Newcomers

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O sol brilhava contido no céu, ainda era cedo e o vento gelado castigava os moradores da Fazenda Céu Azul, mas Harry estava quente demais para se preocupar com qualquer coisa.

Sua pele brilhante de suor contrastava com a frieza do ar ao seu redor. Ele usava apenas seu chapéu, uma calça jeans surrada e suas botas. Os músculos do peito e dos braços se movendo em um ritmo sincronizado enquanto erguia vigas de madeira e as posicionava com precisão.

Styles se abaixou para pegar outra viga, carregando uma energia bruta e sensual.

Enquanto levantava a viga e a fixava no lugar, ele parou por um momento, passando a mão pela testa para enxugar o suor. Ele estava construindo mais do que uma estrutura física; estava criando um espaço de esperança e oportunidade, um lugar onde Louis poderia realizar seu sonho.

O fazendeiro pegou o martelo e começou a fixar a viga com pregos. Estava totalmente focado naquilo. Ele imaginava Tomlinson ali, cercado por crianças sorridentes e ansiosas para aprender.

Era sábado de manhã e ele já estava suado. A cada golpe do martelo, a construção tomava mais forma, e a visão de Louis como professor se tornava mais real.

Harry estava tão concentrado que não ouviu passos se aproximando da construção e foi pêgo de surpresa com a voz de Dorothy, sua funcionária.

— Bom dia, patrão... — A menina disse sorridente, era sempre uma alegria encontrar com Styles. Principalmente naquela situação.

— Bom dia, Dory. Eu acordei vocês? Me desculpe... — O fazendeiro disse enquanto guardava alguns pregos no bolso. Sabia que a casa da família da moça era próxima a sua propriedade, então era bem possível que tivesse os atrapalhado dormir.

— Oh, não, não. Nós acordamos cedo todo dia... — A menina disse enquanto arrumava o boné surrado sobre seus cabelos loiros presos em um rabo de cavalo. — O que tá fazendo aí, patrão? — Dorothy perguntou curiosa.

— É um presente para Louis — respondeu ele, seu tom de voz revelando a satisfação e o orgulho que sentia pelo projeto. — Ele tem jeito com crianças, quer ser professor. Vou construir um espaço para ele poder dar aulas.

Dorothy mordeu o lábio inferior levemente, lutando para manter a compostura.

— Mas as crianças vão na escola rural, não é? É onde todos nós fomos, até a pequena Katy.

Harry assentiu. De fato, Dory estava certa, mas seus planos eram outros.

— Sim, mas aqui será uma espécie de creche. Louis cuidará dos bebês de dois a quatro anos. — Falou enquanto ia até seu cantil, o abrindo e tomando um longo gole de água. Jogou o restante em seu peito, tentando se refrescar. — Quando encontrar seu irmão, não se esqueça de contar a novidade para ele. Dylan vai gostar de ter um lugar para deixar a pequena Becky durante o dia.

A menina assentiu. Sabia que tanto seu irmão quanto sua cunhada adorariam ter um lugar de confiança para deixar sua sobrinha.

— E quanto isso vai custar? — A garota perguntou curiosa, vendo Styles voltar a martelar.

— É de graça... Por enquanto vamos atender apenas os filhos dos meus funcionários, mas a ideia é expandir para as outras fazendas também.

Dorothy assentiu, observando enquanto seu patrão martelava as vigas de madeira ao redor do que parecia ser uma janela.

— Esse menino, Louis, deve ser realmente muito querido pelo patrão... — Ela disse enquanto chutava algumas pedras. Não queria demonstrar, até porque não tinha nada contra Tomlinson, mas o ciúme em seu coração era pesado como um saco de areia.

Cabaret - l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora