10 Capítulo

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A semana passa e não consigo ver muito David, nossa escola é muito grande e cheia de áreas, sem falar na correria que temos com nossos projetos e provas escolares. Porém uma coisa que me derrete é saber que em todas as manhãs ele me manda um sms desejando um bom dia e com isso consigo acordar feliz, de bom humor.

Na sexta preparo minhas coisas para irmos novamente para Vidnoye, iremos no sábado de manhã e precisa está tudo pronto.

Fico estagiada. Minha mãe vai poder ir nos encontrar na casa de campo, nem acredito quando meu pai falou quase que eu caio para trás. Ele disse que como o chefe dela viu que suas pesquisas estavam dando resultado resolveu deixar ela livre esse final de semana.

Chegamos na casa e vou assistir Tv, almoçamos e quando são 2:00 PM minha mãe chega. Ela está de calça jeans e blusa social verde, entra e vai para a cozinha com meu pai. Me canso de assistir e subo as escadas preciso ligar para as meninas, ligo o computador vejo as novidades dos meus amigos nas redes sociais, até escutar um barulho.
Meu pais estão brigando.
Desço e o som vem do escritório, eles gritam e eu me assusto. Entro e ouço eles falando, estão de costas e não me vêem, suas expressões revelam que estão com muita raiva.
- Você parece não se importar com nossa filha! Não chega, não dá nem boa tarde, não se preocupa, não sei se você sabe mais você é MÃE dela!- grita meu pai.
- Ah me poupe Christopher, ela já é bem grandinha sabe se cuidar! Vejo você paparicando muito a menina! E outra não vejo minha filha se esforçando em nada muito menos para ser arqueóloga.
- Ah mais é claro, você não acompanha nada que tenha a ver com ela como pode saber!
- Já lhe disse e repito : E L A N Ã O T E M C A P A C I D A D E !!! Só passa de uma menina que só se interessa em festas isso não a vai levar para lugar nenhum, e sabe quem é o culpado disso tudo? Você, que desde pequena criou-o como uma perdedora imprestável!
Isso corta o meu coração, ela falou isso de mim?! Por mais que eu não goste dela é minha mãe. E saber que ela não acredita em mim me fere por dentro, sinto pontadas de choro e saio correndo e sem querer bato em um vaso que cai no chão, eles me olham e correm atrás de mim.

Preciso ficar só. Corro para o quintal, corro para o além, corro em direção às árvores, não sei o que faço simplesmente corro, preciso correr, preciso me afastar deles.
Quando estou bem longe da casa, me assusto e ouço um barulho que vem de algum lugar, passadas.
- Alguém está aí? - grito, sinto muito medo, observo ao meu redor e não consigo ver nada nem ninguém. Ai meu Deus! O que será isso?! Repito : - Alguém está aí ?
Ninguém responde, o som aumenta, e me borro de medo, os arbusto mexem. Arregalo os olhos.
Até que sai uma coruja de dentro dos arbustos de cor branca com manchas pretas de no máximo 57 cm que estava construindo seu ninho.
Chega suspiro de alívio.
Vejo a entrando em um lugar que eu pensei ser uma parede cheia de plantas trepadeiras. Estendo o braço e sem querer acabo tropeço em uma raiz, levo um belo de um tombo, me levanto, limpo a sujeira da terra que ficou na minha roupa, olho meu cotovelo e está todo arranhado. Levanto o rosto e avisto uma coisa que eu nunca tinha visto.

Uma casa na árvore.

Como é que eu venho aqui desde que eu nasci e nunca notei isso?

Por que meu pai não me avisou que tínhamos uma casa na árvore?

Será que quando vovó morava aqui já existia essa casa?

A casa é um tom de marrom escuro, bem envelhecido, cheia de musgos e tem uma portinha pequena na frente, fica em cima de uma enorme árvore que deve ter lá para os seus 100 anos ou mais, há uma pequena varanda que dá acesso a uma escada que se enrola no tronco até o chão e dá para notar que deve ter muito tempo que alguém foi lá, a sua posição está como se fosse uma camuflagem que é difícil de diferenciar a árvore da casa.

Talvez deve ser por isso que eu nunca notei ela lá.

Seco as lágrimas e resolvo tentar subir as escadas que range a cada passo que dou. A escada balança e me encorajo a prosseguir. Lá dentro encontro um único espelho envelhecido, ando pela casa em busca de algo a mais, porém não encontro nada.
Sento na beira da varanda, choro, pego o celular e penso em ligar para as meninas mais meu coração pede para falar com David. Ligo para ele.
- David. - falo entre soluções.- Vem me encontrar.
- Onde você está Lanna?- fala com voz de preocupação. - Por que você está chorando minha linda?
- Eu estou aqui na casa de campos do meu pai.- choro. - Tem uma casa na árvore logo atrás é só você seguir reto. Por favor se você vim, não fala com meu pai é só entrar e vim. Por favor eu preciso de você.- falo.
- Claro meu anjo, vou pegar o carro e já já estarei aí. Não vou demorar.
Desligo.
Me levanto e resolvo ir no espelho, preciso me olhar.

De frente para o espelho me derramo em choros e tudo que minha mãe falou volta na minha mente como um terremoto. Vejo um borrão no espelho embasado e me pergunto se eu só sou isso, que não passo de um borrão dos meus pais, um erro. Eu sou capaz de muita coisa, sei disso.
Tento então limpar o vidro embasado com a mão e algo me puxa para dentro. Sinto um embrulho na barriga, uma sensação estranha até que sou impulsionada para fora.

Estou caída.

Abro os olhos e encontro um teto branco com esculturas esculpidas em pedras de cor cinza. Alguém se aproxima de mim, e me assunto quando vejo que os olhos que me observam são extremamente acinzentados.
Me levanto meio zonza e o que vejo ao meu redor é uma casa de paredes brancas, onde não tem janelas, a casa tem várias entradas de ar deixando o lugar bastante ventilado, há um buquê de rosas brancas encima da mesa e uma menina de uns 7 anos que me olha com curiosidade. A casa é simples mais também confortável.

Alanna ⭐️Onde histórias criam vida. Descubra agora