𝐞𝐱𝐭𝐫𝐚: 𝐩𝐬𝐠

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Inês Ramos

Cheguei à sala depois do banho fresco e longo de que estava a precisar. Passámos o dia na praia e, mesmo sendo de noite, o calor permanece. Juro que não aguento!

O João pousou um isqueiro ao lado da vela que acendeu à frente de um pequeno quadro com uma fotografia sua com a sua mãe, quando era bebé. Ao ver aquilo, senti que precisava de um abraço.

De vez em quando acendemos a vela, o Neves gosta de fazer isso pois era o que a sua mãe fazia com os entes queridos que, infelizmente, já não estão connosco. Ao fazê-lo, sente-se mais próximo dela, de alguma forma.

Abracei-o pelas costas e o mesmo levou as mãos aos meus braços. Seguidamente, virou-se para mim e abraçou a minha cintura. No seu olho, uma lágrima era notória.

— Estás bem, João? - perguntei ao passar a ponta do polegar por cima dessa lágrima. — Sabes que podes falar comigo.

— Eu tou bem, a sério. - beijou-me a bochecha. — Já começa a doer menos, a cada dia que passa. Mas obrigado.

— Conta comigo, sempre. - sorrio com fraqueza. — Entendes? Sempre.

— Sim. - assente e olha para o chão. Algo me diz que há algo que não me está a contar.

— O que é que se passa, amor?

— Eu recebi uma proposta. - assim que disse aquilo, percebi do tipo de proposta que se tratava. Não vou mentir, já estava à espera desta a qualquer momento. — Querem que assine contrato com o PSG.

Ao ouvir o nome do clube francês — onde o meu irmão joga — senti o coração apertar.

— PSG? - repito. — Isso é na França.

— Eu sei, Inês. - suspira.

— Mas queres aceitar? - pergunto.

Depois de segundos de silêncio, o moreno assente, o que me faz suspirar.

— Eu não te posso pedir para ires comigo. - ele diz. — Mas gostava muito. Sei que tens aqui a universidade, os teus amigos, a tua família...

Realmente, é algo difícil de escolher.

— Diz alguma coisa, Nês, por favor... - leva alguns fios do meu cabelo perdidos até atrás da minha orelha. — Preciso que me apoies nisto.

— Tu amas o Benfica.. - murmuro. — Recusaste tanto para ficar, e agora queres ir?

Os seus olhos descem até à vela que acendeu.

— Tudo aqui me lembra dela. - informa-me, com uma voz fraca. Coitado do meu menino de ouro, nunca tinha pensado desta forma. Perder a mãe no pico da carreira? Não consigo imaginar. — Tudo mesmo. Eu cresci no Benfica, e de certa forma, ela também. Acho que ela quereria que eu explorasse novas oportunidades, e se tenho essa chance com um clube tão grande, porque não?

Dou-lhe as mãos e aperto-as com força.

— O Gonçalo está lá, ainda por cima. - acrescenta. — Já falámos, e ele disse que tem espaço para mim enquanto não arranjar uma casa. Espaço para nós.

Desta vez, sou eu quem olha para baixo. Geralmente, e pelo que eu sei, as namoradas dos jogadores costumam mudar-se com eles, viver uma vida nova com eles. Mas eu? Eu não me imagino a fazer isso.

Tenho tanto para fazer, aprender, conquistar... O meu percurso no Benfica foi apenas o começo da minha carreira, e se quero viajar com o João? Ir viver para França? Claro que quero, muito! Mas agora?

— Desculpa João. - assinto em negação. — Tu sabes que eu não posso mesmo. Não posso abdicar de tudo o que estou a construir aqui.

— Eu entendo.

— Tu sabes que te amo, e que te vou apoiar sempre. - digo. — Eu apoio qualquer decisão que tu tomes, seja ela ir para o PSG ou não. Se fores, nós aguentamos. Chamadas todos os dias, férias quando conseguirmos... É uma excelente oportunidade para ti, mereces mais reconhecimento como o excelente médio que és. E sozinho não vais estar, tens o parvo do Gonçalo pra lá. - rio-me, e ele também, com aquele seu sorriso fofinho. — E a Magui.

O rapaz beija-me e, de seguida, envolve-me num abraço quente e confortável.

— A dona Sara estaria muito orgulhosa de ti. - aponto. — Do que tu te tornaste.

— Gosto de pensar assim. - sorri.

De repente, sentimos algo nos nossos tornozelos e olhamos para baixo.

— Olha quem se veio juntar à conversa. - o Neves ri-se ao abaixar-se para pegar na Mia, a nossa gatinha bebé. — Olá pequena do pai.

Sorrio ao ver a cena, e faço festinhas na cabeça do pequeno animal. O João balança com ela levemente enquanto a mesma mia.

Custa-me a acreditar que estamos perto de uma relação à distância — pois sei que ele vai aceitar a proposta, e deve mesmo fazê-lo para avançar na carreira —, mas sei que somos capazes de superar tudo. Já sobrevivemos à bitch da Klara, não me digam que quilómetros acabam connosco.

De qualquer das maneiras, mesmo que acabem, arranjamos sempre forma de voltar. Juro, somos como ímans — literalmente inseparáveis. Só faltam as alianças para oficializar, mas o coitado é tímido. Até já somos pais (de uma gata).

— Achas que conseguimos? - pergunto.

— Conseguimos qualquer coisa. - abraça-me.

olá pessoassss

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olá pessoassss

voltei dos mortos né? acontece que depois de acabar esta fanfic perdi toda a motivação. achava que conseguia escrever Daylight, mas não deu mesmo.

para além disso, lidei com duas perdas de duas pessoas muito importantes na minha vida e tive de conciliar isso com os estudos, não consegui mesmo ocupar-me com a escrita.

se eu vou voltar, não sei. mas com esses rumores de que o João vai para o PSG, acho que podia fazer umas brincadeiras com esta fanfic 🤭

also fiz face reveal na nova foto de perfil então yha esta sou eu ahahah (sim usei a minha cara na capa de Daylight✌️, mais uma razão pra ter apagado HAHAHAH)

espero que tenham gostado deste pequeno extra para contextualizar um pouco da relação deles, e um pouco do porquê que eu desapareci.

obrigada 🫶🏽

dedico este pequenino capítulo à senhora sara, que está a olhar por nós 🤍

𝗬𝗢𝗨𝗥𝗦 𝗧𝗥𝗨𝗟𝗬 • João NevesOnde histórias criam vida. Descubra agora