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CAPÍTULO NOVE ... nós temos que conversar.
A manhã com Hermione passou rápido. Elas colocaram a conversa em dia e a amizade entre as duas tinha se reconstruído. Passar toda a manhã e até o almoço com Hermione ajudou muito a evitar Draco, que, por sorte, não fazia ideia de onde a morena estava.
As duas amigas estavam na entrada da escola esperando Pansy Parkinson aparecer para irem a Hogsmeade. Alice torcia para que Draco não desse as caras, suas pernas tremiam só de pensar em ter que falar com ele. Ela queria levar as coisas com calma, mas definitivamente não conseguia.
— Desculpa o atraso — disse Pansy, ofegante. — Acabei levando uma baita sabatina do Malfoy. — Justificou-se. — Ei. — Chamou a atenção da lufana. — Você poderia falar com ele? Ele passou o dia inteiro te procurando, não sei o que deu nele.
— Que estranho — ela tentou não soar tão nervosa. — Mas isso não importa agora, vamos fazer compras antes que as lojas fechem. Posso lidar com o Draco depois.
Alice pegou as mãos de suas duas amigas e as ajudou a subir no carruagem, indo em direção à pequena cidade perto de Hogwarts. Ela estava super animada que Pansy e Hermione estavam passando tempo com ela. Mesmo que sua amizade com Pansy fosse recente, Alice sentia que podia confiar nela tanto quanto confiava em Hermione.
Aquela tarde foi incrível.
Assim que chegaram a Hogsmeade, foram direto atrás de um sorvete e começaram a explorar todas as lojas. Procuraram por vestidos, sapatos e até joias. Alice estava encantada com a tarde maravilhosa que estavam tendo. No final, foram ao Três Vassouras, cheias de sacolas, e se sentaram na última mesa, afastadas de todos, antes de pedirem algumas cervejas amanteigadas.
— Esse vestido que você comprou, Alice, vai fazer o Draco babar até o ano que vem — murmurou Pansy, levando o copo aos lábios. — E para você, Granger, definitivamente o rosa é a sua cor. — Exclamou após tomar um gole da sua bebida.
— Obrigada, e pode me chamar de Hermione, não precisa ter formalidades — sorriu a grifana.
— Ei, Pans, o que foi que o Draco te perguntou? — Questionou Alice, olhando nos olhos verdes da sonserina.
— Nada demais, só se eu tinha te visto, aonde você foi, que ele precisava falar com você... Ele não fez nada errado, né? — Ergueu as sobrancelhas. — Juro que, se ele fez, eu mato ele. Garotas como você não aparecem todo dia.
— Não, o Draco não fez nada, só acho que temos que conversar sobre algo que nenhum de nós quer — respondeu, tomando um gole rápido da bebida. — Ugh, como é difícil existir.
— Finalmente alguém que pensa igual! Sempre que eu digo isso, o Blaise me dá uma palestra de vinte minutos sobre o motivo de eu não dever dizer isso. — Revirou os olhos.
— Sim, é difícil existir, mas olhem pelo lado positivo: nós temos magia e os trouxas não. Imaginem como deve ser a vida deles. Eu acho que é pior. — Argumentou Hermione.
— Nem me diga! Se eu fosse uma trouxa, realmente me jogaria da Torre de Astronomia. — Pansy falou com obviedade. As três ficaram em silêncio por um momento até que Pansy respirou fundo e sussurrou. — Gente, tenho algo para contar que não sei se deveria, mas não aguento mais guardar só para mim. Talvez você se interesse, Alice. — Ela olhou para a amiga e, sem perceber, formaram um pequeno círculo fechado para que ninguém mais ouvisse. — Ontem, antes da festa, ouvi Astória e Draco discutindo. — O coração de Alice começou a bater forte. — Acho que As estava reclamando com Draco, a discussão deles foi mais ou menos assim: "Astória, pare de falar bobagem" — Ela imitou a voz de Draco. — "Mas é a verdade! Ou você vai me dizer que eu não significo nada?" — Imitou Astória. — Depois disso não ouvi mais nada, eu... não queria te deixar mal, Ali, só queria que soubesse o que ouvi. Depois disso, não consegui ouvir mais, porque o Blaise me arrastou de volta para a Comunal.
— Está bem, Pans — respondeu, baixando o tom de voz. Por que as palavras de Pansy lhe incomodaram tanto? — Acho que eu precisarei falar com Draco.
Hermione e Pansy trocaram olhares alarmados. — Mas não interprete mal as coisas, Ali, não acho que ela tenha feito algo errado. Malfoy parece muito contente com você. — Confortou Hermione.
Mas, se nossa relação era falsa, pensou Alice.
— Hermione tem razão, não vejo Draco tão feliz desde que fez doze anos. Você fez bem a ele, não acho que tenha feito algo para estragar o que vocês têm. — Pansy apoiou a opinião de Hermione com a sua própria.
Ela não deveria se importar com isso, não deveria nem mesmo pensar em Draco de uma maneira além da amizade; Draco estava apaixonado por Astória e ela estava traumatizada por um desamor, fim. Não deveria ficar nervosa por causa dele, preocupada com ele, não deveria se abalar por ele; era estúpido se eles não eram nada, bem, eram namorados falsos, mas era só isso.
Ao saírem do Três Vassouras, as três mulheres ficaram em silêncio. Pansy sentia que talvez nem deveria ter dito nada, Hermione estava silenciosamente preocupada com o silêncio de sua melhor amiga e Alice estava em silêncio, questionando por que as palavras de Pansy a afetaram tanto, se no final das contas era apenas uma questão de tempo até que Astória e Draco ficassem juntos.
Ao chegar a Hogwarts, quando passaram pelas grandes portas, as três amigas pararam ao lado do trio de amigos da Sonserina; parecia um clichê. Alice olhava para Draco, Pansy para Blaise, enquanto Hermione e Theo observavam a tensão entre seus amigos.
Alice avançou e tomou a mão de Draco. — Nós temos que conversar. — E o puxou para fora. A última coisa que viram e ouviram foi Blaise fazendo o mesmo com Pansy.
A lufana o levou a um lugar onde sabia que ninguém os incomodaria: a Torre de Astronomia.
