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CAPÍTULO DEZ ... ela me beijou.
Ao chegar à Torre de Astronomia, ambos se apoiaram nas grade de proteção. A noite já caía sobre eles, iluminados pelas estrelas e pela lua; o silêncio incômodo que os acompanhava os obrigava a manter a boca fechada.
— Pansy me disse que você e Tori discutiram. Você quer falar sobre isso? — Alice quebrou o gelo.
— Eu não queria exatamente falar sobre isso, Alice — Draco a olhou nos olhos, fazendo contato com os olhos verdes dela. — E você sabe disso. Por que você foi embora sem avisar?
Ambos queriam falar de assuntos diferentes, e nenhum deles queria discutir o que o outro desejava. Alice não teve coragem de olhar nos olhos dele ao responder à pergunta de Draco; olhou para suas mãos, evitando o olhar prateado do garoto.
— Eu não pensei que você quisesse me ver lá — confessou. — Era para não fazermos nada disso e, quando acordei, fiquei assustada; pensei que você ficaria bravo. — Ao pronunciar suas últimas palavras, ela o olhou nos olhos novamente.
— Eu não ficaria bravo, Ali. Se eu te fiz sentir desconfortável, sinto muito. — Esclareceu Draco, arrumando uma mecha do cabelo da garota. Depois, respirou fundo e voltou a falar. — Sobre a Astória, o que foi que a Pansy te disse?
— Que a Astoria estava te dizendo que algo que vocês fizeram não significou nada e que, para você, era uma bobagem o que ela estava dizendo. Foi antes da festa, foi como se a Tori estivesse te cobrando alguma coisa. — Ela repetiu o que Pansy havia dito e, pela expressão que Draco fez, soube que o que Pansy contou era verdade. — Mas isso era o que você queria... não era?
— Não, quero dizer, sim, mas... esquece — a resposta de Draco a deixou confusa. — A Astória e eu realmente discutimos antes da festa. — Aceitou. — Ela disse que não podia continuar me vendo com você porque eu realmente gostava dela. Eu respondi que ela mesma havia me dito que não estava interessada em mim, e a Astória se desculpou por isso, dizendo que sabia que eu estava com você, mas que realmente me queria. — Ele respirou fundo para continuar a narrativa. — Depois eu disse a ela que o que estava dizendo era uma bobagem, que se realmente me quisesse, teria me dito antes e... ela me jogou na cara o beijo que nós trocamos, que ela sabia que significava algo, e depois... — Draco lhe lançou um olhar triste. — Ela me beijou.
Seu coração deu um salto. Ela esperava tudo, menos o que ele acabara de dizer; isso a machucou, não ia mentir. A imagem de Draco e Astoria se beijando veio à sua mente, fazendo com que seus olhos ardessem; não entendia por que isso a feriu. O centro de seu peito doía, um nó se formou em sua garganta e ela não conseguiu manter o contato visual com Draco.
Eles haviam se beijado.
Ele havia quebrado uma das regras: Não a trair, por mais falso que fosse.
