Inicio do fim

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Os dias se findaram, já era véspera de Natal. Trabalhei naquele dia até as 22h, o que foi um alívio, pois houve um apagão em toda a cidade, fazendo parecer um cenário de filme de terror.

O que levou Matthew a me buscar no trabalho. Estávamos deixando o local quando vimos uma lanterna se aproximar de nós, focando na cara de Brian. Matthew afirmou logo, me puxando pela cintura para o seu lado.

- Pode ir despreocupado, Brian, vou levá-la para casa - Nem esperou que me despedisse e saiu me puxando pela escuridão.

- Quase me matou de susto, não sabia que era você. Está frio, por qual razão veio? - Indaguei, tentando me aquecer nele.

- Acha que ficaria em casa enquanto minha mulher retorna para casa no meio dessa escuridão, junto com o Brian? - Ele entoou o nome dele - Nem fodendo!

Parei de modo brusco e aspirei o ar com a boca.

- Você fala palavrão! Que feio, o papai Noel não vai te dar presente - sorri, voltando a andar.

- Não se preocupe, ele já me deu! - disse em um tom divertido.

- Sério, e o que foi? - perguntei, andando de forma descontraída.

- Você! Quer coisa melhor que isso? - ele passou seu braço por detrás da minha nuca e me puxou para mais perto, beijando meus lábios em seguida.

- Acho que podemos melhorar seu presente hoje então - sorri, me afastando.

- O que quer dizer com isso? - ele balbuciou entre sorrisos.

O deixei imaginar o que seria a tal melhoria até chegarmos em casa, que se não fosse pela lareira e algumas velas espalhadas pelo corredor estaria na completa escuridão.

Parados no hall de entrada, batia os pés, tirando o excesso de neve e o casaco.

- Cadê o Dennis? Está muito silêncio; - olhei para Matthew, que guardava nossos casacos.

- Ele disse que iria dormir hoje na casa de um amigo, mas que estaria aqui amanhã para almoçar conosco.

- Amigo! Sei - revirei os olhos.

- Está com ciúmes dele, meu amor? - parou diante de mim, me olhando de maneira ociosa.

- Não, só não gosto daquela garota, não gosto de pessoas sonsas! - bufei, sentando no sofá.

- Tudo bem, eu acredito em cada gesto e palavras suas, meu amor - ele passou por mim, sorrindo.

- Irei fazer um chocolate quente para você.

- Não quero, pode estar envenenado - levantei, indo em direção ao quarto.

- EU OUVIR ENGRAÇADINHA!

Tateando o quarto, procurava o banheiro, entrando no mesmo deixei a porta aberta, mesmo não fazendo muita diferença, pois a fraca luz que chegava até lá não passava da entrada. Tirei as camadas de blusa que usava, sentindo que o banheiro estava mais quente que o restante da casa. Pisando dentro da banheira, molhei a calça, pois a mesma se encontrava cheia com água quente.

Era impossível não amar aquele homem; ele deixou a banheira preparada, mesmo não tendo energia.

Terminei de tirar as roupas e entrei na banheira, permitindo que todo aquele calor aquecesse meu corpo pálido e gélido. Passei uma boa parte do banho apenas encostada, aproveitando a água. Finalmente, deixei a preguiça de lado e tomei banho. Saí do banheiro, envolta do roupão, nas pontas dos pés, cheguei até a porta e a fechei, sendo engolida pela escuridão. Outra vez, fui guiada apenas pelo tato para vestir o que estava ao meu alcance.

Amor e DorOnde histórias criam vida. Descubra agora