O caminho de um Rei

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Ciel sentiu a pressão baixar e o ar faltar. Ele não esperava por aquilo. Sebastian foi ao seu encontro rapidamente e o ajudou a se levantar, perguntando desesperadamente se ele estava bem. Alguns segundos foram necessários para que o demônio conseguisse guardar o poder todo de volta e o menino voltasse a respirar.

"Peço mil perdões", disse Lúcifer, um pouco ofegante pelo esforço. Foi ao encontro de Ciel e conferiu se estava tudo bem com ele. Notando que sim, olhou em volta, à procura de qualquer estrago que ele pudesse ter causado; além de Alois, ainda ajoelhado e com uma expressão de choque, nada estava fora do comum. Ajudou Ciel a sentar-se na cadeira da mesa de jantar e fez um copo d'água, aparentemente com açúcar, surgir em sua mão, entregando-o ao rapaz, que o aceitou tremulamente e parecendo ainda assustado.

"T-Tudo bem, eu..." As palavras ficaram agarradas na garganta de Ciel, e, apesar dele odiar demonstrar fraqueza, era inevitável. Jisoo, um pouco menos preocupada com o estado do genro, sugeriu que começassem a jantar. Uma boa alimentação ajudaria Ciel a recuperar as energias.

"Tem certeza que está bem, querido?", indagou Lúcifer. Ciel apenas concordou devagar, preso no vazio da própria mente. O homem foi até Alois e o tirou do chão em um puxão suave, acomodando-o ao lado do irmão. "Espero que me entenda...", sussurrou em seu ouvido. Todos ocuparam lugares próximos na mesa e o jantar foi servido.

"Ciel e Alois, esses são All-Thess, meu primogênito" apontou com orgulho para filho "Dalrie, meu genro" olhou-o com ternura "e Lúcifer, o verdadeiro Rei, pai de Dalrie e um amigo de longa data. Costumamos chamá-lo de Lyan.

Alois se apaixonou um pouco mais quando constatou que a moça por quem tinha caído de joelhos era, na verdade, um homem, e que ele comia pra caralho. Nada mais atraente que um companheiro de comilança.

"É um prazer conhecê-los", cumprimentou Dalrie. Ele parecia tímido na maior parte do tempo, mas como viu que o pai não se distanciaria da montanha de comida em seu prato para oferecer saudações tão cedo, resolveu fazer por ele. Obteve uma resposta de Ciel, mas Alois não conseguia desviar os olhos brilhantes de Lyan nem para mirar a colher na própria boca.

"Teddy, se eu fosse você, me acostumava com o título de corno agora. Esse loiro tá caidinho no Lyli." All-Thess riu travesso, terminando de mastigar uma garfada moderada.

"Eu não sou... corno" A palavra chula tinha um gosto ruim demais na boca de Claude, não porque isso significava que Alois estava gostando de outra pessoa, mas sim porque ele sempre foi conhecido por bons descritivos, e corno ia manchar a reputação de seus títulos.

"Desça daí, seu corno, desça daí", cantarolou baixinho Alois, perdido em seus próprios pensamentos, mas Lúcifer interrompeu a colher que levava a boca e o olhou instantaneamente. Os olhares cruzaram de novo.

"Desça daí, chifrudo, o que que há?" Os dois começaram a rir e passaram a cantar juntos e mais alto a música imbecil e desconhecida que tinham aprendido com os humanos. "Você ganhou foi gaia, não foi asas pra voar. Qual é a desse cara que tá ali no quarto andar? Esse pendurado tentando se jogar? Eu fiquei sabendo, foi gaiá da sua amada e a desgraçada fugiu como o carreteiro. Ela vivia na mesa do cabaré e seus amigos tentaram lhe avisar."

"PAI!"

"ALOIS!" Ciel gritou ao mesmo tempo que Dalrie, envergonhados pelas atitudes dos familiares. Lyan e Alois se entreolharam por um segundo antes de imitarem berrantes e desatarem nas gargalhadas, dando as mãos e quase caindo das cadeiras.

"É. Você é corno sim", reafirmou All-Thess, rindo.

"É. Sou corno. Que pena."

— Agora você parece com aquele veado do clipe do LuHan... Cheio de galho na cabeça! — Daquela vez, não só Lúcifer e Alois explodiram definitivamente em risadas, caindo no chão, como também seu irmão mais velho, que chegava a segurar a barriga e lacrimejar.

Se prometer, não case com o DiaboOnde histórias criam vida. Descubra agora