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Aurora Castellani

Ele se aproximou ainda mais, e antes que eu pudesse reagir, senti seus lábios forçarem os meus. Meu coração disparou, e tudo dentro de mim gritou para sair dali, para me afastar. Sua boca tinha gosto de álcool e cigarro, e eu senti a náusea subir pela garganta.

Minhas mãos se levantaram automaticamente, tentando empurrá-lo, mas ele me prensou contra a parede com força, segurando meus braços para baixo. O pânico tomou conta. Eu não conseguia respirar, o som abafado da música ao fundo parecia distante, quase irreal.

Em um impulso de desespero, consegui soltar uma
das mãos e agarrei o cabelo dele com toda a força
que eu tinha. Meus dedos cravaram no couro
cabeludo dele, e senti as unhas rasgarem a pele, o
sangue quente escorrendo pelas pontas dos meus
dedos. Ele grunhiu de dor, mas não se afastou,
apertando mais forte o meu corpo contra o dele.

A dor dele me deu uma pequena vantagem, e puxei
sua cabeça com tanta força que, por um segundo,
seus lábios se desgrudaram dos meus. Respirei
fundo, sentindo a raiva misturada com o medo. Eu
puxei novamente, mais forte, ouvindo seu grito
abafado, e foi aí que ele finalmente me soltou.

Ele recuou alguns passos, levando a mão à cabeça, onde eu tinha arrancado um pedaço do couro cabeludo dele. O sangue agora manchava meus dedos e as unhas. Seus olhos estavam cheios de ódio, e ele tentou avançar de novo, mas nesse momento alguém apareceu, chamando-o de volta para a mesa de apostas.

Eu estava ofegante, o corpo inteiro tremendo. Eu não sabia se era adrenalina, raiva ou puro medo, mas naquele momento, tudo o que eu queria era sumir dali.

Eu corri para fora da casa, o coração acelerado e os olhos ainda cheios de lágrimas. O barulho da festa se dissipou atrás de mim, mas a sensação de opressão ainda persistia. O ar fresco da noite não era suficiente para me acalmar. Enquanto caminhava, minhas mãos tremiam, e eu só queria um lugar seguro.

Assim que cheguei à porta, avistei Rafael. Ele estava parado, com a expressão de quem acabara de chegar. Assim que me viu, a preocupação tomou conta de seu rosto.

Aurora? — ele disse, aproximando-se rapidamente. — O que aconteceu com você? Você está bem?

Estou, estou sim — respondi, tentando forçar um sorriso, mas mal consegui. — Só... só precisava sair um pouco. Vou pra casa.

Ele me observou, a dúvida estampada em seus olhos.

Você não parece bem. Você quer que eu te acompanhe?

Não precisa se preocupar, de verdade. — A última coisa que queria era causar mais problemas. — Eu consigo ir sozinha.

Mas antes que eu pudesse dar um passo, ouvi o barulho de um carro parando em alta velocidade. O coração afundou. Era Roberto, e ele não estava sozinho. O veículo do batalhão parou em um acesso de frenesi, e alguns soldados desceram rapidamente.

Roberto saiu do carro com uma expressão furiosa, os olhos escaneando o ambiente até se fixarem em Rafael. Ele se aproximou, a raiva quase palpável.

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