Clear Waters

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Após ver Annabeth cruzando a porteira pela janela da cozinha, Louis focou apenas na limpeza da louça e permaneceu desta forma até ter seus pensamentos interrompidos.

— Oh, não precisava lavar, querido. — Vovó Mary disse enquanto se aproximava. — Eu estava apenas tirando um cochilo após o almoço e já ia dar um jeitinho nisso.

Tomlinson negou com a cabeça levemente.

— Eu não me importo em ajudar... Apesar de achar que a senhora merecia uma lava louças. — Disse rindo e a idosa o acompanhou.

— Talvez você possa falar com Harry sobre isso... — Ela disse ao pegar um pano de prato e se juntou a Louis, enxugando as louças.

— Eu? — Tomlinson perguntou um tanto surpreso.

— Sim, vocês... parecem tão próximos... — Ela disse enquanto enxugava um dos pratos brancos.

— Oh... — Louis deixou escapar, em seguida começou a procurar por algo para dizer, mas nada lhe parecia certo. — Eu não acho que seja tanto assim...

A idosa negou com a cabeça, ainda na tarefa de enxugar a louça.

— Vocês pensam que eu não reparo, mas meu neto mudou muito desde que você chegou... — Ela começou a falar e Tomlinson simplesmente não soube o que lhe responder. — Agora ele trabalha menos e passa mais tempo em casa, seu humor está melhor e até brinca mais com Katherine...

Louis não conseguiu dizer nada, simplesmente porque tinha medo do lugar onde aquela conversa estava os levando.

— E, bem, isso é algo que uma avó percebe, sabe? — Vovó Mary continuou. — Meu Harold é um bom menino e merece ser feliz. E você também parece ser um rapaz muito bom.

Tomlinson assentiu levemente com a cabeça, sabendo que precisava falar alguma coisa.

— Obrigada, vovó. Com certeza, Styles merece ser muito feliz...

A idosa repousou o pano de prato sobre o ombro direito e olhou para Louis.

— Harold é feliz quando está com você.

Tomlinson sentiu um aperto no coração e uma mistura de emoções tomou conta dele. Ele tentou encontrar as palavras certas para responder, mas vovó Mary continuou antes que ele pudesse dizer algo.

— Sabe, querido, a vida é curta demais para nos prendermos em coisas banais... — Ela disse, sua voz suave e cheia de sabedoria. — Eu já vi tantas coisas nesta vida, tantas pessoas deixando a felicidade escapar por entre os dedos por medo do que os outros vão pensar...

Louis respirou fundo, sentindo o peso das palavras dela.

— Eu só... — Ele falou, sua voz um pouco trêmula. — Tenho medo de que Harry seja prejudicado por minha causa.

Vovó Mary suspirou e colocou a mão gentilmente sobre o ombro de Tomlinson.

— O amor tudo suporta, querido. — Ela disse com firmeza. — E vale a pena lutar por ele. Além do que, Harold sempre soube bem se defender sozinho. Mais do que isso, ele sempre soube defender todos que precisam.

Louis abaixou os olhos, se lembrando de como o fazendeiro socou a cara do homem que o machucou e depois o levou para ser cuidado em sua própria casa.

— As pessoas podem ser cruéis, sim, — Vovó Mary continuou. — Mas também podem surpreender você. E se alguém não consegue aceitar, então talvez não mereça estar na vida de vocês.

Tomlinson sentiu uma lágrima escorrer pelo rosto e olhou para a idosa com gratidão.

— Obrigado, vovó. — Ele disse, emocionado. — Suas palavras significam muito para mim e tenho certeza que significam para Harry também.

Cabaret - l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora