- SEU FILHO DUMA PUTA! EI! NÃ-NÃO CORRE NÃO ALOIS! VOU TE QUEBRAR NO PAU!
Sebastian ria descontroladamente enquanto observava Ciel correr atrás do irmão segurando um cabo de vassoura para bater nele. Os quatro estavam no bonito jardim da mansão, aproveitando a luz do sol, quando Alois teve a brilhante ideia de pegar um balde de água e jogar no mais novo do grupo enquanto ele estava distraído.
O loiro tinha daquelas coisas. Sentia vontade de fazer atos aleatórios em momentos mais aleatórios ainda, mesmo que soubesse das terríveis consequências que o aguardavam. Três dias haviam se passado desde que o garoto tinha fugido durante a noite, mas Ciel continuava com raiva dele, ainda que a bronca na manhã do ocorrido tivesse resultado em gritos e tapas por parte do azulado. Quando estavam em sua casa, tudo bem. Alois costumava frequentar o mesmo local e o garoto sabia que ele estaria seguro no meio dos anjos, porém ali, propriamente no inferno, não confiava muito em deixar seu irmão sozinho. Aí ele vinha com aquela porra de balde e jogava a água nele.
Não parou de correr até alcançar o alvo que antes ria de felicidade, mas começou a rir nervosamente quando viu que Ciel estava em seu encalço. Por um momento, olhou para frente e desviou de um obstáculo. Ao se virar por cima do ombro novamente, notou que o mais novo não teve o mesmo raciocínio e acabou caindo no chão. Alois se assustou e deu meia volta, se jogando ao lado do azulado, de forma extremamente preocupada.
- Ciel... - chamou, vendo que o tal não abriu o olhos. - Ei, ei! Acorda. Ciciiii... - começou a sacudi-lo desesperadamente. - SEBASTIAN CARALHO! CORRE AQUI. Puta que pariu, caralho, porra, filho da puta, abre os olhos seu arrombado. - Olhou para trás e viu o cunhado vir correndo ao seu encontro.
Naquele momento, contudo, ele se esqueceu, oh pobre coitado, que o ódio move as pessoas. Sentiu duas mãos em seus ombros e, de repente, ao encarar o irmão, os olhos do menor arregalaram e ele sorriu maldosamente.
- Te peguei.
Jogou o loiro por baixo dele e distribuiu socos e tapas pelo seu corpo, além de esfregar as roupas molhadas nele.
- Vai me molhar de novo? Vai? Vou enfiar esse balde todo no seu rabo. - e desataram a rolar no chão, rindo daquela "brincadeira". Sebastian, mais de longe, suspirou aliviado e voltou a respirar, observando a cena com divertimento.
Claude resolveu tirar o olhar do livro que estava lendo para entender o motivo de risadas tão altas. Normalmente aquele barulho todo e a felicidade alheia o incomodariam, mas naquele dia o seu mau humor não parecia fazer efeito. Tentou, então, apenas voltar a ler, entretanto vez ou outra sua visão escapava furtivamente para a brincadeira. Resolveu cooperar um pouco.
- Se eu fosse você, batia mais forte. - comentou alto o suficiente para ser ouvido daquela distância e, como não quer nada, folheou o objeto em suas mãos. Sentiu os olhares sobre si por algum tempo, mas logo o pedido foi acatado e a vingança persistiu.
O mais velho das famílias novamente abriu um sorriso quase imperceptível. Dessa vez, não tratou de fechar a cara assim que percebeu o que fazia, porém a demonstração de uma alegria inicial perpetuou em seu rosto até que se perdeu novamente em sua leitura.
☄️✨☄️
- Ainda vai demorar muito? - questionou uma figura sombria.
- Bastante, devemos chegar para o jantar. - respondeu a outra. Tamanho era seu poder que absorvia qualquer luz a sua volta. - Vamos fazer uma surpresinha para os seus amados irmãos.
Uma maligna ecoou pelo local e todos os pássaros do bosque escuro ataram vôo.
☄️✨☄️
VOCÊ ESTÁ LENDO
Se prometer, não case com o Diabo
FanfictionCiel e Alois são irmãos que, para evitar uma guerra entre espécies, aceitam se casar com os príncipes do reino infernal. Mas, mais do que intrigas matrimoniais, precisão lidar com os segredos escondidos à sete chaves e com relacionamentos familiares...