Capítulo 3

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Já são 11:30 da noite, estamos prontas, maqueadas, perfumadas e vestidas para arrasar na pista. Sinto um nervosismo, não sei o porque, mas meu coração se acelera a cada minuto que passa, em vez de ser mais tranquilo me inquieto mais. O pai de Sophy tira o carro da garagem e nos chama, entramos. E seguimos direto para o evento.
Ao chegar noto a grande quantidade de carro, buscando vagas para estacionar, uma multidão enorme, que com certeza supera minhas expectativas de multidão. Descemos, damos tchau ao pai da minha amiga e vamos pra recepção.
- Nomes ?!- fala Maya Susan uma menina, que deve ter aproximadamente 18 anos, branca de olhos cinzas, que possui um cabelo preto de fazer inveja a qualquer menina, vestida com um vestido púrpura.
- Sophy Swan e Alanna Walker. - fala minha amiga.
- Deixe - me ver aqui,se tem esses nomes na lista. - diz ela com desdém, olhando para um tablet que ela segura em seu colo. Masca mais uma vez seu chiclete, nos olha e diz meio sem vontade. - Podem entrar.
No começo acompanhando Sophy cumprimentar seus inúmeros amigos, ela me apresenta todos, puxamos alguns papos o máximo que da, já que o DJ não ajuda muito, com a altura do som.
Passa um garço com uma bandeja cheia de bebidas, ele me oferece, mas recuso, não quero ficar bêbada no começo da festa. Vendo isso Sophy pega uma taça e me da.
- Prove, não custa nada. Você vai amar vá por mim. E se desprenda do chão, hoje você pode tudo, tome escolhi uma das melhores водкa. (Beba e se divirta! Paz e amor Alanna. Paz e amor.
Bebo. E resolvo deixar minha amiga livre com seu amigos, e vou ver se encontro alguém que conheço nessa festa. Sou paquerada por vários caras, todos com cheiro de bebida impregnado em seus corpos, mais não lhes dou mais detalhes por que nenhum merece. Começo então a ver as coisas meios embaçadas e com luzes que reluziam em
cores fantásticas, seguindo as batidas ritmadas do som, me seguro na parede da cozinha, preciso encontrar um lugar para me alcançar, a felicidade me domina, meu corpo sua, devo estar ficando doida, só pode. Acabo achando uma escada subterrânea ao lado do quarto do térreo da casa. Desço.
Há um corredor branco que contém três ou quatro quartos mais, abro a primeira porta que consigo. Dou de cara com uma sala azul que tem quadros, uma poltrona verde e uma imensa mesa de sinuca e suas respectivas bolas.
Passo um bom tempo olhando e analisando os quadros dos pintores.
- Graças! Encontrei algo ou alguém aqui que me entenda nessa festa. Eu sou muito burra, como seria diferente eu não me enquadro nessas festa! Eu sabia, eu sabia, que eu estava investindo muito em uma festa que no final de tudo eu acabaria sozinha e só . Há mais claro, eu não queria acreditar.

Apagão...

Só me faltava mais essa, eu sozinha e ainda no escuro, só me resta rir da tragédia que eu compus.
De repente entra alguém.
- Quem está aí ?- falo o mais alto que posso, antes de minha voz falhar e eu me tremer de tanto medo, muito medo.
- Oi, oi. Não sabia que tinha mais alguém nessa sala me desculpe. - fala o menino.
- Vá embora! - falo tentando identificar o rosto, mais é muito ruim fazer isso quando no caso você está em uma sala fechada e escura.
- Calma não se espante, não quero lhes machucar! Calma! - diz novamente o menino.
- Jura?
- Juro!
- Então por que você está aqui? - falo quase gaguejando.
- A casa é do meu melhor amigo, e como não estava me sentindo bem lá em cima resolvi vim pra essa sala, meu lugar secreto sabe.- fala dando um sorrisinho.
- Eu acho que lhe entendo um pouco, também não estava me sentindo muito bem lá em cima. Como é seu nome?
- A lógico, como eu me esqueço de me apresentar, me chamo David Lancarte, prazer. - ele estende o braço e me permito comprimentar sua mão.
- Prazer, me chamo Alanna Walker.
Ele então senta em cima da mesa de sinuca e me convida. Me sento e olhamos direto para uma pintura de Vladimir Gusev.
- É lindo não é. Eu amo esse quadro, ele expressa tanto sentimento em tão poucas cores, a imagem dos meninos brincando no campo...
- É verdade, o pintor me parece muito sensível para captar essa cena, é magnífica com seus detalhes e mais .
Ele se deita na mesa e lhe acompanho, algo me diz que eu deveria sair correndo a qualquer momento, não é seguro quem eu penso que ele é, não o conheço. Estou me precipitando demais, mas algo nele me atraí, como um poder magnético talvez, é meio difícil explicar.
- Você estuda onde? Nunca lhe vi por aqui. - disse David se virando e pairando seu olhar nos meus . Seu olhar é puro fascínio, terno e intenso. São grandes e azuis, porém quando ele sorri seus olhos se curvam, abrindo um lindo sorriso e as covinhas caramba como são sedutoras.
- Eu sou de Moscou porém venho aqui nos meus finais de semana para a casa do campo do meu pai.
- Então cadê seu pai para cuidar da sua filhinha em uma hora dessas?- disse David com olhar de ironia.
Não acredito que ele falou isso, me revolto ele está merece um cascudo, lhe dou um soco. Ele não se move então resolvo continuar lhe dando outro murro, seu abdômen é incrivelmente duro e musculoso, ele me olha e digo:
- Agrh fala sério David, já sou bem grandinha, para você que não sabe.
- Não adianta Alanna eu não vou sentir dor, isso no máximo me faz cócegas. - fala com um sorrisinho sínico na ponta dos lábios me irritando mais, então dou mais um murro e ele me abraça.
- O que você está fazendo!?- seu abraço é forte e nos primeiro me causa uma pequena falta de ar.
- Lhe abraçando ué, pare de reclamar dona briguenta, e sinta. - me relaxo e começo a escutar sua respiração colada ao meu corpo, me aconchego então ao seu peito e sinto seu calor, e como seu coração pulsa de uma forma avassaladora. Olho o nos olhos e vejo o quanto ele precisa desse abraço ou melhor o quanto eu preciso, seu cheiro me faz querer mais, me faz querer tê-lo. Eu sinto o tempo parando dando um pausa, os minutos se desacelerando. Será que ele está sentindo a mesma coisa? Ele afasta o cabelo do meu rosto e me segura pela cintura me pressionando mais contra seu corpo. Meu Deus o que eu estou fazendo, me recomponho parando. Isso não pode acontecer. Me levanto.
Entra o amigo dele, James, a luz voltou e ele nos olha sem jeito, tenta fechar a porta novamente e sem pensar duas vezes digo:
- Não precisa fechar a porta, já estou de saída, preciso ir já é tarde.- falo o mais alto que consigo para que ele escute e saio sem olhar para o rosto de David, estou muito envergonhada para olhar a feição que ele deve estar fazendo.

Saio as pressa, não me dei conta que já está quase de manhã e a cena que encontro nos cômodos me assusta um pouco.

Alanna ⭐️Onde histórias criam vida. Descubra agora