004

176 28 53
                                    

*NÃO ESQUEÇAM DE CURTIR E COMENTAR, ISSO ME MOTIVA A PROSSEGUIR COM A FIC.

Aurora Castellani

Cheguei em casa tarde da noite, exausta após uma longa noite com Ana. Mal tive tempo de me preparar para dormir e caí na cama assim que cheguei. No dia seguinte, fui despertada bruscamente pelo som insistente do meu celular. Com uma forte dor de cabeça, atendi, e do outro lado da linha ouvi a voz angustiada da tia Marli, chorando desesperadamente. Ela revelou que minha mãe havia surtado e, em um ato de desespero, tentou tirar a própria vida, pulando na frente de um carro.

Imediatamente me dirigi ao hospital, com o coração apertado pela preocupação e pelo medo. Lá, encontrei minha mãe em estado crítico. As despesas hospitalares eram exorbitantes, e os medicamentos necessários eram extremamente caros, muito além do que meu salário poderia cobrir. O médico que atendia minha mãe recomendou a consulta com um psiquiatra, que também implicaria em custos adicionais elevados.

Até aquele momento, eu estava movida pela adrenalina, mas finalmente cedi ao desespero. Sentei-me no chão do hospital e comecei a chorar incontrolavelmente, sentindo-me esmagada pela situação. Minha tia Marli tentou de todas as formas me reconfortar, mas a sensação de impotência e desespero era avassaladora.

No meio do caos emocional, tive um lampejo de lembrança: meu pai. Mesmo nutrindo um profundo ressentimento por ele, percebi que, naquela situação desesperadora, precisaria engolir meu orgulho e pedir sua ajuda. Relutantemente, decidi que faria contato, pois sabia que essa era a única saída viável para enfrentar a crise que minha família estava vivendo.

x

Ao sair do hospital, senti uma onda de alívio ao saber que minha mãe finalmente estava estável. O peso da preocupação que carregava nos ombros começou a diminuir. Dirigi-me para casa, onde a familiaridade do meu próprio espaço oferecia um consolo silencioso. Tomei um banho relaxante, permitindo que a água quente levasse embora a tensão acumulada.

Depois de me secar, vesti uma blusa preta tomara que caia, que delineava com elegância a parte superior do meu corpo, combinada com uma calça boca de sino que acrescentava um toque de sofisticação retrô ao meu visual. Completei a vestimenta com uma botinha prática e estilosa, perfeita para a ocasião. Prendi meus cabelos em um rabo de cavalo alto, conferindo um ar de simplicidade e ordem. Sentia-me pronta para enfrentar o que viesse a seguir.

Assim que desci as escadas do meu prédio, avistei o Uber que já me aguardava. Entrei no carro e informei ao motorista o destino: o batalhão onde meu pai trabalha. Durante o trajeto, tentei me concentrar, respirando fundo e organizando mentalmente o que diria ao chegar. A paisagem urbana passava como um borrão pela janela, enquanto minha mente se ocupava de pensamentos sobre o encontro iminente.

Ao chegar ao batalhão, paguei a corrida e desci do carro, ficando por um momento parada em frente ao imponente prédio. Tomei alguns segundos para reunir coragem antes de prosseguir. Coloquei meus óculos escuros, um escudo contra os olhares curiosos que inevitavelmente me aguardavam. Respirei fundo uma última vez e, com passos firmes, entrei no local.

Ao atravessar o hall de entrada, senti os olhares dos homens que ali estavam se voltarem para mim. Alguns observavam com curiosidade, outros com surpresa. Caminhei decida até o balcão da recepção, onde uma moça simpática me aguardava. Sorri para ela e me apresentei, pronta para o que viria a seguir.

Bom dia, o senhor Alfredo Castellani se encontra? — perguntei com a voz trêmula, evidenciando que havia chorado muito.

Bom dia. Marcou reunião? — A recepcionista me olhou de cima a baixo, avaliando minha aparência.

Noites De Confronto. Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu