Prólogo

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- Fica atrás de mim Olivia, não deixa eles te verem! E-eu vou nos proteger. - Hector, meu primo menor de 16 anos me sussurrava com a voz trêmbula enquanto segurava uma 9.9mm nas mãos e mirava freneticamente entre a porta e a janela da pequena sala que estávamos.

Eu estava deitada escorada na parede embaixo da mesa de escritório em um prédio funcional de 15 andares no meio da cidade, enquanto segurava firmemente meu ferimento de tiro na parte esquerda de meu abdomên.

O lugar estava uma bagunça, os homens que faziam essa empresa ilegal rodar finalmente foram pegos e uma guerra começou no prédio onde as ordens dos oficiais era "capturar ou matar" mas tinham mais corpos no chão sem vida que na van deles para interrogatório.

- Escuta aqui seu playboyzinho... - Eu digo enquanto o puxo pela nuca para que de agache ao meu lado. - Alguns caras vão entrar aqui na sala daqui a pouco, vestidos de preto escrito "C.I.A" em seus uniformes , tá prestando atenção? 

Ele balança a cabeça freneticamente mostrando que entendeu.

- Você vai levantar as mãos e deitar no chão e fazer exatamente oque eles disserem ok? - Eu agarro seu pálido rosto com seu olhar profundo em seu rosto e pressiono suas bochechas fazendo com que ele me olhe. - Independente de como eles me tratarem você vai seguir certinho oque eles disserem, responder tudo oque eles perguntarem, e se perguntarem quem é você o seu nome é "Hugo Satra" de agora em diante entendido? Teu pai abandonou você e você deveria fazer o mesmo com o nome e sobrenome que herdou.

Os sons de tiros pelo lugar eram cada vez mais próximos e sabia que não teríamos muito tempo. Meu reinado aqui já tinha acabado no momento que eu confiei no desgraçado do meu tio que acabou fugindo com toda a grana e a família da amante dele deixando Hector para morrer comigo. FILHO DA PUTA.

Eu já sabia que o meu destino era morrer aqui, mas eu tinha que proteger Hector, ele não havia tido outra escolha a não ser se envolver nos negócios do pai. Mas eu iria tirar ele dessa vida nem que fosse a última coisa que eu fizesse.

- Merda Hector, você entendeu porra? - Eu ergo a voz depois da explosão de uma granada ser ouvida e tirar a atenção dele de mim. - Eu preciso que você me responda! 

- Sim eu entendi! Eu entendi! - Ele diz entre lágrimas, ele sempre me mostrava esse lado mais chorão.

- Ótimo, esse é o meu garoto...  - O agarro pela nuca e dou um beijo rápido em sua testa, e olho por cima da mesa os oficiais se aproximando pelo corredor. - Eu vou precisar que você chore muito mais que isso Hector.

- Oque?

Eles iriam entrar na sala e a partir do momento que me vissem iriam mandar esse lugar pelos ares sem nem se importar com Hector, eu precisava fazer eles acreditarem que ele não estava relacionado comigo. 

Me levanto com dificuldade e puxo Hector comigo enquanto o seguro na minha frente e aponto a pistola em sua cabeça, ele sem entender, parou de chorar e não movia um músculo.

Desculpa Hector, mas você vai sair vivo daqui SIM ou SIM.

- LARGUE A ARMA NO CHÃO E SOLTE O GAROTO! - De repente um oficial com o uniforme previsto entra apontando uma m4 na nossa fuça.

- NÃO SE APROXIMA OU EU VOU ATIRAR ! - Eu firmo meu agarre na pistola.

Se eles pegassem Hector nessa situação iam tratar ele como um dos muitos reféns da organização, ele já não tinha registro em nenhum lugar devido a que seu pai apagou tudo relacionado a sua família para que fosse mais fácil de fazer transações sem ser detectado, e ia ser levado para um centro de reabilitação ou pelo menos um orfanato para que ele possa ser reintegrado a sociedade assim.

Mas se ele fosse vinculado a mim de qualquer maneira, já era pra ele. Ele não tinha apoio de ninguém mais fora os subordinados que eu controlava e a mim mesma.

- EU NÃO VOU REPETIR! - Ele avisa mais uma vez e eu cochicho para Hector.

-Você vai ficar bem garoto.

E quando eu ergo a pistola para dar um tiro para o alto, eu escuto o ensurdecedor barulho da bala saindo da m4 seguido do sangue que jorrava do meu ombro. O impacto a menos de 2 metros é muito forte oque me faz cair para trás e derrubar a pistola no chão.

Em um lapso de conciencia enquanto eu estava caída quase apagando, vejo eles renderem Hector o tirando da sala enquanto ele chorava freneticamente e não tirava os olhos de mim.

A última coisa que eu vejo são os soldados vindo em minha direção e conversando mas a essa altura minha visão já estava embaçada e eu não escuto mais nada.


Pane total.

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