"Certo." Lyan suspirou profundamente e se levantou, indicando que iria acompanhar Ciel para o quarto dele. "Tenha cuidado, criança, o que se esconde das pessoas que se importam com você pode voltar para te atingir mais tarde. Se algo acontecer, estarei do seu lado, certo?"
Ciel não entendeu o que Lyan quis dizer, mas despediu-se desejando boa noite e foi para o quarto, onde tentaria adormecer apesar do assombro.
Ato 14
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Quando Ciel Phantomhive tomou seu café da manhã ao som de barburios, imaginou que tivesse algo de diferente acontecendo na mansão, sempre muito silenciosa. Quase duas semanas de certa proximidade com Margaret e Rhys, os reis do leste infernal, deram a Ciel a liberdade de questionar o que estava acontecendo.
"Ainda não me acostumei com você acordando mais cedo que todo mundo, querido", disse a rainha, risonha. "O aniversário do Bastian é daqui a três dias, então começamos os preparativos do baile mais cedo. Ele sempre gostou de eventos extravagantes."
Uma estátua de gelo passou pela porta principal naquele momento, tão grande que precisou de cinco homens para carregá-la. O rosto de Sebastian nela possuía uma seriedade pouco vista por Ciel, e, com um sorriso amarelo, ele respondeu:
"Percebi."
A perturbação ainda estava estampada no rosto de Ciel enquanto, em silêncio, ele tomava o primeiro chá do dia, mas uma gargalhada escandalosa de Alois o tirou da escuridão. Alois não costumava estar muito desperto logo cedo, mas Claude tinha ficado com a tarefa de acordá-lo e fazer com que ele tomasse banho de manhã, assim poderia fazer o download da alma.
Acompanhando o irmão de Ciel, vinham os convidados da mansão e o próprio Sebastian, parecendo anormalmente envergonhado. À medida que estavam se aproximando da mesa, Ciel entendeu que Alois tinha se deparado com a estátua de gelo na cozinha e expressou, em alto e bom tom, o quanto ela era ridícula de brega.
"Você achou brega?", questionou o rei Rhys, ligeiramente ofendido. "Mas o Bastian sempre adora as estátuas, não é, querido?"
Alois ficou pálido de vergonha. Como os reis costumavam estar em casa apenas durante as tardes e noites, tendo feito desjejum mais cedo do que todos, ele não esperou encontrá-los bebendo chá e ouvindo as asneiras que saíam de sua boca.
"Ai, meu Deus, não!" Alois riu completamente sem graça, coçando a cabeça. Como Ciel o conhecia bem, soube que o irmão estava pensando em uma desculpa para se esquivar da situação. "Quis dizer que acho brega aqueles buffets com tábua de frios formando o rosto do aniversariante! Usar azeitonas como os olhos é tão previsível que chega a ser brega." A risada forçada e escandalosa de Alois foi morrendo à medida que homens entravam pela porta carregando diversas peças de queijo, peito de peru fatiado e outros complementos enquanto discutiam sobre quantas azeitonas seriam necessárias para fazer os olhos de Sebastian.
Lúcifer colocou uma mão no ombro de Alois, como se dissesse Chega, meu filho, mas foi apenas a risadinha soprada de Claude que arrancou toda a vergonha do corpo dele. Alois tinha feito Claude rir. Foi baixa e contida, quase imperceptível se Alois não prestasse atenção em cada mínimo movimento de Claude.
"Tudo bem, tudo bem. Os gostos dos jovens são diferentes dos nossos, não é, querida?", comentou o rei com a esposa. "No próximo, você e Ciel podem nos dar opiniões para melhorarmos as festividades do castelo. Os meninos parecem um túmulo quando se trata disso!"
A rainha riu em concordância e acenou para que o grupo se sentasse. Era de costume que Alois fosse para o lugar ao lado de Ciel, porque, quando crianças, brincavam de se beliscar sob os panos da mesa. Agora, usavam a deixa para se comunicar com empurrões sempre que algo de suspeito acontecia.
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Se prometer, não case com o Diabo
FanfictionCiel e Alois são irmãos que, para evitar uma guerra entre espécies, aceitam se casar com os príncipes do reino infernal. Mas, mais do que intrigas matrimoniais, precisão lidar com os segredos escondidos à sete chaves e com relacionamentos familiares...