A caça

Capítulo 17 - Plata o plomo?

Eu simplesmente solto um sorriso de canto de boca e continuo meu caminho.

- Que empenhado que você é tenente. 

O ambiente é cortado quando vemos camburões saindo apressadamente do quartel em direção a cidade, e Alejandro em um deles junto a Rodolfo. Ghost cruza os braços enquanto os encara.

- As atividades do cartel aumentaram muito desde que chegamos e movimentamos um pouco.  Alejandro disse que vai aproveitar enquanto não temos informações para neutralizar algumas pontas soltas com eles.

Eu só confirmo com um balanço de cabeça e continuo a ver os camburões.

Talvez uma dessas pontas soltas tivesse a ver com Hector? Era uma oportunidade perfeita pra investigar.

E assim eu planejei por toda a semana, teria que aproveitar qualquer oportunidade para ir até a cidade e buscar qualquer pista que me ajudasse. Meu único problema é que eu estava no mesmo quarto que Ghost e Soap, e Ghost com certeza acordaria com qualquer barulho que eu fizesse. 

E enquanto não pudesse me mover, eu passei os dias indo e vindo estudando os arquivos do pavilhão velho, qualquer coisa que falasse sobre Hector, que definitivamente estava metido com o cartel mexicano. Ao mesmo tempo que fugia do campo de visão de Ghost.

Em uma semana, eu finalmente consigo um tempo livre. Ghost e Soap saíram junto com Alejandro para uma missão a parte e minha perna já tinha tirado os pontos, e tirando meu problema de sempre, já estava uns 80% bem, eu não planejava entrar em nenhum combate e só iria coletar informações.

Eu espero eles saírem com os camburões e acabo cruzando olhares com Ghost que estava de pé atrás com Soap, e só o comprimento com um aceno de cabeça e ele faz o mesmo.

Depois que eles saíram do meu campo de visão, eu começo a preparar minhas coisas. Sua missão ia demorar e eu teria tempo para voltar tranquilamente antes deles.

Pego minha pequena mochila com algumas munições e equipo uma pistola com silenciador. Me visto com uma calça jeans e tênis que eu pedi emprestado da enfermeira e uma camiseta de manga comprida preta. Amarro meu cabelo em um rabo de cavalo e visto uma jaqueta com capuz.

Passo despercebida pelos corredores até chegar na garagem, mas sair com um carro "discretamente" seria um problema.

- No sos la gringa de la sniper? - Um soldado que estava saindo com um jipe chama minha atenção enquanto eu estava parada olhando para os carros.

Eu só aceno positivamente e dou um sorriso.

- Donde vas? Veni yo te llevo! - Ele oferece e eu não perco tempo.

Em uma meia hora de viagem com o soldado mexicano puxando meu saco, já podíamos ver a cidade de Las Almas, e eu faço sinal que iria descer ali. Durante a carona, fiz questão de deixar claro que tinha ido de férias visitar a cidade e ele acreditou simplesmente. Um problema a menos.

Eu continuo a pé desde a entrada da cidade, e vou evitando contato com o exército da região, não poderia arriscar que algum deles tivessem me visto durante a missão e ser executada no meio da rua. A escuridão da noite era um ponto a mais pra me ajudar a me esgueirar.

A única pista que eu tinha, era o nome de dois irmãos que trabalhavam como um dos distribuidores para o cartel. Guillermo e Emilio. Tinham uma pequena equipe que trabalhavam para eles mas quem fazia as entregas mais importantes eram eles.

Eu acabei andando sem rumo, sempre prestando atenção nas conversas da rua que sempre comentavam sobre a missão que fizemos para capturar Hassan, as pessoas estavam furiosas e queriam colocar nossa cabeça em uma bandeja.

Eu só passo por um bar, que estava meio vazio e vejo um cara sentado ali com um pacote nas mãos, obviamente era droga.

Decido obeservar do outro lado da rua e logo depois vejo um rapaz magro e baixinho se aproximar dele e pegar o pacote entregando algumas notas de dinheiro para ele, eles só balançam a cabeça e cada um vai pro seu lado.

Se você quer caçar um rato, tem que agir como um.

Eu me aproximo e me sento do lado do cara e peço uma bebida ao barman despretenciosamente, e sinto ele começar a me olhar de canto de olho.

- Cuantos necesito para que me traiga diez igual que de el? - Eu pergunto enquanto viro na direção dele.

Ele me olha de cima a baixo, obviamente não convencido com minha pergunta e eu só mostro uma boa quantidade de dinheiro no meu bolso, oque faz seus olhos brilharem.

- Son demasiados... vas tener que hablar con el jefe. - Ele toma um gole da bebida. - Y no va ser grátis. 

Ele estende a mão para que eu pague um pouco adiantado, e assim eu faço, esse dinheiro não ia me servir de todos modos.

Ele se levanta e faz sinal para que eu o siga com um aceno de cabeça, e assim caminhamos por alguns minutos e eu já estava desconfiada quando entramos em um beco que era tão escuro que não dava pra ver o final, até que ele abre uma porta indicando para eu entrar.

Era tipo uma boate subterrânea, com música alta tocando e várioas pessoas no meio da pista de dança, quem não estava dançando, estava no chão agonizando de uma possível overdose. As únicas pessoas que não estavam sobre efeito de droga eramos nós que recém chegamos e os guardas aparentemente.

Eu o sigo até uma escadaria que me revistam e por sorte não notam minha pistola escondida, seria meu seguro de vida.

Entramos na sala com um ar de ostentação e havia um cara sentado no sofá, o reconheci pelas foto de um dos informes e era Guillermo, estava drogado com uma prostitua em cada braço, dez vezes mais drogadas que ele, despidas no busto e só de calcinha, enquanto o outro, Emilio , fumava de pé olhando alguns papéis.

- Dijo que quiere 10 paquetes. - O cara que me guiou me empurra pra frente.

- Jejejeje... y que piensas hacer con diez paquetes mija? - O que estava no sofá pergunta depois de rir. - Si fumas todo eso te va dar algo, por si caso no sabes JAJAJA!

Definitivamente ele era mais bocudo que o irmão dele, Emilio, e com certeza não era o cérebro da dupla.

- Você não vai precisar se preocupar com isso. - Eu puxo minha pistola e dou um tiro na cabeça dele, e logo no cara ao meu lado.

Sobrando só eu, Emilio e as prostitutas, entorpecidas demais para ligar pro cara morto do lado delas.