16 Capitulo

4 2 2
                                    

- Idiota! I-di-o-ta! Essa menina é uma idiota! Aghr!
Acordo assustada com uma pedra que acabou de ser jogadas há alguns metros de distância. Vejo Yago e dou um suspiro de alívio por ainda estar viva. Pergunto: - Quem é idiota Yago?
Ele vem com passos largos e pesados em minha direção.
- Você é idiota! Uma tremenda idiota! A mais idiota que eu conheci! Só não a chamo de burra para não começar a relinchar. - grita ele. E meu sangue borbulha de raiva.
- Idiota é você! Para de gritar comigo como se fosse uma gazela! Fale como um homem, seu idiota!
- Opa querida princesa! Só acho que quem foi falar com aquela criança foi você! Bela sacada. Mereçe palmas realmente! - sua fala quase parece um rosnar de tão agressivo que é. - Ajudar um demônio da luz? Você é louca!
- Eu não sabia que era um demônio da luz. Eu não sabia que existia isso. Queria apenas ajudar um cidadão. - falo meu cabisbaixa.
- Há muita coisas que você não sabe!
Suspiro.
- Onde estamos agora ? Que caminho é esse ? - pergunto.
- Quando você desmaiou tive que levá-la para longe da confusão. Então guiei o cavalo para fora do Air pelo menos por algumas horas.
- E então por que estamos parados aqui e sem nossas roupas reais ?- digo olhando nossa novas roupas acinzentas.
- Fui obrigado a ter que trocar com um casal de camponês que estava passando. Tirei nossas roupas e recolhi algumas pedras preciosas que estava cravejadas. Dei uma pedra em troca de suas roupas e ficaram mais que felizes.
- Você vez o que ? Tirou minha roupa?!- grito incrédula.
- Sim foi necessário. Não venha com choramingos infantis. - bufa o príncipe.
- Você está precisando de uma surra!
Ele olha com desdém e acrescenta.
- De quem de você? Nos poupe de uma cena horrível. Você não duraria muitos minutos em pé.
Levanto-me ainda um pouco tonta e o desafio.
- Tem tanta certeza assim ? Creio que não.
- Além de soberba é mau criada. Ó céus! Cale a boca e sente.
- Quem é você para me ordenar isso?
- O príncipe!
- E eu sou a princesa! Ou melhor sou a neta da criadora deste reino, então cale a sua boquinha seu príncipe de merda! - ordeno.
Yago suspira e diz em um tom bem sóbrio.
- Chamaríamos a atenção demais continuando com as roupas reais. Devemos nos misturar até encontramos o reino novamente.
**

Ao entardecer após uma caminhada Yago acendeu uma fogueira e foi em busca da nossa caça. Ao voltar sentamos no chão ao lado da fogueira e fitamos por vários minutos o fogo. A floresta falava com seu vento e zumbidos, porém nenhuma palavra saiam de nossas bocas. Até que Yago pousou seu olhos sobre mim.
- Sei que nos odiamos mas poderias ao menos conversar. A noite é longa e precisamos nos entreter. Que tal tentarmos não jogarmos farpas no outro.
- Bem que jogar farpas em você é um ótimo entretenimento. - falo.
- Certo, do que vamos falar?
- Comece falando sobre você, sempre foi esse príncipe amostrado?
- Sem farpas lembra!
- Tudo bem.
- Ganho uma desculpas ?
- Nem pense nisso! Não!
- Bem, meu país você já conhece. Estão sempre atarefados e ausentes, aprendi desde pequeno a ser independente sabe. Aos 7 anos comecei a aprender a lutar e a manusear o ar. Aos 9 fui mandada para o santuário de pergaminhos para aprender com os grandes mestres a história de nosso povo. E aos 11 perdi meu irmão. - fala ao diminuir o tom de voz.
- O que houve com seu irmão?
- Eu o matei.
- Por que ?
- No final das tardes costumávamos brincar de arco e flecha pela cidades baixas, além das muralhas. Certo dia ele me pediu que não contasse a nossa mãe que ele iria encontrar-se com uma amiguinha na floresta encantada do Air. Ele gostava dela sabe, eu consegui ver nos olhos deles. Então prometi que não contaria para onde ele iria naquela tarde. Ao escurecer percebi que meu irmão mais velho não havia chegado e comecei a me preocupar, mas continuei a cumprir minha promessa. Até que não demorou muito para vir o conselheiro do rei informar-lhe que o vestígios do meu irmão foi encontrado na floresta em meio a uma grande fogueira humana. O rei deduziu então que era obra dos demônios da luz. Fui mantido desde então, fora do reino na esperança que estivesse seguro e com a devida experiência para a grande hora do meu coroamento. Por doze anos tive que passar longe da minha família e reino, mas a culpa da morte do meu irmão nunca será uma lembrança fácil de apagar.
- Nossa não sei o que dizer. É uma história tão... Triste. Desculpas. - tento falar e acabo gaguejando de nervosismo.
- Que tal irmos dormir? Chega por hoje certo.
Balanço a cabeça em aprovação e me deito no chão tentando encontrar a melhor posição, se isso for possível. Tento dormir mais todos os meu pensamentos acaba levando na história que Yago me contou e em tudo que ele pode ter sentido ou passado. Realmente não conheço nada desse reino, nem desse garoto que está dormindo na minha frente. Quem sabe eu não possa ser mais leve no meu mau humor de todos os dias. Vai que ele não é a pessoa que eu estava pensando.
**

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Oct 23, 2016 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Alanna ⭐️Onde histórias criam vida. Descubra agora