o chamasse pelo seu nome. — Ele apenas me deixou a alguns metros da fazenda e ninguém nos viu naquela situação. Vamos apenas esquecer esse assunto.

Ela concordou e pegou o meu roupão ajudando-me a me secar e colocar as minhas roupas intimidas e me arrumei para o jantar. Papai parecia animado com a movimentação da loja com as pessoas que estavam presentes na aldeia e mamãe apenas mandou com que ele não falasse sobre negócios a mesa, pois não havia homens presentes e ela não queria mais ouvir falar sobre aquele assunto desagradável. Apertei os talheres com força, sabendo que ela estava apenas atendo-se ao fato dela não ter gerado o seu precioso filho homem e que eu não seria o suficiente em seu coração e era um peso na vida deles, já que era a filha mulher e causaria apenas prejuízos com o meu casamento.

Me despedi deles e retornei para os meus aposentos, minha cabeça estava dando voltas, dispensei Ingrid e apenas saí para a varanda apoiando-me ali e sentindo o vento fresco levar os meus cabelos para trás. Mirei os meus olhos na floresta, todas as noites eu tinha a sensação de estar sendo observada.

Um uivo sofrido fez com que o meu coração doesse, era como se o lobo estivesse sofrendo por algo, meus olhos encheram-se de lágrimas e eu peguei um dos castiçais, desci as escadas silenciosamente, como se os meus pés soubessem para onde estavam me levando.

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