PRÓLOGO

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Liv

Norte Europeu, 1105:

Deslizei os meus dedos pelos seus cabelos enquanto encarava as flores a nossa volta, seu ressonar baixo fez com que eu desse um sorriso pequeno, daquela maneira ele não era assustador, sua beleza límpida e impecável fazia o meu coração palpitar.
— Se continuar a me encarar dessa maneira, eu irei comê-la. – Ameaçou ele com os olhos fechados e eu dei uma risada. — Você me ofende rindo dessa maneira, eu sou um predador natural. Acha que eu não sou capaz de comê-la?
— Irá conseguir viver em mim? – Retruquei e solucei de susto quando ele agarrou os meus pulsos e jogou-me contra a grama, postando o seu corpo contra o meu, seu nariz na base do meu pescoço. — Aric!
— Seu cheiro me deixa maluco. – Sussurrou ele deslizando o seu nariz pelo meu pescoço e um arrepio percorreu o meu corpo. — Existem muitas maneiras de comê-la, certamente você gostaria de muitas dela.
Seus lábios roçaram aos meus, sua mão deslizando pelos meus cabelos e prendendo-os entre os seus dedos e sua boca tomou a minha em um beijo lento, sua língua enroscando-se lentamente na minha enquanto pressionava o meu corpo contra o dele, meus dedos apertaram os seus ombros fazendo-me apertá-los e sentir a sua pele quente contra a minha. Nossos lábios se separaram e ele desceu os seus beijos pelo meu queixo até a base do meu pescoço.
— Poderia marcá-la nesse momento e ninguém me impediria. – Sussurrou ele raspando os seus dentes no meu pescoço e eu apertei seus ombros com mais força. — Lhe faria minha e ninguém iria tirá-la de mim depois de completarmos a união sagrada.
— ARIC. – Gritei empurrando-o e sentindo as minhas bochechas arderem e ele deu uma risada puxando-me para os seus braços e acariciou o meu cabelo enquanto eu batia contra o seu corpo. — Você não deveria falar dessa maneira.
— Desculpe-me. – Pediu ele segurando o meu rosto e deslizando os seus dedos pela minha bochecha. — Eu não consigo me conter quando estou nos seus braços. Quando poderemos ficar juntos? Quero assumir você para todos.
Mordi o meu lábio inferior e vi os seus olhos violetas serem revirados e ele se afastou e eu apenas continuei ali sentada no chão enquanto escutava ele soltar impronunciáveis e amaldiçoar os Deuses por terem nos feito inimigos naturais.
— Algum dia irá enfrentar a sua família, por mim? – Questionou-me ele e eu senti meus olhos arderem. — Sabe que eles estão a manipulando, essa maldita profecia sobre uma escolhida não existe. Acha que teriam deixado você viver se você fosse a reencarnação da Deusa Ace? Isso é apenas uma invenção para mantê-la controlada.
— Não fale do que você não sabe. – Rosnei, eu não gostava quando ele falava daquela maneira, aquelas discussões eram frequentes, pois ele nunca acreditava nos meus descendentes e isso me deixava irritada, pois eu nunca duvidei dos seus. — Nunca duvidei das suas crenças, nem da maneira que o seu povo age perante os seus deus, não é porque você não acredita nos poderes do meu povo que eu permitirei que os difame dessa maneira. Está se comportando de maneira impulsiva e desagradável.
— Você está sendo ingênua. – Bradou ele segurando os meus ombros. — Essa maluquice pode custar a sua vida e eu não irei permitir que isso aconteça. Você é minha companheira, parte da minha alma e eu não irei permitir que nada aconteça a você, nem que para isso eu tenha que matar todos os malditos Wiccas do planeta.
Minha mão bateu no seu rosto com força, as lágrimas que ardiam nos meus olhos não era nada comparado a dor que eu estava sentindo no meu coração ao ouvi-lo falar daquela maneira. Me arrastei para trás quando vi seus olhos voltaram-se para mim, eles estavam negros como o breu, seu rosnado fez com que o meu corpo inteiro se arrepiasse de medo e a minha respiração se tornasse ofegante, os dentes protuberantes trincados. Aquela era a sua força intermediaria.
— Vá. – Rosnou ele. — VÁ EMBORA.
Eu o encarei por longos segundos antes de levantar-me e correr para dentro da floresta, minhas pernas cansaram e eu me escorrei em uma das arvores ouvindo o seu uivo e isso machucou o meu coração, pois, era tão triste que fazia com que eu me sentisse culpada.
Esgueirei-me para dentro de casa limpando o meu rosto e ajeitando o meu vestido, se mamãe soubesse que eu estava na floresta ela me acorrentaria na cama por dias para que eu não cometesse nenhum pecado. O dia do culto anual estava se aproximando e todas as oferendas deveriam estar puras.
— Onde você estava? – Questionou-me ela assim que eu entrei no meu quarto. — Por que seu vestido está todo sujo? Não me diga que foi encontrar-se novamente com aquele diabo! Eu já lhe disse que a floresta é proibida, por que você não consegue escultar a sua própria mãe?
— Eu fui coletar flores para as coroas. – Menti, aquela era a única desculpa plausível para que a minha ida a floresta. — As flores da clareira são mais bonitas e perfumadas, a Deusa Ace merece o melhor.
— Está mentindo. – Rosnou ela aproximando-se e segurando os meus ombros e me farejando. — Você cheia como aquele maldito! Não me diga que se entregou para aquele monstro. Está traindo o seu povo dessa maneira? Entregando-se para um maldito lobisomem.
— Eu não estava com ninguém, mamãe. – Menti afastando-a. — Estava apenas coletando flores. Por que a senhora sempre pensa o pior de mim? Eu já lhe disse que nunca mais me encontrei com Aric depois de descobrir sobre a sua verdadeira identidade.
— NÃO FALE O NOME DAQUELE MALDITO NA MINHA CASA. – Gritou ela batendo com força no meu rosto e segurou o meu braço com força e puxando-me na direção da cama. — Não deixarei com que você saia até o dia do culto. Não deixarei com que traia o nosso povo por causa daquele diabo.
Ela me jogou na cama e prendeu o meu pé com a grossa corrente de prata enquanto eu me debatia e pedia para que ela me deixasse livre. Mamãe me encarou com nojo quando terminou de fechar a corrente e afastou-se.
— Agradeça-me por não deixar com que você se torne uma traidora ou seria morta sem honra. – Bradou ela. — Reflita sobre os seus atos e peça desculpa para a deusa, quem sabe ela tem piedade da sua alma e perdoará os seus pecados.
— Mamãe. – Chamei quando ela deu-me as costas e bateu à porta com força. — Mamãe.
Gritei e corri na direção da porta, meu corpo caiu no chão e eu gemi sentindo a dor no meu tornozelo e eu senti as lágrimas deslizar pelo meu rosto enquanto eu me encolhi em um canto do quarto e chorei sentindo a dor no meu peito.
O dia virou noite e dia novamente enquanto eu encarava a lua pela pequena janela do meu quarto. Ao amanhecer eu ouvi uma movimentação estranha e aproximei-me da porta encostando o meu ouvido ali.
— As fofocas estão rondando pela vila, a anciã está furiosa. – Falou alguém. — Sua filha era a principal oferenda do culto desse ano. Ela é a nossa salvadora e nos traiu por um maldito filho da lua.
— Liv continua pura. – Afirmou mamãe. — Ela ainda é a oferenda perfeita, nada mudou, ela não irá sair até o dia do culto, eu garanto isso.
— A anciã trocou o seu posto, porém ela quer que a sua filha seja uma isca. – Avisou. — Aqueles malditos certamente irão tentar estragar o nosso culto e não permitir que a Deusa Ace devolva os nossos poderes, iremos a usar contra eles.
— Se é esse o desejo da anciã será cumprido. – Garantiu mamãe. — Não se preocupe, esse ano será o 16º ano de oferendas, o mais importante não podemos deixar com que nada dê errado. A Deusa irá se apiedar dos seus filhos e nós iremos recuperar os nossos poderes e a glória das Wiccas.
A conversa se afastou ficando inaudível e eu fechei os meus olhos apertando as minhas pernas e solucei apertando o pequeno lobo de metal que Aric tinha me dado e senti o metal esquentar nas minhas mãos. Eu gostaria de poder avisá-lo para não fazer nada, porém mamãe nunca iria deixar com que saísse até o dia do culto.
Os dias se passaram lentamente, mamãe apenas abria a porta para deixar água e comida e saia sem falar uma única palavra. No dia do culto eu fui acordada cedo e levada para junto das outras garotas, todas pareciam empolgadas com a ideia de serem as oferendas do culto daquela ano, nós sabíamos que as oferendas eram as 16 virgens do ano, ela eram oferecidas a deusa Ace em busca do poder supremo que faria com que o nosso povo recuperasse a sua glória e não seriamos mais subjugados pelos outros seres mágicos.
Nossos corpos foram lavados com flores perfumadas com força para que não houvesse outro cheiro, vestidos brancos e imaculados, uma coroa de flores foi posta nas nossas cabeças e as crianças brincavam ao nosso redor jogando flores e fazendo orações preciosas e agradecendo pelas nossas vidas. Apertei a medalha de Aric com força que eu tinha conseguido guardar e senti-a esquentar nas minhas mãos e senti as lágrimas arderem nos meus olhos.
— Sorria Liv. – Pediu Ingrid entrelaçando o seu braço ao meu e sorrindo. — Esse é o nosso ano, desde crianças ser uma das oferendas é o nosso sonho, seremos as Wiccas mais poderosas do clã e protegeremos o nosso povo dos tiranos filhos da lua e dos sanguessugas.
— E se eles não forem tiranos? – Perguntei e ela arregalou os seus olhos colocando a sua mão na boca. — Esse poder é real?
— Eu não acredito. – Sussurrou ela afastando-se. — Eu escutei os boatos e não quis acreditar que você estava se envolvendo com um deles e estava nos traindo. Qualquer pessoa poderia fazer isso menos você.
— Ingrid. – Chamei, porém ela me ignorou. — Desculpe-me. Desculpe-me eu deveria ser a única a ser culpada por amar.
Ela me ignorou durante todo o processo e eu apenas me mantive calada e afastada das outras garotas, até porque elas não queriam contato comigo. Ao anoitecer uma das sacerdotisas veio ao nosso encontro e nos entregou os elementos que iriamos usar no culto daquela noite.
A lua cheia estava brilhante no céu, eu apertei com força a cesta nas minhas mãos sentindo o peso sobre os meus ombros. Nosso caminho até o local sagrado foi feito sobre flores e cânticos, a anciã já estava sobre a plataforma fazendo as suas orações enquanto as sacerdotisas cantavam.
— Minhas doces e belas garotas, vocês serão as oferendas desse ano. – Anunciou a anciã e eu senti um arrepio percorrer a minha espinha. — A deusa Ace lhes darão a benção e a glória que trata o poder ao nosso povo. Curvem-se perante a Deusa.
Meus joelhos foram ao chão e eu me curvei mantando a minha cabeça abaixada quando a primeira garota foi levada até a anciã, as ordens eram que nós permanecêssemos de cabeça baixa e olhos fechados fazendo as nossas orações e cânticos. Como aquele era o meu primeiro culto, já que as garotas eram permitidas apenas depois do 16º aniversário eu abri os meus olhos e engoli um grito quando vi a anciã cravar uma adaga no peito de Brigite enquanto ela se contorcia e era segurada pelas sacerdotisas.
— Irão nos matar. – Sussurrei sentindo um arrepio percorrer todo o meu corpo. — As oferendas são as nossas vidas, eles irão nos matar.
Minha palavras trouxeram pânico as garotas, fazendo com que elas gritassem e saíssem correndo e as sacerdotisas gritassem e corressem atrás delas mandando com que elas retornassem, pois eu estava mentindo. Mãos seguravam o meu braço com força arrastando-me na direção do altar fazendo-me tropeçar nos meus próprios pés.
— Garota maldita! – Rosnou a anciã sacudindo-me. — Eu sabia que você era um fardo desde o momento em que estava se envolvendo com aquele maldito. Agora você está nos fadando ao fracasso, não pouparei mais a sua vida, que a Deusa Ace aceite a sua alma podre como oferenda e nos perdoe por isso.
Fechei os meus olhos ao sentir a faca pressionar contra o meu pescoço e rezei para ser rápido. Um rugido fez com que eu abrisse os meus olhos e visse o enorme lobo negro saltar sobre as sacerdotisas, os dentes a mostra e cobertos por sangue, seus rosnados ensurdecedores.
— ACABEM COM ESSE MALDITO. – Gritou a anciã pressionando a faca com mais força contra o meu pescoço. — IREMOS MATÁ-LO EM OFERENDA A DEUSA, ELA NÓS PERDOARÁ PELO ERRO DO CULTO DESSE ANO, DUAS ALMAS PODRES SERÃO O SUFICIENTE PARA ACALMAR A SUA RAIVA E SALVAR O NOSSO POVO DA RUÍVA.
Me debati suplicando para que elas não o machucassem, Aric lutou contra todas elas, seu corpo sendo atacado pelas armas de prata, o sangue manchando o nosso solo sagrado enquanto a anciã ria e forçava-me a encarar aquela barbaridade.
Tirei as forças do meu interior e a empurrei fazendo com que ela caísse no chão e a adaga escapasse dos seus dedos e caísse aos meus pés. Peguei-a rapidamente e encarei o enorme lobo sucumbir, suas patas batendo com força no chão e os olhos negros encarando-me como se me desse a sua alma naquele momento.
— Não. – Sussurrei apertando a adaga com força contra os meus dedos. — Amada deusa Ace, todos sempre falavam que eu era a sua reencarnação, fui criada para ser a sua principal oferenda, então por favor escute as minhas súplicas. Darei a minha vida a você, mas salve a vida de meu amado, ele não é um monstro, nós apenas não nascemos para sermos companheiros. Aceite o meu sacrifício e poupe sua vida.
— NÃO – Gritou a anciã.
Cravei a adaga no meu peito e a puxei fazendo com que o meu sangue manchasse o altar e tossi quando meu corpo caísse sobre o altar. Um roscado e uma onda de magia percorreu todo o campo e eu tossi sentindo o sangue escorrer pelos meus lábios.
— Liv. – Chamou Aric caindo ao meu lado, seu rosto branco e machucado, tentei levantar o meu braço, porém não havia mais forças no meu corpo. — Liv, minha Liv.
— Amo você. – Sussurrei. — Amo você companheiro.
Minha cabeça foi enterrada no seu peito e o seu cheiro foi a última coisa que eu senti antes de desfalecer.


Aric Njord:


O grito escapou do meu peito, mantendo o corpo pequeno e sem vida contra o meu corpo enquanto a embalava, meu peito revirando-se com o ódio a onda de magia percorreu todo o meu corpo enquanto o meu espírito se quebrava por ter perdido a minha companheira daquela maneira.
— VELHA MALDITA. – Gritei apertando Liv com força e vendo meus companheiros cercarem o local e encurralarem aquelas malditas. — MATEM TODAS, QUERO O SEU SANGUE MALDITO ESCORRENDO PELO SEU TERRENO SAGRADO, ELAS GOSTAM DE MATAR GAROTAS INOCENTES QUE SEJAM MORTA NO MESMO LOCAL ONDE JÁ TIRARAM TANTAS VIDAS.
Gritos e lamurias era tudo que se escutava, apertei o corpo sem vida com mais força contra o meu, sentindo uma lágrima deslizar pelo meu rosto e segurei a adaga entre os meus dedos.
— Maldita deusa Ace. – Rosnei apertando a adaga com força. — ESTOU NESSE MOMENTO AMALDIÇOANDO A TODOS EM SEU NOME, QUERO QUE TODAS TENHAM UMA VIDA MISERAVÉL. SE EU E A MINHA COMPANHEIRA NÃO PODEMOS SER FELIZES JUNTOS QUE NINGUÉM MAIS TENHA ESSA CHANCE.
Com a adaga nas minhas mãos e a levantei, morreria junto da minha companheira, pois não havia mais um motivo para viver, minha Liv tinha partido, então iriamos juntos. Porém, meus movimentos foram parados quando a luz cegante invadiu o local e eu protegi os meus olhos antes de ver a mulher flutuando na minha frente, com um manto negro e o rosto cheio de escritas.
— Dois jovens apaixonados. – Sussurrou a voz doce, era como se ela estivesse falando diretamente no meu ouvido. — Um súplica e uma maldição. Qual dos dois eu devo aceitar?
— Deusa Ace. – Rosnei. — Tire a minha vida e devolva-a a ela, Liv é pura e inocente ela não merece morrer dessa maneira.
— Não tenho esse poder, jovem alpha. – Falou ela. — Ouvi a súplica de sua companheira pela sua vida e a sua maldição por todos aqueles que a machucaram. Entregue-me seu corpo e eu a protegerei até o momento da sua reencarnação. Entregarei-a para você novamente, porém sua maldição irá cair sobre os seus e sobre os dela.
Encarei e o corpo de Liv abandonou os meus braços e flutuou na sua direção.
— Pela sua súplica pouparei a sua vida, jovem alpha. – Avisou ela flutuando pelo altar. — Corações apaixonados merecem outra chance. Por três vidas vocês se encontraram, se amaram e repetiram o mesmo final trágico dessa primeira vida. Três vidas jovem alpha, lembre-se disso, essa é a consequência da sua maldição. A maldição irá se quebrar apenas depois de você perdê-la três vezes, quando isso acontecer vocês conseguiram finalmente celebrar o seu amor. Mas, tome cuidado, perigos sempre cercam aqueles que possuem grandes poderes. Aqui eu me despeço, jovem alpha.
— Por que está me dando uma segunda chance? – Perguntei. — Não preciso disso, apenas me leve junto a ela, não preciso viver sem ela ao meu lado, não aguentarei perdê-la por três vezes. Está me punindo por um erro das suas filhas.
— Você precisa amadurecer para entender que a consequências para os seus atos, jovem alpha. – Anunciou ela. — A cada vida, você irá entender o motivo disso ter acontecido e o motivo de serão separados. Como eu lhe disse, a consequências quando se faz pedidos em solo sagrado, o sangue do meu povo escorre pelo seus dedos, não posso apenas virar as costas para os seus pecados. Estou aqui pela súplica e pela maldição, cada um me fez um pedido e estou honrando aos dois. Não se esqueça do poder das suas palavras. Wiccas e lobisomens estão condenados até a maldição se desfazer. Você tem a minha benção, viva.
O peso vez com que o meu corpo sucumbisse e ela desaparecesse com o corpo de Liv enquanto eu estendia a minha mão na sua direção, meu corpo parecia não me obedecer e a escuridão tomou conta de mim.

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