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Roberto Nascimento.
Enquanto o tiroteio continuava, eu mal conseguia me concentrar em mais nada além de Aurora. A cada disparo, a imagem dela insistia em tomar conta dos meus pensamentos. Eu sabia que tinha que manter a cabeça no lugar, mas a ideia de ela estar lá fora, desafiando tudo e todos, me tirava do eixo.
O rádio crepitou de novo, e dessa vez era o mesmo policial de antes.
- Capitão, a mulher tá tentando sair de novo. Tá dizendo que vai sair sim, que você não manda nela, e que isso aqui é um absurdo.
A paciência que eu tinha se esgotou de vez. Era só o que faltava.
- Segura essa porra dessa mulher dentro de casa, custe o que custar! - respondi, a voz carregada de raiva. - Não quero saber de mais ninguém se metendo nisso!
Desliguei o rádio com força, sentindo o estresse subir pela minha espinha. Ela não tinha ideia do risco que estava correndo. O que mais me irritava era que Aurora sempre foi assim, teimosa, cabeça-dura, achando que podia enfrentar o mundo de peito aberto. Só que agora, essa teimosia estava colocando não só ela, mas todos os meus homens em risco.
Eu sabia que teria que falar com ela mais tarde, mas naquele momento, precisava terminar a operação. Porra, que situação. A ideia de que, a qualquer momento, ela poderia se meter no meio do fogo cruzado me deixava ainda mais alerta, os sentidos aguçados como nunca. Cada barulho, cada movimento, eu estava lá, pronto para agir.
O tiroteio foi diminuindo de intensidade, e eu comecei a organizar meus homens para avançar. A situação estava se estabilizando, mas ainda havia focos de resistência no morro. Mário e os outros estavam mantendo a linha, mas era hora de dar o golpe final e garantir que aquilo não saísse do controle de novo.
- Vamos avançar! - gritei, e meus homens responderam imediatamente, seguindo as ordens com precisão. Cada passo era calculado, cada movimento, coordenado. Não havia espaço para erros. Eu estava no meu elemento, comandando a operação como devia ser, mas com a cabeça ainda em Aurora.
Finalmente, depois de uma última investida, conseguimos dominar a área. O silêncio que se seguiu ao fim dos tiros foi quase ensurdecedor, mas era o som da missão cumprida. O morro estava sob controle, mas eu sabia que a batalha interna ainda estava longe de acabar.
Respirei fundo, tentando acalmar os nervos. A missão estava feita, mas agora eu tinha outra para resolver. Fui até o policial que estava na base do morro e o encontrei tentando impedir Aurora de sair.
- Solta ela, agora! - ordenei, e o homem obedeceu imediatamente, afastando-se de Aurora.
Ela me olhou com aquele olhar desafiador que eu conhecia tão bem. O rosto ainda estava vermelho de raiva, mas eu não estava para brincadeira.
- Entra no carro. - falei, a voz carregada de autoridade, apontando para o meu veículo.
- Nascimento! - ela rebateu, a voz cheia de indignação. - Eu não sou uma de suas Subordinadas!
- Foda-se, Aurora. - Eu respondi, quase cuspindo as palavras. - Você quase se matou saindo no meio de uma operação, e não vou discutir com você aqui no meio da porra da rua. Entra na porra do carro agora!
JE LEEST
Noites De Confronto.
ActionAurora, uma jovem de 19 anos cheia de sonhos e com um espírito livre, vive sua vida monótona, onde tenta levar uma vida sem complicações. Porém, sua rotina é abalada quando uma operação do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) toma conta...