Daylight

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— Eu queria que você fosse a primeira a saber.

Ela olhou-a, ansiosa.

— Eu sei que é um pouco repentino, mas o que você acha?

O sorriso de Kath oscilou um pouco mas ela respirou fundo e disse.

— Eu acho que é uma ótima notícia, Lin. Fico muito feliz por vocês.
— Você gosta dela, não é?
— É claro.

Mentiu, com o sorriso cada vez mais fixo no rosto. De repente, um novo silêncio ameaçador se instalou.

— E quando vai ser o casamento?
— Nós ainda não marcamos a data.
— E vocês vão fazer uma cerimônia tradicional ou algo diferente?
— Isso depende de Nitta. Mas acho que ela ainda não planejou nada.

Kath estava começando a sentir o maxilar doer pelo esforço de manter o sorriso.

— Eu posso ser sua madrinha? É um bom papel para a melhor amiga, não?

Lin olhou-a e sorriu, assentindo.

— Bem, isso exige mais um drinque.

Ela esvaziou o copo com uma ponta de
desespero.

— Desta vez, eu vou tomar um champanhe!
— Eu vou buscar! Você fica aqui.

Kath sentiu um alívio imenso por poder parar de sorrir. Também estava tremendo. Precisara de todas as suas forças para parecer feliz quando se sentia tão arrasada por dentro.

Ela sabia que aquilo estava para acontecer. No momento em que Lin hesitara em contar as novidades, havia pressentido. Mas em vez de gritar de desespero, Kath  mantivera o sorriso, por mais difícil que fosse. Lin não podia saber o que ela estava sentindo.

Não podia nem desconfiar.

A melhor amiga ficaria constrangida, e apesar de aquilo não mudar seus sentimentos por Nitta, talvez não se sentisse à vontade para comemorar e Kath não achava aquilo justo. Assim, quando Lin retornou com uma garrafa de champanhe num balde de gelo, ela voltou a estampar o sorriso no rosto.

— Pronto. Agora estamos entrando no clima.

Disse ela, quando a outra tirou a rolha da garrafa sem nenhum sinal de afetação e serviu duas taças.

— Parabéns, Lin.
— Obrigado, Kath. Eu sei que é besteira, mas estava preocupada em contar-lhe.
— Não devia. Você sabe que eu só quero a sua felicidade.
— Nós ainda vamos ser amigas, não é?
— É claro. Mas agora, quem vai se casar comigo quando eu fizer quarenta anos e ninguém mais me quiser?

Bella manteve o sorriso para mostrar que estava brincando.

— Eu tinha confiado em você!
— Isso não vai acontecer. Desde que eu a conheço, sempre houve uma fila de homens desesperados para mostrar o quanto a desejam. E quanto a Lisandre?

Kath estudou seu champanhe.

— Ah, bem, digamos que o primeiro lugar da fila está vago.

A expressão de Lin mudou e ele colocou o copo na mesa.

— Como?
— Eu lamento mas as minhas notícias não são tão emocionantes como as suas. Lisandre e eu terminamos.
— Mas você parecia tão feliz com ele. Você o achava perfeito! O que aconteceu?
— Ora, você sabe...

Kath deu de ombros.

— Não. Conte-me.
— Não foi nada em especial.

Disse ela, evitando olhá-la. Havia decidido contar a Lin a verdade sobre Lisandre, mas aquilo havia sido antes de ela dizer que ia se casar com Nitta. Agora, tudo havia mudado. Se Lin achasse que a decisão havia sido mútua, começaria a se perguntar por que Kath estava tão infeliz e ela não queria que entrasse nesse terreno.

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