ii. meet my friends

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CAPÍTULO DOIS

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CAPÍTULO DOIS ... conheça meus amigos.


Já tinham se passado alguns dias – para não dizer semanas – desde que o acordo entre Alice e Draco havia começado. Eles costumavam se ver mais de três vezes por semana e se encontravam frequentemente para poder criar "os rumores" sobre seu relacionamento, já que, de um dia para o outro, não era possível que duas pessoas que não se falavam nem para tarefas em aula ou sequer trocavam olhares de repente fossem namorados.

Ninguém acreditaria que fossem um casal se anunciassem que eram "namorados" se nem mesmo eram vistos juntos nas aulas.

Alice moveu um peão para a frente, conseguindo capturar o peão preto de Draco, mas o garoto parecia muito imerso em seus pensamentos, olhando fixamente para um ponto no tabuleiro com o queixo apoiado na mão.

— Malfoy, é a sua vez, idiota — disse a garota morena, passando a mão na frente do olhar perdido do garoto.

— Acho que estou pronto — murmurou Malfoy, olhando para o lado.

— Draco, não precisa de tanta conversa para – espera. Pronto para o quê? — Questionou Alice, olhando fixamente para Draco, que retribuiu o olhar.

— Estou pronto para oficializar o plano, para oficializar nosso falso relacionamento. Entende? — Ele fez gestos com a mão que Alice não conseguiu entender, mas depois assentiu ao que o garoto disse. — As pessoas que precisam saber estão agora mesmo jogando, assim como nós, na Sala Comunal.

— Seus amigos e Astória — acertou a lufana, e Draco assentiu, dando-lhe razão. — Certo, mas como vamos fazer isso?

— Simples, eles já têm me perguntado por que passo tanto tempo com você e eu sempre os deixo na dúvida. Chegaremos à Comunal de mãos dadas e eu explicarei que somos "namorados" na frente da Astória. Já pensei em uma história convincente sobre como nos conhecemos. — Suspirou. — Foi graças a uma reunião que realmente aconteceu, mas você não estava presente na Mansão Malfoy nas férias de inverno. Ninguém precisa saber que você não acompanhou seus pais naquela noite.

— É brilhante! Certo, te espero aqui e me diga como foi. — Ela pegou um livro que estava ao lado do tabuleiro de xadrez e colocou os pés sobre a mesa, deixando o livro em seu colo.

— Que parte de "chegaremos" você não entendeu? — Ele a agarrou pelo braço e a levantou sem ser muito brusco. — Vamos, meu amor. — Depois de dizer isso, Draco riu ao ver a expressão de nojo que Alice fez.

— Ugh, volte a me chamar assim e você fica sem descendentes, maldito cafona — ela revirou os olhos, soltando-se do agarrão do platinado e ajeitou a saia para acompanhar Draco.

O sonserino balançou a cabeça enquanto indicava onde ficava a Sala Comunal das serpentes. O caminho da biblioteca até a masmorra foi silencioso; nenhum dos dois estava interessado em iniciar uma conversa um com o outro, ambos imersos em seu próprio mundo e ignorando o fato de que teriam que passar pela porta da Comunal e se apresentar como um casal formal e romântico.

Quando estiveram diante da grande parede de pedra, Draco e Alice suspiraram, de mãos dadas. No momento em que suas mãos se entrelaçaram, souberam que não havia mais volta. O platinado murmurou a senha e a forma tortuosamente lenta como a parede de pedra se abriu foi o suficiente para que Alice se questionasse se o que estava fazendo era moralmente correto; mas ela não teve como escapar quando entrou, de mãos dadas com Draco, na sala.

Os olhos da morena se abriram ligeiramente ao ver a elegância do lugar. Não era brilhante, colorido e acolhedor como o da Lufa-Lufa; era escuro, frio e até podia jurar que o lugar exalava uma aura de 'sou rico, não me toque'. Os sofás eram de couro preto com almofadas verdes escuras e pretas, havia decorações como luminárias que proporcionavam uma iluminação suave, mesas repletas de livros estranhamente organizados e, ao fundo, as janelas grandes que mostravam as profundezas do lago negro.

Definitivamente, essa Sala Comunal gritava 'Somos os reis do mundo, e vocês? Vocês são seres inferiores'.

Para finalizar o percurso visual, Alice olhou para os amigos de Draco. Sentada de pernas cruzadas com um ar de grandeza, estava Pansy Parkinson, rindo de algo que Theodore Nott estava dizendo, sentado no sofá oposto a ela. Ao lado deles, estavam Blaise e Astória, muito concentrados em jogar xadrez mágico, com a partida sendo vencida pela morena, que exibia um sorriso de vitória. Estranhamente, todos estavam rindo, diferente da maneira como costumavam olhar para as pessoas nos corredores; como se quisessem arrancar-lhes os cérebros.

Ela voltou à realidade quando Draco fez uma pequena tosse para chamar a atenção de seus amigos.

As risadas dos amigos do garoto, junto com as de Astória, pararam. Não porque a presença deles os incomodasse. Não. Foi porque se surpreenderam ao ver Alice e Draco de uma forma tão 'íntima'; eles estavam de mãos dadas, com um notável rubor nas bochechas. Mas os outros sonserinos não precisavam saber que esse rubor era de vergonha.

Se eles soubessem.

— Draco. Hardy. — Cumprimentou educadamente Theodore. — Tudo em ordem?

— Bem, queríamos dizer uma coisa — Draco respirou fundo, causando a confusão de seus amigos. — Alice e eu somos um casal.

A morena corou, segurando a risada ao ver as expressões dos colegas do platinado; Draco havia sido muito direto. Theodore Nott deixou cair o livro que estava em seu colo enquanto abria a boca, Blaise Zabini colocou um sorriso orgulhoso e assentiu com a cabeça. Depois, Astória ficou séria, olhando fixamente para Draco e depois avaliando Alice de cima a baixo. Por fim, Pansy não havia mudado sua expressão séria e nem sequer tinha mexido um fio de cabelo quando Draco deu a notícia.

Claro que nenhum dos presentes esperava que Pansy se levantasse e, com passos elegantes, se aproximasse de Alice, ficando frente a frente, quase sentindo a respiração da morena. A sonserina a analisou, olhando de cima a baixo e semicerrando os olhos para ela, mas Alice não se deixou intimidar.

— Sim, bom senso de moda e provavelmente um caráter forte o suficiente para aguentar você. Eu gosto dela. — Opiniu Pansy, e então pegou a mão de Alice, fazendo com que ambas se sentassem no sofá. — Vou conversar com ela sobre algumas coisas, não espere que eu fale bem de você. — Avisou, lançando um olhar divertido para Draco.

Foi então que ouviram o bufar da morena ao seu lado. Astória se levantou com os braços cruzados, lançando um olhar rápido para Draco, e saiu sem olhar para trás. O platinado se viu obrigado a reprimir um sorriso ao ver a cena.

Quando Draco se sentou ao lado de Theo e Blaise, fez contato visual com Alice, que piscou para ele, claramente satisfeita com a reação da sonserina mais nova.

Era a reação que ambos esperavam.





Astoria não é má,
para que não se
confundam.

𝖌𝖎𝖗𝖑𝖋𝖗𝖎𝖊𝖓𝖉 ━━ 𝖉𝖗𝖆𝖈𝖔 𝖒𝖆𝖑𝖋𝖔𝖞Onde histórias criam vida. Descubra agora