Capítulo 15. Caleb

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Três anos antes...

Mel me contou o que aconteceu com seus pais e isso me deixou chocado. Ela sofreu muito, uma criança vendo os pais morrerem na sua frente, não consigo nem pensar nisso. Quando mamãe morreu, papai ficou arrasado, destruído e depois que ele morreu, nós ficamos destruídos. Imagino a pequena Mel sozinha naquele orfanato, sem ninguém, se para mim foi difícil tendo minha irmã imagino como foi para ela sem ninguém... meu coração dói por ela.

Faz um mês que Mel me contou aquilo e agora acho que a entendo um pouco melhor. Ela parece querer esquecer tudo o que lhe aconteceu se mudando para cá, vestindo essa máscara de "está tudo bem". Terminei com Anna Berry há uma semana - finalmente - e ela reagiu como eu esperava: primeiro, recebi alguns mls de café direto na cara, depois ela me bateu, gritou e saiu chorando para todos da escola dizendo que a traí. Já esperava isso dela. Mas nada pode abalar a felicidade que sinto em finalmente poder ter Mel para mim.

Estamos caminhando pelo parque enquanto eu a observo. Amélia é uma observadora, ela analisa os casais do parque, sorri de uma forma meiga quando vê as crianças correndo, dá risada dos gritos das pessoas... e eu sorrio por vê-la feliz. Havíamos combinado de vir ao parque em trio, mas Ellie insistiu que queria nos deixar sozinhos, apenas nós dois. Acho que isso deve ter algo a ver com seu namorado, provavelmente o chamou para nossa casa. Minha irmã me contou que Mel a disse que gosta de mim e desde então não paro de pensar em beijá-la. Eu quero que você seja apenas minha, Mel.

Ei. - A chamo e ela me encara com aqueles lindos olhos. - Quero te mostrar um lugar. - Pego em sua mão e a levo até o brinquedo abandonado que Ellie e eu sempre subimos.

Era uma roda gigante para crianças, não tão alta, mas não fez sucesso. Subimos até o carrinho mais alto que alcançamos e sentamos de frente. Amélia parece maravilhada, rindo e sorrindo sozinha, o entardecer lhe dá um ar angelical.

- Está feliz? - Pergunto.

- Muito. - Ela me encara com seus olhos brilhantes. - Sempre quis uma roda gigante só pra mim. - Brinca.

- Agora você tem. Bom, mais ou menos, tem que dividir comigo e com Ellie. - Nós rimos. - Você é tão linda, Mel. - Digo, deixando-a tímida.

- Obrigada, Leb. - Ela diz.

- Sabe, eu sempre odiei ser chamado assim, mas o fato de você dizer me faz gostar dele. - Sorrio e ficamos em silêncio por um tempo, apenas nos encarando.

- Eu gosto do seu sorriso. - Ela me encara. - Você tem covinhas tão lindas. - Ela estende a mão e toca meu rosto, acariciando. - Eu acho que estou apaixonada por você, Leb.

E sem que eu possa me segurar, a beijo. Passo a mão por seu pescoço a trazendo para perto, aprofundando o beijo e ela passa seus braços por volta de mim. Coloco minha mão livre em sua cintura e a aperto, arrancando suspiros de Mel.

Você me enlouquece, Amélia.

Ficamos nesse beijo até que o fôlego acabe e nos afastamos, nos encarando. Os lábios de Mel estão inchados e vermelhos e ela está maravilhosa.

- Nossa... - Ela suspira. - Isso foi muito mais do que eu fantasiei meu primeiro beijo. - Ela ri.

- Fui seu primeiro beijo? - Quase grito, minha voz com empolgação, ela concorda.

- Agora você está feliz. - Ela diz rindo.

Estou muito feliz. Eu quero essa menina só para mim, ela é minha!

Além da Sua Escuridão - L.S. LouiseOnde histórias criam vida. Descubra agora