Na vida de Christopher Wayne, a morte de seu pai não é apenas uma tragédia pessoal, mas uma oportunidade cuidadosamente planejada.
Criado desde a infância para suceder seu pai, Christopher retorna a Toronto determinado a não apenas assumir o legado...
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Eu estava terminando de lavar algumas louças quando meu celular tocou no bolso de trás de meus shorts. Sequei minhas mãos rapidamente e vi o nome de Tayla brilhar na tela do aparelho.
Fazia alguns dias que não a via, por causa de toda a correria com a boate e meu pai no hospital, além de tudo o que envolve Christopher Wayne. Assim, logo tratei de atender minha amiga:
– Oi, Tay! Como está? – indago.
– Rob, quanto tempo! – ela diz. – Senti sua falta! O que é, agora que é dançarina principal da La Lune não liga para os meros mortais? – disse zombeteira.
Eu gostaria que fosse. Seria milhares de vezes menos complicado.
– Ai, Tay... – solto um suspiro.
– Olha, estou indo para seu apartamento agora. A gente senta, prepara uma besteira para comer, e aí você me conta tudo, certo? – seu tom é animado.
Permitindo-me tentar relaxar um pouco, eu concordei com a ideia e encerramos a chamada logo depois. Minha sorte era que eu já havia organizado a casa e estava terminando de fazer o mesmo com a cozinha, enquanto assava um bolo.
Assim que o tirei do forno, apressei-me para tomar um banho rápido para receber minha amiga, que chegou minutos depois. Ela insistiu para preparar o café enquanto eu colocava a mesa e colocava a cobertura do bolo.
– Então, – ela disse tomando um pouco de seu café. – o que tem acontecido na sua vida, querida?
Solto um suspiro, sentindo todo o peso de todos os acontecimentos dos últimos meses, desde que aquela carta de cobrança chegou aqui. Sinto-me totalmente sobrecarregada, esgotada, para dizer a verdade, e ter alguém para desabafar parece ser a minha única alternativa no momento.
– Oh, Robyn! – a de tranças me abraça apertado quando termino de contar tudo. – Meu Deus! Imagino toda a pressão sobre seus ombros... não deve estar sendo fácil. – acaricia minhas costas.
Retribuí o abraço, sentindo uma onda de alívio ao finalmente compartilhar tudo com Tayla. Ela sempre teve um jeito de fazer as coisas parecerem menos complicadas, mesmo quando eram insuportavelmente difíceis.
– É, não tem sido fácil mesmo. – admiti, minha voz saindo mais fraca do que eu gostaria.
Tayla se afastou, segurando meus ombros e olhando diretamente nos meus olhos.
– Mas, se me permite uma opinião, acho que deveria aceitar esta proposta de Wayne. – passou a língua por seus lábios. – Assim, você mata dois coelhos em uma cajadada apenas: a dívida de seu pai, e como você disse, acaba com qualquer vínculo com Don Christopher.
Pondero em suas palavras. A dívida de meu pai me arrastou para um lugar que eu nunca iria por escolha própria, e agora, eu estava em uma posição que não tinha muitas alternativas.
