Aviso: O capitulo a seguir tem palavras extremamente vulgares, perdoem essa pessoa de mente perturbada...
Haviam passado mais de duas semanas desde a noite em que dormi com ele. Queria esquecer aquele momento, mas, assim como tudo na minha vida, estava cercado de incertezas. Matthew nunca mencionou o que aconteceu naquela noite, passando os dias seguintes focado em encontrar uma maneira de me tirar do país.
Era exatamente 15h do dia 3 de outubro de 1999. Estava sentada debaixo do pomar, observando as folhas mudarem de cor enquanto o frio ficava cada vez mais intenso. Dennis havia retomado as aulas e, como estudava em outra cidade, saía cedo e voltava tarde. A cada dia, ficar sozinha com Matthew se tornava mais difícil. Não conseguia tocá-lo ou deixar que ele me abraçasse como antes. Era cruel demais. Toda vez que ele se aproximava, meu corpo formigava, e tive que me conter.
Abraçando minhas pernas com o rosto sobre os joelhos, admirava o sol e seu calor fraco sobre a terra. Ao norte, nuvens cinzentas carregavam uma enorme tempestade, cujo cheiro avisava que estava cada vez mais próxima. Descendo a colina, avistei um carro ao longe, dirigindo-se à propriedade. Meu coração disparou, e tentei apressar o passo. O carro chegou antes de mim e parou bem na entrada. Não consegui ver quem desceu, então entrei pela porta lateral da casa, próxima às escadas. Foi quando ouvi aquela maldita voz. Meu corpo paralisou, e até o vento pareceu cessar diante daquele ser. Encostada na porta de acesso ao porão, sentia meu rosto tremer e as lágrimas rolarem. Tapei a boca e tentei respirar normalmente. Agachei-me no canto e apenas ouvi:
- Me fez vir aqui... por qual motivo não aceitou o trabalho, Matthew? Voltou a trabalhar com os húngaros? - aquela voz firme ecoou por todo o meu ser.
- Sabe que não trabalho mais para eles, nem para ninguém... o que você quer?
- Preciso que traga uma pessoa até mim!
- Não faço mais isso. Arrume outro... por favor, vá embora.
- Não - ouvi o arrastar de cadeira - Outra pessoa não vai me trazer o que eu quero.
- Desculpa, mas não posso mais fazer isso!
- Quer mais dinheiro? Quanto está cobrando agora... estou disposto a pagar duzentos mil...
- Não preciso do seu dinheiro. Apenas não vou mais retirar meninas inocentes dos seus lares. Vá embora... essa conversa acabou.
- Porra nenhuma, só acaba quando eu decidir isso. E não é uma nova, eu quero uma que fugiu!
- Você é um merda mesmo, não é, Leonid? Até quando?
- Ela é a última, pois ela levou a porra do meu coração... preciso que seja você. Me ajude, não me faça recorrer a práticas que podem levar o Dennis para longe de você.
Ouvi um estrondo entre eles, como se algo tivesse caído, e Matthew elevou a voz.
- SEU MOLEQUE! Não ameace meu filho, você não é aquele velho decrépito, e eu não vou trabalhar para você!
- Tem certeza?!
- Diga-me o que você quer?
- Que a traga de volta para mim. Sei que ela não saiu do país, e nem vai conseguir sair. Já deixei claro a todos que, se facilitarem a saída de qualquer menina ilegalmente daqui, vou matar a família deles pessoalmente. Acho que sabe muito bem como trabalho... Então, vai aceitar o serviço?
- Vou, se permitir que mande o Dennis para fora dos seus domínios. Ele não é moeda de troca nem de barganha. Quando ele estiver em segurança, começo a rastrear ela... me diga, tem alguma foto dela?
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Amor e Dor
RomanceDedico essa história às vozes da minha cabeça, pois foi a primeira que me deram, mas não tive coragem de escrevê-la até agora. Dedico também a todas que sempre sonharam com um homem gostoso e mais velho, para proteger vocês de tudo e todos. Bianca f...