If I Didn't Tell You

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— Ciúme?

Disparou Kath, quase derramando o champanhe de susto.

— Não seja ridícula! Você sabe que eu nunca tive ciúme de Lin e que sempre me dei muito bem com todas as namoradas dela!
— Eu sei, mas era porque nenhuma delas se parecia com você.
— Chungha não se parece comigo!
— Parece, sim. Tenho certeza que é por isso que você não gosta dela.

Kath virou-se e olhou para a direção de Nitta e Lin.

Ela evidentemente não conseguia manter as mãos longe de Lin. Lin deve odiar isso, pensou, em reprovação.

Lin detestava demonstrações públicas de paixão. Por outro lado, a outra não estava exatamente afastando Nitta, estava? Kath desviou os olhos.

— Eu não tenho nada a ver com Nitta. Para começar, ela é ruiva.
— Está bem, mas mude a cor dos cabelos e dos olhos dela e o que teremos? Ela é incrivelmente bonita, tem pernas longas e bem torneadas e um ar elegante totalmente diferente de todas as outras namoradas que Lin já teve. Admita, Kath, vocês são praticamente clones!

Kath não estava preparada para admitir nada naquele terreno.

— Nós somos totalmente diferentes e temos personalidades opostas! Eu diria que tudo o que Nitta e eu temos em comum é o fato de sermos mulheres. Lin não se cansa de me dizer como ela é prática e como gosta de fazer coisas saudáveis como escalar e acampar.

Nam deu de ombros.

— Como quiser, Kath.
— Ora, há muito tempo Lin e eu concordamos que seríamos apenas amigas. Não há espaço para ciúme.
— E você nunca a achou atraente?

Perguntou Nam e, por mais que quisesse, Kath não conseguiu olhar a amiga nos olhos.

— Ela não era meu tipo.
— E você acha que era o tipo dela?

Será?

Pela primeira vez, Kath flagrou-se divagando.

— Ela nunca disse nada e, de qualquer forma, sempre teve aquelas namoradas cheias de espírito de aventura, que não se preocupavam com os cabelos e nem com maquiagem e que adoravam se levantar às seis da manhã para cozinhar. Lin e eu gostávamos de rir na companhia uma da outra e nunca quisemos estragar isso dormindo juntas. Até porque...

Acrescentou ela, honestamente.

— ela não era nada atraente naquela época. Era meio magra e estudiosa demais.

Nam olhou para Lin no jardim.

— Ela mudou.
— Eu sei.

Disse Kath, acompanhando o olhar da amiga. Lin se destacava da multidão.

A mulher esguia e elegante era estranha e ao mesmo tempo familiar.

Lin estava conversando com alguém fora do campo de visão de Kath, mas quando a viu inclinar a cabeça para trás e rir, ela sentiu um frio na barriga, como se estivesse em queda livre.

A sensação foi tão intensa que teve de fechar os olhos para controlar a vertigem e, quando os abriu, estava tonta e meio enjoada.

— Sim... Ela mudou.

Houve um momento de silêncio. Assustada com a intensidade da sua reação, Kath levou a taça de champanhe aos lábios com mãos trêmulas e demorou algum tempo para perceber que Nam a observava, cheia de expectativa.

— O que foi?

Nam ergueu as mãos como se pedisse desculpas.

— Eu não disse nada!

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