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CAPÍTULO UM ... regras.
Alice estava esticada sobre a grama do pátio de Hogwarts depois de fazer uma pequena rotina de treinamento que costumava fazer todos os dias em que não ia à academia de dança. Seus pés doíam a ponto de quase pulsar, suas pernas gritavam por um descanso e sua garganta implorava por um pouco de água para acalmar a sede. Sim, ela costumava se exigir demais no momento de treinar.
— Por Merlin, Hardy — ouviu Malfoy chegar ao seu lado. — Parece que você deu a volta ao mundo três vezes... tome. — Jogou uma garrafa de água fresca em seu colo. — Não quero que você acabe na enfermaria por falta de hidratação, não tenho tempo para isso.
— Não pedi que você viesse! — Murmurou, deitando completamente na grama. — O que você quer, Malfoy?
— Uhm, quero terminar de falar sobre – você sabe... aquela história de ser minha namorada falsa e tudo isso — murmurou em voz baixa, sentando ao lado da garota, que apenas o olhou e se sentou para ficar frente a frente da maneira correta.
— Tem que ser agora? Quero dormir, além de estar com fome e... — O olhar frio que Draco lhe lançou fez com que ela fechasse a boca. — Ugh, tá bom, passa o maldito caderno. — Apontou para o pequeno caderninho preto que Malfoy tinha na mão. Alice o pegou e arrancou uma folha. — Vamos ser rápidos com isso. A primeira regra poderia ser... Nada de beijos nem mãos!
— Alice... Quem vai achar que você é minha namorada se não posso te beijar nem tocar? Não vou te apalpar, talvez só te pegue pela cintura, é só isso, apague essa regra. — Argumentou Draco, franzindo a testa. — A primeira regra será que ninguém pode saber do nosso segredo, este trato fica entre nós. — Falou com seriedade enquanto pegava a folha arrancada e escrevia a regra no papel. — A segunda é que teremos que nos encontrar mais, uhm, não sei, talvez nos encontrarmos mais vezes para conversar sobre nós e coisas que precisamos saber um do outro, nada além disso, não quero falar da minha vida pessoal livremente com você.
— Malf– Draco, já são duas vezes na semana que nos encontramos. Não acha que é muito? — Reclama, tomando um pouco da garrafa de água.
— Pelo amor de Deus, não vejo que você esteja se esforçando muito. — Murmurou, irritado. — Não, não me parece o suficiente, já que de um dia para o outro não vou conseguir uma namorada, então sim, teremos que nos encontrar mais frequentemente, Hardy. — Alice murmurou algo que Draco não conseguiu entender antes de se deitar nas pernas do rapaz enquanto olhava para o céu. O platinado ficou paralisado com a ação, mas depois suspirou e pegou novamente o papel e o lápis. — Terceira regra, você deve passar tempo com meus amigos.
Alice fechou os olhos com frustração, respirando fundo. — Aqueles que perturbam a minha melhor amiga? Você está incluído, Malfoy. — Bufou.
— Granger é dano colateral.
— Eu farei isso se você parar de incomodar a minha amiga, e isso inclui seus amigos, se possível. — Sugeriu, fazendo Draco acenar com a cabeça a contragosto. — Quarta regra: Você não pode me trair, mesmo que isso seja falso; não quero parecer uma tola. Esta regra também se aplica a mim.
— Estou de acordo. Mais alguma coisa?
— Sim, duas coisas. A quinta regra será que você terá que me acompanhar aonde eu for; hoje em dia não me sinto segura sozinha. E a sexta regra... Você me dirá quem é a garota? Por favor! Como faremos isso se eu não sei a quem tenho que causar ciúmes? — Levantou um pouco os olhos para olhar para Draco com um olhar suplicante.
— Você é realmente intensa. — Disse com cansaço, deixando o papel e o lápis de lado. — É Astória Greengrass, a irmã da Daphne. Eu, bem, comecei a gostar dela no final do quarto ano, quando ela me beijou, e depois ela disse que não estava interessada. Mas foi em uma festa da Sonserina, quando eu estava com vontade de me envolver com alguém, que Astória chegou e me tirou da festa para me dar um grande sermão sobre por que eu não deveria estar com outra garota. — O platinado suspirou com resignação. — E então eu soube que você era a certa quando ela explodiu de raiva ao saber que estive com você nas Três Vassouras no sábado.
— Malfoy... Você tem certeza de que essa garota está bem? — Perguntou Alice, franzindo a testa. — Quero dizer, o comportamento dela é – como dizer isso sem estourar sua bolha... tóxico. — A garota falou, sentando novamente no gramado para poder olhar para Draco. — Não me entenda mal, nas poucas vezes em que conversei com Astória, ela foi uma pessoa muito amável e boa, mas isso que você está me contando não é normal em uma pessoa, e muito menos em você! Não deveria gostar de um comportamento tóxico.
Draco mordeu o lábio inferior. — Não é que eu goste, mas é que isso me faz saber que ela sente algo por mim. — Respondeu, olhando para o lado. — Mas, repito, nesse caso, minha vida pessoal não seria da sua conta.
— Bem... só diria para você pensar se realmente vale a pena perder dinheiro e tempo com alguém que talvez–
— Eu já te disse que minha vida pessoal não te diz respeito. Apenas siga com o trato. Gostaria que a sétima regra seja que nenhum de nós se intrometa mais do que o necessário na vida do outro. — Draco se levantou do chão, um tanto irritado pelas insinuações da Lufa-Lufa. Antes de ir embora, disse: — Eu... nos vemos amanhã, Hardy.
— Que difícil vai ser ser sua namorada, Malfoy — murmurou, desabando novamente no chão e observando as nuvens limpando o céu.
Ia ser um fim de semestre extremamente longo. E definitivamente não seria o mais fácil para Alice.
