APROVEITEM O CAPÍTULO.
TIKTOK da fanfic: cyb3rlove.00Aurora Castellani
Depois daquele encontro com Rafael, o resto do dia na faculdade passou arrastado. Meu humor, que já estava longe do ideal, parecia piorar a cada minuto. As aulas iam e vinham, mas minha cabeça estava em outro lugar. Já era costume terminar o dia com a sensação de cansaço emocional, mas hoje estava ainda mais pesado.
Assim que o último professor anunciou o fim da aula, juntei minhas coisas rapidamente e saí da sala. Peguei o ônibus em direção ao hospital, onde minha mãe estava internada. Sabia que o estado dela não era dos melhores, e a conversa com o hospital na noite anterior só aumentava a minha preocupação. As despesas se acumulavam, e eu sentia o peso de carregar aquilo sozinha. Roberto tentava me ajudar como podia, mas ele também tinha a vida dele pra resolver. No fim, era eu e mais ninguém cuidando da minha mãe.
Cheguei ao hospital já com o coração apertado. O lugar tinha aquele cheiro típico de remédios e limpeza exagerada, que só tornava tudo ainda mais sufocante. Caminhei pelos corredores até chegar no quarto dela. A porta estava entreaberta, e eu entrei devagar.
Minha mãe estava deitada, com os olhos fixos no teto, completamente alheia à minha presença. Aquela imagem era de partir o coração, e eu me forcei a manter a compostura enquanto me aproximava da cama.
— Oi, mãe — falei em um tom baixo, sentando-me na cadeira ao lado da cama.
Ela não respondeu, e eu sabia que não iria. Era sempre assim. A depressão tinha tomado conta dela de uma forma que parecia impossível de reverter. A mulher forte que eu conhecia tinha sido engolida por essa sombra, e agora só restava uma casca vazia.
Segurei sua mão, que estava fria e inerte, e fiquei ali em silêncio por um tempo. Não havia muito o que dizer. O médico tinha sido claro: o estado dela era delicado, e, embora estivesse fisicamente estável, mentalmente era outra história. Havia dias em que ela mal respondia aos estímulos, e, em outros, conseguia pronunciar uma ou duas palavras, mas sem qualquer conexão real com o que estava acontecendo.
Eu falava, contava sobre o meu dia, sobre a faculdade, mas tudo parecia se perder no ar. Ela não ouvia, ou se ouvia, não reagia. Isso me desgastava de um jeito indescritível, mas eu continuava. Porque, no fundo, era tudo o que eu podia fazer.
— Eu tô tentando, mãe — murmurei, minha voz um pouco embargada. — Eu tô fazendo o possível. Só queria que você estivesse aqui comigo.
Ela piscou lentamente, mas seus olhos continuavam perdidos, como se estivessem vendo através de mim.
Fiquei mais um tempo ali, deixando o silêncio preencher o espaço entre nós. Sabia que ela não ia responder, mas ainda assim, eu precisava estar ali, mesmo que fosse só para segurar a mão dela e fingir, por um momento, que tudo estava bem.
Quando finalmente me levantei para ir embora, dei um último olhar para ela, com o coração apertado. Saí do quarto e segui pelo corredor, respirando fundo para segurar as lágrimas que ameaçavam cair. As vezes eu sentia que estava vivendo duas vidas: uma em que eu tentava seguir em frente, estudar, trabalhar, e a outra, que me prendia ali, naquele hospital, sem saber o que mais fazer pela minha mãe.
Ao sair do hospital, já estava escurecendo.
Deixei o hospital e voltei para casa, com a sensação de vazio se alastrando dentro de mim, como sempre acontecia depois de visitar minha mãe.
JE LEEST
Noites De Confronto.
ActionAurora, uma jovem de 19 anos cheia de sonhos e com um espírito livre, vive sua vida monótona, onde tenta levar uma vida sem complicações. Porém, sua rotina é abalada quando uma operação do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) toma conta...