Aurora Castellani
Me aconcheguei nos braços de Roberto, sentindo o calor do seu corpo me envolver. O silêncio entre nós era reconfortante, como se, por um momento, o mundo lá fora tivesse desaparecido. Ele me abraçava com firmeza, e eu podia sentir a tensão no seu corpo, mas, ao mesmo tempo, havia algo tranquilizador em seu toque. Eu sabia que ele tinha lidado com tudo, como sempre fazia, e eu confiava nisso.
Fechei os olhos, tentando me deixar levar por aquele momento. A respiração de Roberto era constante e profunda, me ajudando a acalmar os pensamentos que ainda rondavam minha mente. Eu não queria pensar no que havia acontecido antes, em como tudo tinha sido tão rápido e assustador. Agora, nos braços dele, eu só queria me sentir segura.
— Vai ficar tudo bem. — ele murmurou baixinho, sua mão acariciando meus cabelos.
Eu apenas assenti, sem dizer nada. Não havia necessidade de palavras. O jeito como ele estava ali, comigo, era suficiente. Eu sabia que ele faria de tudo para me proteger, e isso era o que mais importava naquele momento.
Deixei que o cansaço me dominasse, o corpo relaxando aos poucos contra o dele. A sensação do seu peito contra o meu rosto, o ritmo lento da sua respiração... tudo aquilo me trazia uma paz inesperada. Era como se, por um breve instante, eu pudesse esquecer o que tinha acontecido. Eu sabia que ele estava ali por mim, que não precisava me preocupar com mais nada.
A mão dele continuava a acariciar meus cabelos, em um ritmo quase hipnótico. O toque dele, firme e suave ao mesmo tempo, era tudo o que eu precisava para finalmente deixar o sono me levar.
— Dorme, Aurora. — ele disse com a voz baixa, mas firme, como uma ordem suave.
Sem responder, eu me permiti fechar os olhos, deixando que o calor dos braços dele me envolvesse. A última coisa que senti foi o beijo suave que ele depositou no topo da minha cabeça antes de, finalmente, o sono me vencer.
Nos braços de Roberto, eu me senti protegida. E, por agora, isso era o suficiente.
X
Acordei sentindo um arrepio percorrer minha pele. Meus olhos piscaram lentamente, tentando se ajustar à luz suave que entrava pela janela. Ainda meio atordoada, virei a cabeça no travesseiro e, para minha surpresa, encontrei Roberto sentado na cadeira ao lado da cama, me observando.
Seu olhar era intenso, firme, mas havia uma suavidade estranha ali, algo que me desarmou por completo. Fiquei imóvel por um segundo, tentando entender se ainda estava sonhando. Ele estava relaxado, com os cotovelos apoiados nos joelhos, as mãos entrelaçadas e os olhos cravados em mim, sem dizer uma palavra.
— Bom dia. — Sua voz grave quebrou o silêncio do quarto, trazendo-me de volta à realidade.
Ainda sem entender bem o que estava acontecendo, sentei-me devagar, puxando o lençol até os ombros, como se aquilo pudesse me proteger daquela intensidade.
— Bom dia... — murmurei de volta, a voz baixa e ainda grogue de sono.
Roberto deu um leve sorriso, mas não se mexeu. Parecia confortável naquela posição, como se estivesse ali há muito tempo, me observando dormir. A sensação de ter seus olhos em mim era ao mesmo tempo estranha e reconfortante.
— Eu fiz café. — Ele disse, quase casualmente, mas havia algo no jeito que ele falou que me fez sentir um certo cuidado.
Meu estômago deu um pequeno nó, e a tensão da noite anterior parecia flutuar ao redor de nós, mesmo que ele não mencionasse. Olhei para o lado e percebi uma xícara de café sobre o criado-mudo, o aroma forte invadindo meus sentidos.
JE LEEST
Noites De Confronto.
ActieAurora, uma jovem de 19 anos cheia de sonhos e com um espírito livre, vive sua vida monótona, onde tenta levar uma vida sem complicações. Porém, sua rotina é abalada quando uma operação do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) toma conta...